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Nota Pública

Segunda-feira, 2 de Fevereiro de 2009 As comunidades de Juruti e Juruti Velho que lutaram e lutam ate hoje pela não implantação da mineradora denominada de ALCOA, que hoje se encontra implantada graças ao descaso das autoridades dos governos federal e estadual, que não se importaram com as comunidades existentes na região, aprovando um projeto que esta destruindo as matas privando a locomoção dos trabalhadores e trabalhadoras de poderem produzir seu sustento. Há tempos as comunidades tentam negociações para a reparação dos danos causados nas áreas de assentamentos existentes no local onde a mesma foi implantada, alem dos danos que viram como; · Poluição do lago que circundam as comunidades diminuindo a quantidade de peixes e a locomoção dos ribeirinhos com a diminuição de água do lago, impactos esses que serão sentidos principalmente no verão; · Diminuição das coletas de frutos como: castanhas, andirobas, bacabas etc. Pois a mineradora esta derrubando as árvores nativas e enterrando junto a outras madeiras de lei; · Atropelamentos que podem acontecer por parte da ferrovia que corta assentamentos, e que não construirão nem túneis muito menos passarelas para as comunidades trafegarem. Por essas e outras as comunidades de Juruti e Juruti Velho se organizaram e tomaram como justa e necessária fazer luta contra a transnacional ALCOA e no dia 28 de janeiro as 15:00 horas cerca de 1500 trabalhadores e trabalhadoras ocuparam a base da mineradora, na chegada as forças do estado já estavam apostos pronto para defender a empresa contra os verdadeiros donos das terras, numa atitude truculenta da PM com o batalhão de choque, receberam os trabalhadores e trabalhadoras com spray de pimenta e bombas de gás, numa cena de pura barbárie onde crianças e mulheres passaram mal, não quiseram nem saber de conversas. Apesar da truculência da PM o povo permanece em frente a base com acampamento montado e só sairão do local com a vinda do presidente da ALCOA na América Latina, INCRA Nacional, Casa Civil do Governo Estadual, SEMA, ITERPA, Ministério Publico Federal e Estadual e Governo Municipal, pois temos pautas e cobranças para todas essas autoridades, lembrando o Governo do Estado se o Pará e de fato terra de direito ou se o direito é somente de empresas estrangeiras que só se aproveitam de nossas riquezas e como lucro deixam a miséria, devastação e exclusão. MOVIMENTO JURUTI EM AÇÃO E VIA CAMPESINA PARÁCONTRA O IMPERIALISMO: SOBERANIA POPULAR NA AMAZÔNIA Voltar para a matéria Comunidades afetadas pela cadeia do alumínio protestam

Segunda-feira, 2 de Fevereiro de 2009

As comunidades de Juruti e Juruti Velho que lutaram e lutam ate hoje pela não implantação da mineradora denominada de ALCOA, que hoje se encontra implantada graças ao descaso das autoridades dos governos federal e estadual, que não se importaram com as comunidades existentes na região, aprovando um projeto que esta destruindo as matas privando a locomoção dos trabalhadores e trabalhadoras de poderem produzir seu sustento.

Há tempos as comunidades tentam negociações para a reparação dos danos causados nas áreas de assentamentos existentes no local onde a mesma foi implantada, alem dos danos que viram como;

· Poluição do lago que circundam as comunidades diminuindo a quantidade de peixes e a locomoção dos ribeirinhos com a diminuição de água do lago, impactos esses que serão sentidos principalmente no verão;

· Diminuição das coletas de frutos como: castanhas, andirobas, bacabas etc. Pois a mineradora esta derrubando as árvores nativas e enterrando junto a outras madeiras de lei;

· Atropelamentos que podem acontecer por parte da ferrovia que corta assentamentos, e que não construirão nem túneis muito menos passarelas para as comunidades trafegarem.

Por essas e outras as comunidades de Juruti e Juruti Velho se organizaram e tomaram como justa e necessária fazer luta contra a transnacional ALCOA e no dia 28 de janeiro as 15:00 horas cerca de 1500 trabalhadores e trabalhadoras ocuparam a base da mineradora, na chegada as forças do estado já estavam apostos pronto para defender a empresa contra os verdadeiros donos das terras, numa atitude truculenta da PM com o batalhão de choque, receberam os trabalhadores e trabalhadoras com spray de pimenta e bombas de gás, numa cena de pura barbárie onde crianças e mulheres passaram mal, não quiseram nem saber de conversas.

Apesar da truculência da PM o povo permanece em frente a base com acampamento montado e só sairão do local com a vinda do presidente da ALCOA na América Latina, INCRA Nacional, Casa Civil do Governo Estadual, SEMA, ITERPA, Ministério Publico Federal e Estadual e Governo Municipal, pois temos pautas e cobranças para todas essas autoridades, lembrando o Governo do Estado se o Pará e de fato terra de direito ou se o direito é somente de empresas estrangeiras que só se aproveitam de nossas riquezas e como lucro deixam a miséria, devastação e exclusão.

MOVIMENTO JURUTI EM AÇÃO E VIA CAMPESINA PARÁ
CONTRA O IMPERIALISMO: SOBERANIA POPULAR NA AMAZÔNIA

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Nota Pública

Areia Grande, Casa Nova (BA), 7 de fevereiro de 2009 Ao final da celebração de sétimo dia do assassinato do companheiro José Campos Braga (nosso Zé de Antero), realizada no dia 7 de fevereiro, em Areia Grande, no sertão da Bahia, com a presença de mais de 300 pessoas das nossas comunidades, firmamos nosso compromisso selado com o sangue de nosso companheiro. O trabalhador rural, José Campos Braga, 56 anos, foi encontrado morto com um tiro de espingarda, no final da tarde do dia 4 de fevereiro, na área de Fundo de Pasto de Areia Grande, município de Casa Nova, no sertão baiano. A questão da apropriação indevida de terras pelos grandes latifundiários é antiga. Ações por parte do Judiciário sempre estiveram contra nós e nossos direitos sobre a terra na qual vivemos. Até que em dezembro passado, finalmente, foi reconhecido ao Estado da Bahia, pelo Juiz da Comarca de Casa Nova, o direito de discriminar esta terra devoluta e regularizá-la em favor de seus legítimos donos, que somos nós e nossas comunidades, que recebemos em herança de nossos antepassados e fazemos uso coletivo como "fundo de pasto". O processo de discriminação ainda não chegou ao seu fim, mas tem representado importante vitória de nossas comunidades tradicionais contra a grilagem de terras. Isso atiçou ainda mais os que sempre se acostumaram a vencer com as armas do dinheiro e da violência. Baseando em indícios mais que suficientes, não temos dúvida que nosso companheiro foi assassinado covardemente a mando de grupos e pessoas que ambicionam nossas áreas e, inconformados com a decisão da Justiça, nos deram esta resposta bárbara e desumana. Neste momento sentimos que, além dos mandantes e executores, a responsabilidade maior dessa tragédia pesa sobre as autoridades: a União, o Estado, o Judiciário e a Polícia. Exigimos que tomem medidas urgentes para tornar eficaz a ação em favor da justiça que, nesta situação, para nós significa: * Investigar com isenção, identificar, prender os executores e mandantes do assassinato de José e puní-los exemplarmente com o rigor da lei;* Garantir a segurança das 330 famílias que moram e trabalham nas comunidades de Areia Grande, criando condições para que não transitem mais neste local, pessoas estranhas e suspeitas;* Agilizar, por parte das autoridades judiciais, o processo de julgamento da Ação Discriminatória, garantindo, no seu curso, o exercício da nossa posse legítima e tradicional e, por parte do Poder Executivo Estadual, todas as medidas posteriores necessárias para que estas terras possam ser definitivamente regularizadas em nome das Associações de Fundo de Pasto de Areia Grande;* Apoiar com programas de políticas públicas eficientes nossas organizações para que vivamos em paz, neste regime de Fundo de Pasto, trabalhando e produzindo conforme nossos costumes e assumindo os destinos que nós mesmos queremos para nossas vidas e famílias. Conclamamos as organizações e pessoas do campo e da cidade a se solidarizarem conosco, assinando esta nossa nota pública e reforçando nossa pressão organizada sobre as autoridades públicas. Jamais podemos aceitar que estas autoridades, com sua ação direta ou sua omissão, sejam promotoras de acumulação privada dos bens da natureza, de exploração e violência, como a que pesa sobre nós há muitos anos e que hoje chegou ao ponto de tirar a vida de um companheiro. Nossa terra ferida foi encharcada com sangue do Zé de Antero. Seu sangue não mente. Jamais esqueceremos o marco triste desta morte. Dela, brotaram, porém mais forte a esperança e o compromisso de marcharmos unidos até a vitória final, com a fé que temos em Deus e na nossa união solidária. Assinam a nota, as comunidades e as entidades abaixo: MelanciaRiacho GrandeSalina […]

Areia Grande, Casa Nova (BA), 7 de fevereiro de 2009

Ao final da celebração de sétimo dia do assassinato do companheiro José Campos Braga (nosso Zé de Antero), realizada no dia 7 de fevereiro, em Areia Grande, no sertão da Bahia, com a presença de mais de 300 pessoas das nossas comunidades, firmamos nosso compromisso selado com o sangue de nosso companheiro. O trabalhador rural, José Campos Braga, 56 anos, foi encontrado morto com um tiro de espingarda, no final da tarde do dia 4 de fevereiro, na área de Fundo de Pasto de Areia Grande, município de Casa Nova, no sertão baiano.

A questão da apropriação indevida de terras pelos grandes latifundiários é antiga. Ações por parte do Judiciário sempre estiveram contra nós e nossos direitos sobre a terra na qual vivemos. Até que em dezembro passado, finalmente, foi reconhecido ao Estado da Bahia, pelo Juiz da Comarca de Casa Nova, o direito de discriminar esta terra devoluta e regularizá-la em favor de seus legítimos donos, que somos nós e nossas comunidades, que recebemos em herança de nossos antepassados e fazemos uso coletivo como "fundo de pasto". O processo de discriminação ainda não chegou ao seu fim, mas tem representado importante vitória de nossas comunidades tradicionais contra a grilagem de terras. Isso atiçou ainda mais os que sempre se acostumaram a vencer com as armas do dinheiro e da violência.

Baseando em indícios mais que suficientes, não temos dúvida que nosso companheiro foi assassinado covardemente a mando de grupos e pessoas que ambicionam nossas áreas e, inconformados com a decisão da Justiça, nos deram esta resposta bárbara e desumana.

Neste momento sentimos que, além dos mandantes e executores, a responsabilidade maior dessa tragédia pesa sobre as autoridades: a União, o Estado, o Judiciário e a Polícia. Exigimos que tomem medidas urgentes para tornar eficaz a ação em favor da justiça que, nesta situação, para nós significa:

* Investigar com isenção, identificar, prender os executores e mandantes do assassinato de José e puní-los exemplarmente com o rigor da lei;
* Garantir a segurança das 330 famílias que moram e trabalham nas comunidades de Areia Grande, criando condições para que não transitem mais neste local, pessoas estranhas e suspeitas;
* Agilizar, por parte das autoridades judiciais, o processo de julgamento da Ação Discriminatória, garantindo, no seu curso, o exercício da nossa posse legítima e tradicional e, por parte do Poder Executivo Estadual, todas as medidas posteriores necessárias para que estas terras possam ser definitivamente regularizadas em nome das Associações de Fundo de Pasto de Areia Grande;
* Apoiar com programas de políticas públicas eficientes nossas organizações para que vivamos em paz, neste regime de Fundo de Pasto, trabalhando e produzindo conforme nossos costumes e assumindo os destinos que nós mesmos queremos para nossas vidas e famílias.

Conclamamos as organizações e pessoas do campo e da cidade a se solidarizarem conosco, assinando esta nossa nota pública e reforçando nossa pressão organizada sobre as autoridades públicas.

Jamais podemos aceitar que estas autoridades, com sua ação direta ou sua omissão, sejam promotoras de acumulação privada dos bens da natureza, de exploração e violência, como a que pesa sobre nós há muitos anos e que hoje chegou ao ponto de tirar a vida de um companheiro.

Nossa terra ferida foi encharcada com sangue do Zé de Antero. Seu sangue não mente. Jamais esqueceremos o marco triste desta morte. Dela, brotaram, porém mais forte a esperança e o compromisso de marcharmos unidos até a vitória final, com a fé que temos em Deus e na nossa união solidária.

Assinam a nota, as comunidades e as entidades abaixo:

Melancia
Riacho Grande
Salina do Brinca
Jurema
Tanquinho
Ladeira Grande
Lagoado
Curibonde
Amalhador
Cacimbas

Entidades

Articulação do Semi-Árido (ASA) – Casa Nova
Articulação Nordeste III das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs)
Comissão Pastoral da Terra (CPT) – Bahia
Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA)
Paróquia de Casa Nova, Bahia
Paróquia de Sobradinho, Bahia
Paróquia Santo Antônio de Juazeiro, Bahia
Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP) – Sobradinho, Bahia
Setor Diocesano de Comunicação (SEDICA) – Juazeiro, Bahia
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Remanso, Bahia
Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado da Bahia (APLB) – Casa Nova
SINTAGRO
União das Associações de Fundo de Pasto (UNASFP) – Casa Nova

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