SANTIAGO – A Organização Internacional para as Migrações (OIM) denunciou um esquema ilegal no Chile que mantinha 147 pessoas, entre chineses e latino-americanos, em regime de escravidão e exploração sexual.
A delegação chilena da entidade, liderada por Gabriela Rodríguez, entregou os resultados da investigação à chefe do departamento de Crimes Contra a Família da Polícia Civil, delegada Edita Salgado.
A agente policial definiu a OIM como um aliado na luta contra o crime de tráfico de seres humanos. A atividade criminosa é uma das que mais movimenta dinheiro no mundo, perdendo somente para o comércio ilegal de armas e drogas.
Das 147 vítimas do esquema 88 eram mulheres, enquanto 59 homens. No grupo havia 26 menores de 18 anos. Ao todo são 50 cidadãos chineses, 22 paraguaios, 19 chilenos, 18 peruanos, 13 bolivianos, 11 colombianos, sete equatorianos, cinco dominicanos, um brasileiro e um argentino.
A investigação revelou que 90% das mulheres eram submetidas à prostituição e 10% à escravidão. Enquanto isso, 17% dos homens eram usados no comércio sexual, ao passo que os 83% restantes foram submetidos ao trabalho escravo.
Uma jovem paraguaia, que já é mãe, trabalhava na casa de uma mulher conhecida como Assunción. A mulher propôs à paraguaia ir ao Chile para se tornar bailarina no porto de Iquique, no extremo norte do país. A paraguaia foi levada então a um prostíbulo clandestino e foi privada de seus documentos. Assim, era obrigada a se prostituir.
A prática da exploração sexual tem crescido na região. O método das organizações que gerenciam a atividade ilegal é isolar a vítima de contato exterior e tirar seus documentos. Em geral, os criminosos divulgam na imprensa escrita propostas falsas de emprego, ou contam com a cumplicidade de pessoas próximas à vítima.