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Francisco Diogo


Voltei para casa
traumatizado


"O rapaz que fugiu (da fazenda Brasil Verde) trabalhava comigo. Eu tomava conta de um grupo de umas dez pessoas”

Teve um dia que chamei ele para o trabalho, e ele disse que não ia. Falei que os fiscais não aceitavam ficar no barraco. Ele disse que ia embora, que ia passar na porta da sede. Eu disse para não fazer isso, que podiam matar ele. Ele foi mesmo assim, e não voltou. Não sabia se tinha morrido ou ido embora. Não deu muitos dias e a (Polícia) Federal apareceu e soltou nós. Foi aí que soube que ele tinha conseguido escapar depois de apanhar bastante.

Voltei para casa traumatizado, pensava que tinha gente rondando a minha casa para me matar. Quando não aguentava o medo, passava uns quinze dias entocado na casa da minha mãe, a 35 quilômetros daqui. Depois, voltava. Foram dois anos assim."

Francisco das Chagas Diogo, 72 anos, trabalhador rural