Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos de Açailândia

 15/05/2006

O trabalho missionário não é feito apenas por padres e irmãs. Há diversos cristãos leigos que também vêm para o Brasil à procura da união entre fé e militância social, como a espanhola Carmen Bascarán. Ela pertence à ordem italiana dos combonianos e chegou aqui em meados da década passada. Em 1996, fundou o Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos (CDVDH) de Açailândia (MA). A maior parte das pessoas que hoje trabalham com ela na direção da entidade saiu dos quadros da Pastoral da Juventude. "Os padres combonianos que moravam aqui fizeram um ótimo trabalho na formação de lideranças", afirma.

Só no primeiro mês de atuação, o grupo liderado por Carmen, "com a constituição federal nas mãos", conseguiu o registro gratuito de 6.800 pessoas que não possuíam certidão de nascimento e não podiam pagar pela sua emissão – direito garantido por lei às populações de baixa renda. Nesses dez anos, o CDVDH conseguiu outras proezas como o fechamento de 19 carvoarias que matinham trabalhadores em regime de escravidão, depois de fiscalizações do MTE – para desespero de siderúrgicas da região que se alimentavam do combustível barato.

Além de fornecer orientação jurídica à população do município e encaminhar denúncias às autoridades competentes, o CDVDH também mantém atividades de dança, teatro e capoeira em seis núcleos espalhados pelo município, das quais participam cerca de 400 jovens entre oito e 21 anos. "A nossa maior obra foi incentivar a criação de associações de bairro, rádios comunitárias, entre outros grupos, por pessoas formadas no centro. Dez anos atrás, chamava atenção a passividade dos cidadãos de Açailândia. Hoje é uma cidade efervescente", conclui Carmen.

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