Pesquisa mostra perfil do trabalho escravo no Rio de Janeiro

 14/12/2010

Um estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) mostra que de 2003 a 2010 foram registradas denúncias envolvendo 7.400 pessoas em situações de trabalho escravo em 12 municípios de diferentes regiões do estado. Campos de Goytacazes, no norte fluminense, é o município que apresentou maior número de denúncias de trabalho escravo e de libertação do regime: 5.945 pessoas envolvidas (74% do total do estado) e 1.112 liberados.

No mesmo período, a pesquisa também indica que 1.693 pessoas foram libertadas do regime de escravidão em 11 cidades. Além de Campos, foram registradas denúncias de trabalho escravo nos últimos oito anos em Bom Jardim, Resende, Cantagalo, Petrópolis, Araruama, Paracambi, Valença, São Francisco de Itabapoana, Carapebus, Rio de Janeiro e Cabo Frio.

"Não podemos afirmar que em Campos as ocorrências de trabalho escravo sejam maiores, mas é local onde temos mais informações, pois nesse município a sociedade civil é muito mais vigilante, mais organizada. Por isso, os casos que ocorrem em Campos têm mais chance de serem denunciados", explicou o coordenador do Grupo de Pesquisa Trabalho Escravo Contemporâneo no Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos da URFJ, o professor Ricardo Resende Figueira.

A Conferência sobre Trabalho Escravo Contemporâneo também abriu as candidaturas de integrantes das entidades da sociedade civil para concorrer às vagas da Comissão Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo (COETRAE-RJ), que irá permitir a participação da sociedade na formulação e execução de políticas para a o enfrentamento do problema.

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