A escravidão continua sendo "um componente da vida contemporânea amplamente presente e profundamente arraigado", afirma um estudo publicado em Paris pela Unesco, sobre os sistemas de escravidão históricos e os modelos modernos de servidão humana.
O trabalho, intitulado "Unifinished Business" ("Um negócio que não terminou"), tem como objetivo assentar as bases de um diálogo sobre os meios para enfrentar o problema da escravidão contemporânea.
Atualmente, são englobados nesta categoria o tráfico de seres humanos, a servidão sexual, o trabalho infantil e o legado dos sistemas históricos de escravidão que ainda perduram em pleno século XXI.
O estudo de 139 páginas foi feito a pedido do projeto da Unesco "A Rota do Escravo" por Joel Quirk, pesquisador do Instituto Wilberforce para o Estudo da Escravidão e da Emancipação (Wise), com sede no Reino Unido.
Os cinco capítulos do relatório definem todas as formas de escravidão, além de fornecer dados relativos a seu alcance e outras modalidades de servidão humana, como o tráfico de pessoas.
Também são estudadas as diferenças e semelhanças entre as práticas de dominação históricas e contemporâneas, ao mesmo tempo em ue são analisadas as circunstâncias históricas que levaram à abolição a partir dos processos observados nos Estados Unidos, em Santo Domingo e no Haiti, no Reino Unido e em Portugal.
Por último, são examinadas as limitações mais importantes da abolição legal da escravidão, com base em outros estudos de caso.
A conclusão do documeno formula recomendações para abordar os problemas trazidos pelas formas contemporâneas de servidão, em quatro eixos: a educação, a informação e a sensibilização; as reformas legislativas; a aplicação efetiva da lei; a liberação e reabilitação das vítimas e a reparação de injustiças.
08/12/2008