Ceplac e Cepec

 01/05/2005

Dizem que, na época em que o cacau ainda representava um dos pilares da economia baiana, o cargo de diretor da Ceplac tinha status semelhante ao posto de ministro ou governador. O motivo é simples: ele administrava um gordo orçamento mantido com 10% de todas as exportações do cacau, que já chegaram à casa dos bilhões de dólares. Atualmente, o órgão tem uma fatia no bolo do orçamento federal. Com tanto dinheiro assim, a Ceplac acabou assumindo funções que caberiam ao próprio estado, criando escolas e hospitais, construindo pontes e estradas para escoar a produção. Tudo em nome da cacauicultura. Bancou também a maior parte das sedes dos sindicatos rurais – que reúnem os grandes produtores – apesar de não estender o agrado às associações dos trabalhadores.

Hoje, com o declínio do poder político e econômico dos fazendeiros, a Ceplac já não possui a mesma imponência de anos atrás. Mas, com a chegada do fungo da Amazônia, ela assumiu um papel central no combate a essa praga e representa a principal esperança de recuperação da lavoura. Nos laboratórios do Cepec, que emprega 70 pesquisadores das mais diversas áreas, são desenvolvidos estudos de ponta como o seqüenciamento genético do DNA da vassoura de bruxa, por exemplo. Além disso, um corpo com mais de 200 técnicos e agrônomos tem a missão de levar essas informações até os produtores. Atualmente, uma das principais metas do órgão, segundo seu diretor Gustavo Moura, “é organizar cooperativas e levar até elas o conhecimento da agroindustrialização, a fim de agregar valor às commoditties”.

 

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