Estados nordestinos discutem o trabalho escravo rural em Fortaleza

 30/05/2007

Camila Carvalho, da TV Diário

Grupos de fiscalização rural do Nordeste estão reunidos, aqui em Fortaleza, para discutir um problema sério: a exploração da mão-de-obra rural. Os Estados estão trocando experiências para encontrar a forma mais eficaz de combate ao trabalho escravo.

Antes, o Nordeste era apenas alvo dos aliciadores, que vinham buscar os agricultores com falsas promessas de emprego. Hoje a região não só continua atraindo aliciadores como registra trabalho escravo no próprio território.

As condições de trabalho na zona rural estão sendo discutidas até esta quarta-feira (30) em Fortaleza em um seminário que reúne grupos de fiscalização rural do Nordeste. Representantes dos Estados nordestinos partciparam do encontro expondo as experiêncais de cada localidade. A idéia é compartilhar os métodos de ficalização em cada Estado.

O sonho de ter melhores condições de trabalho levam muitos trabalhadores da zona rural a aceitar empregos em outros Estados. As propostas, a princípio, são tentadoras, mas nem sempre são tão boas quanto parecem.

A prática de trabalho compulsório é considerada crime. Aliciar trabalhadores sem condição dignas é um problema antigo.

O aliciamento de trabalhadores foi constatado no Ceará em 1997. Ano passado, além dessa prática, cerca de 100 casos de trabalho escravo foram encontrados em território cearense pela Delegacia do Trabalho.

O trabalho escravo não está presente só no Brasil. Mais de 9 milhões de pessoas trabalham em condição de escravidão no mundo. Destas, 2,4 milhões são traficadas, o que gera um lucro de cerca de 32 milhões de doláres às empresas envolvidas.

As principais vítimas do trabalho escravo são homens, com idade entre 18 e 44 anos. O baixo índice de escolaridade também é um agravante, a maioria tem até dois anos de escolaridade. Cerca de 85% deixaram a escola pra trabalhar antes dos 12 anos. Esses são dados da Organização Internacional do Trabalho.

Para mudar essa realidade, o chefe de inspeção da Delegacia do Trabalho no Ceará, Francisco Ibiapina, garante que a saída é intensificar a fiscalização. Para isso, algumas exigências devem ser tomadas pela própria delegacia.

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