Belém

Fim da jornada: o bagre favorito do Ver-o-Peso

As razões para a redução da pesca da dourada e outros grandes bagres, começaram a ficar mais evidentes quando me encontrei com Ronaldo Barthem, pesquisador do Museu Emílio Goeldi. Ele é um dos maiores especialistas sobre a dourada e o primeiro a propor a teoria de que a espécie realizava a maior migração já registrada.

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Apesar da ameaça real das hidrelétricas, o principal problema para os grandes bagres migradores, é a pesca indiscriminada na foz do rio Amazonas. Nesta região, as espécies ainda estão em crescimento e, se capturadas, nunca chegarão a reproduzir. Assim o estoque pesqueiro vai reduzindo cada vez mais.

Ao contrário de outras partes da Amazônia, onde os peixes de escama, como o tambaqui ou pirarucu, são mais apreciados, no Pará, os bagres, ou peixes-liso, estão sempre presentes nos pratos típicos. Além da dourada, outro bagre comum é o filhote.

No mercado Ver-o-Peso, uma referência para os locais e um famoso ponto turístico, a refeição tradicional é o peixe frito com açaí e farinha. Experimente sentar em uma das dezenas de barracas que servem almoço e a opção número um para acompanhar o açaí será dourada. Sua carne branca e tenra é a razão para tanto sucesso.

O Ver-o-Peso não para nunca. O mercado de peixes fica aberto para os clientes apenas até o meio da tarde. Mas as refeições com pescado estão disponíveis para almoço e janta. Mas é durante a madrugada que se vê a movimentação mais frenética, com a chegada dos barcos pesqueiros e o desembarque de toneladas de douradas, filhotes e outros grandes peixes amazônicos