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Etanol vai criar 12 milhões de empregos até 2030

Segundo a OIT, no período serão investidos US$ 630 bi em todo o mundo em projetos de energia renovável O etanol deve criar 12 milhões de empregos no mundo até 2030, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), que chama a atenção para o fato de que, no Brasil, milhares de pessoas que atuam no setor ainda sofrem com salários e condições de trabalho degradantes. A entidade prevê uma consolidação do etanol no Brasil nos próximos anos e o surgimento de sete grandes grupos no setor no País. Os dados fazem parte de um relatório sobre o impacto das novas tecnologias ambientais para o emprego divulgado ontem pela OIT. Energias renováveis, entre elas o etanol, vão gerar 20 milhões de empregos até 2030 no mundo. A entidade acredita que os governos terão de buscar investimentos para incentivar a retomada da economia afetada pela crise financeira e, aposta, o setor ambiental será um dos mais relevantes. As estimativas indicam que US$ 630 bilhões em projetos serão investidos em energia renovável até 2030. Isso geraria 2,1 milhões de postos de trabalho em energia eólica e 6,3 milhões na energia solar. O Brasil é o país com o maior número de trabalhadores no setor do etanol. Segundo a OIT, são 500 mil pessoas que dependem diretamente do produto. Nos Estados Unidos, são 312 mil e na China, 266 mil. Na Alemanha, o biodiesel gera 95 mil empregos e 10 mil na Espanha. Em 20 anos, o número de pessoas empregadas no setor será multiplicada por dez e o Brasil continuará sendo um dos líderes. A OIT quer garantir que os novos empregos respeitem direitos trabalhistas. Uma das preocupações é o uso de trabalho semi-escravo nos canaviais. O próprio ministro do Trabalho, Carlos Lupi, em Genebra, admitiu que o trabalho degradante existe no setor do etanol. Na Europa, autoridades avaliam a criação de um selo social para o etanol, garantindo que não haverá importação de combustível produzido com trabalho degradante. Segundo a OIT, as condições de trabalho nos canaviais não são adequadas, com falta de higiene e até violência usada pelas empresas contra trabalhadores, que ganham 30% menos que os que trabalham em usinas de etanol. Com a mecanização, um problema tem sido o desemprego dessa parcela da população. Em 1992, os cortadores de cana eram 620 mil. Em 2008, não devem superar 300 mil. CONSOLIDAÇÃOA OIT estima que haverá uma consolidação do setor do etanol nos próximos anos no Brasil. Hoje, são 250 empresas e, segundo a entidade, as aquisições podem fazer com que apenas sete grandes sobrevivam e se tornem potências. Os 20 milhões de novos empregos serão superiores ao que o setor petroleiro gerará em 20 anos. A Venezuela poderá empregar 1 milhão de pessoas se aprovar lei que prevê a mistura de 10% de biocombustível na gasolina. Na Nigéria, a OIT estima que 200 mil postos de trabalho possam ser criados para o etanol. Na Índia, seriam 900 mil até 2025 em biomassa. Os empregos não ficarão restritos à energia. No Brasil, gestão de lixo e reciclagem empregam 500 mil. Na China, 10 milhões. Na Europa e Estados Unidos, 3,5 milhões de empregos devem ser criados em tecnologias ambientais de construção. Jamil Chade25/09/2008

Segundo a OIT, no período serão investidos US$ 630 bi em todo o mundo em projetos de energia renovável

O etanol deve criar 12 milhões de empregos no mundo até 2030, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), que chama a atenção para o fato de que, no Brasil, milhares de pessoas que atuam no setor ainda sofrem com salários e condições de trabalho degradantes. A entidade prevê uma consolidação do etanol no Brasil nos próximos anos e o surgimento de sete grandes grupos no setor no País.

Os dados fazem parte de um relatório sobre o impacto das novas tecnologias ambientais para o emprego divulgado ontem pela OIT. Energias renováveis, entre elas o etanol, vão gerar 20 milhões de empregos até 2030 no mundo.

A entidade acredita que os governos terão de buscar investimentos para incentivar a retomada da economia afetada pela crise financeira e, aposta, o setor ambiental será um dos mais relevantes. As estimativas indicam que US$ 630 bilhões em projetos serão investidos em energia renovável até 2030. Isso geraria 2,1 milhões de postos de trabalho em energia eólica e 6,3 milhões na energia solar.

O Brasil é o país com o maior número de trabalhadores no setor do etanol. Segundo a OIT, são 500 mil pessoas que dependem diretamente do produto. Nos Estados Unidos, são 312 mil e na China, 266 mil. Na Alemanha, o biodiesel gera 95 mil empregos e 10 mil na Espanha.

Em 20 anos, o número de pessoas empregadas no setor será multiplicada por dez e o Brasil continuará sendo um dos líderes. A OIT quer garantir que os novos empregos respeitem direitos trabalhistas. Uma das preocupações é o uso de trabalho semi-escravo nos canaviais. O próprio ministro do Trabalho, Carlos Lupi, em Genebra, admitiu que o trabalho degradante existe no setor do etanol.

Na Europa, autoridades avaliam a criação de um selo social para o etanol, garantindo que não haverá importação de combustível produzido com trabalho degradante.

Segundo a OIT, as condições de trabalho nos canaviais não são adequadas, com falta de higiene e até violência usada pelas empresas contra trabalhadores, que ganham 30% menos que os que trabalham em usinas de etanol. Com a mecanização, um problema tem sido o desemprego dessa parcela da população. Em 1992, os cortadores de cana eram 620 mil. Em 2008, não devem superar 300 mil.

CONSOLIDAÇÃO
A OIT estima que haverá uma consolidação do setor do etanol nos próximos anos no Brasil. Hoje, são 250 empresas e, segundo a entidade, as aquisições podem fazer com que apenas sete grandes sobrevivam e se tornem potências.

Os 20 milhões de novos empregos serão superiores ao que o setor petroleiro gerará em 20 anos. A Venezuela poderá empregar 1 milhão de pessoas se aprovar lei que prevê a mistura de 10% de biocombustível na gasolina. Na Nigéria, a OIT estima que 200 mil postos de trabalho possam ser criados para o etanol. Na Índia, seriam 900 mil até 2025 em biomassa.

Os empregos não ficarão restritos à energia. No Brasil, gestão de lixo e reciclagem empregam 500 mil. Na China, 10 milhões. Na Europa e Estados Unidos, 3,5 milhões de empregos devem ser criados em tecnologias ambientais de construção.

Jamil Chade
25/09/2008


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