A Procuradoria Regional do Trabalho (PRT) da 8ª Região, com sede no Pará, realizará na segunda-feira (30), o lançamento da campanha de enfrentamento ao trabalho escravo no estado, às 15h, no auditório do órgão. Com o tema "Quem aceita o trabalho escravo ajuda a cavar esta cova", o objetivo da ação é mostrar a realidade vivida por trabalhadores em diversos municípios paraenses, entre eles, crianças e adolescentes.
De acordo com a procuradora-chefa da PRT da 8ª Região, Loana Gentil, a campanha irá atuar no Pará por meio de fotos e imagens feitas por integrantes do grupo móvel do Ministério do Trabalho durante as operações de resgate ocorridas em propriedades rurais.
A divulgação da campanha contará ainda com informações em uma linguagem de fácil compreensão, de forma que trabalhadores e empregadores tenham facilidade em identificar as condições que afrontam a dignidade humana no ambiente de trabalho. O foco também, segundo Loana, é estimular a denúncia de casos dessa violação dos direitos humanos pelo telefone: 0800 091 6060.
Dados da CPT (Comissão Pastoral da Terra) mostram que em 2008 o Pará foi o segundo estado com maior número de pessoas libertadas no Brasil. Foram 811 de um total de 5.244 pessoas. Entre as cidades que apresentaram a maior incidência de trabalho escravo estão: Paragominas, Rondon do Pará, São Félix do Xingu, Xinguara, Uruará, Placas, Tomé-Açu e Santarém. A pecuária, a carvoaria, o cultivo de cacau, o desmatamento e a exploração de madeira são algumas das atividades em que o crime mais acontece.
De 2003 até final de 2008, o grupo móvel especial rural da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego resgatou 1.161 adultos e 103 crianças. Esses números, somados ao resultado das operações feitas pelo grupo móvel nacional, no período de 2007 até setembro de 2008, revelam que o Pará atingiu a marca de 3.629 pessoas mantidas em condições degradantes, entre crianças, adolescentes e adultos.