O editorial da edição de 26 de novembro de 2007 da publicação norte-americana destacou a importância da força-tarefa envolvendo agências governamentais que foi formada na cidade no estado de Utah com o objetivo de construir uma rede de investigação e condenação da prática de trabalho escravo contemporâneo.
De acordo com o Departamento de Justiça dos EUA, 79 pessoas de várias partes do mundo foram reconhecidas como vítimas de "tráfico humano", um dos principais meios para consumar a escravidão contemporânea. Porém, há estimativas, segundo o editorial do Deseret Morning News, de que aproximadamente 20 mil pessoas são submetidas a tais condições a cada ano.
"A maioria dos casos modernos [de trabalho escravo] envolvem mulheres e crianças, forçadas a se prostituir ou fazer outras coisas na indústria do sexo. Poucos trabalham como servos", descreve o texto, que ressalta ainda a situação desesperançosa desse contingente que vive sob constantes ameaças.
O editorial cita o caso de uma garota de 14 anos e de sua mãe que eram forçadas a trabalhar 12 horas por dia para um casal de Salt Lake City. Segundo relatos oficiais, o casal prometia executar os familiares das vítimas caso as ordens não fossem cumpridas. "As autoridades dizem que este é um exemplo de como o problema se desdobra em Utah".
Qualquer reconhecimento e esforço com vistas a extinguir esse mal é importante, assinala o diário dos EUA. "O século XIX foi árduo em vários sentidos, mas ao menos havia abolicionistas e estradas de ferro subterrâneas para ajudar as vítimas [da antiga escravidão]. Os escravos de hoje também clamam por esse tipo de apoio", arremata o texto.