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Vem aí um importante livro sobre o trabalho escravo

"Um Olhar Social sobre Trabalho Escravo Contemporâneo" é o título do primeiro livro sobre o tema produzido pelo Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso, com recurso de ação judicial trabalhista. O livro foi escrito por estudantes de São Félix do Araguaia, que participaram de um concurso de redação sobre o tema "Trabalho Escravo Contemporâneo", após o 1º Seminário sobre o assunto realizado pela PRT23ª. As redações relatam experiências vividas e fatos reais que são do conhecimento de estudantes da rede pública de ensino e de alunos indígenas do grupo Karajás, que moram na região do baixo Araguaia, em Mato Grosso. A reflexão da comunidade sobre o Trabalho Escravo Contemporâneo ganha as páginas de um livro idealizado e produzido pelo ofício do Ministério Público do Trabalho de São Félix do Araguaia. A iniciativa nasceu durante um Seminário sobre Trabalho Escravo Contemporâneo realizado no município em novembro do ano passado. Na ocasião, foi divulgado o resultado do concurso de redação sobre o tema, anteriormente proposto para a discussão e apreciação da sociedade local. Os 100 melhores textos, selecionados por uma comissão composta pelo Procurador do Trabalho Raulino Maracajá Coutinho Filho, pelo padre Paulo Gabriel Lopes Blanco e pela professora Terezinha Gomes de Lima, compõem a publicação. Os autores das redações, escritas no gênero dissertativo, tiveram de abordar o significado social e as possíveis soluções para o Trabalho Escravo Contemporâneo na região, cuja história registra o segundo maior resgate no país de pessoas submetidas a condições análogas a da escravidão em 2007. Foram mais de 600 redações inscritas. O concurso foi dirigido a estudantes de 5ª a 8ª série e do Ensino Médio (rede pública e privada) e do EJA (Educação de Jovens e Adultos). Pela primeira vez, índios, do grupo Karajás, participam também da ação educativa promovida pelo MPT, escrevendo redações sobre o tema em sua língua original. Envolvimento da comunidade local A escolha por retratar o olhar da comunidade sobre o assunto denota a importância do envolvimento popular na luta contra as formas de exploração do trabalho humano "A idéia foi envolver os alunos e a comunidade de São Félix do Araguaia na discussão do tema, conscientizando-os sobre os seus direitos, formando multiplicadores para colaborar na prevenção do trabalho escravo e no combate ao mesmo, além de estimular a leitura, a criatividade e a cultura", explica Emerson Albuquerque Resende, Procurador do Trabalho, que na época coordenou o seminário e o concurso de redação. Dom Pedro Casaldáliga, um dos maiores combatentes do Trabalho Escravo em MT, escreve a apresentação do livro. No texto, ele parabeniza o MPT afirmando a necessidade da mobilização das pessoas para a cidadania e reafirma o compromisso da educação com a realidade e a mudança social. Em suas palavras: "A educação verdadeira deve atingir a consciência; aprender a conhecer a realidade, indo às causas: causas que merecem ser assumidas e causas que provocam a injustiça, a violência, o mal. E esta educação deve ser administrada e vivida já pelas crianças. Elas devem saber em que mundo está o que há de mal e de bem para rejeitar ou para abraçar." Também assina a apresentação, o Procurador do Trabalho Raulino Maracajá, que participou da seleção dos textos e atuou no Ofício de São Félix. Ele ressalta que várias das redações retratam o Trabalho Escravo com o conhecimento de causa de quem viveu ou conhece alguém que passou por essa situação. "Infelizmente, não foram poucos os estudantes que expuseram fatos reais ocorridos consigo ou com familiares, narrativas que retratavam situações nefastas, indignas e aviltantes", lamenta. O livro conta ainda com a participação especial de Dom Pedro Casaldáliga e do […]

"Um Olhar Social sobre Trabalho Escravo Contemporâneo" é o título do primeiro livro sobre o tema produzido pelo Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso, com recurso de ação judicial trabalhista.

O livro foi escrito por estudantes de São Félix do Araguaia, que participaram de um concurso de redação sobre o tema "Trabalho Escravo Contemporâneo", após o 1º Seminário sobre o assunto realizado pela PRT23ª.

As redações relatam experiências vividas e fatos reais que são do conhecimento de estudantes da rede pública de ensino e de alunos indígenas do grupo Karajás, que moram na região do baixo Araguaia, em Mato Grosso.

A reflexão da comunidade sobre o Trabalho Escravo Contemporâneo ganha as páginas de um livro idealizado e produzido pelo ofício do Ministério Público do Trabalho de São Félix do Araguaia. A iniciativa nasceu durante um Seminário sobre Trabalho Escravo Contemporâneo realizado no município em novembro do ano passado.

Na ocasião, foi divulgado o resultado do concurso de redação sobre o tema, anteriormente proposto para a discussão e apreciação da sociedade local. Os 100 melhores textos, selecionados por uma comissão composta pelo Procurador do Trabalho Raulino Maracajá Coutinho Filho, pelo padre Paulo Gabriel Lopes Blanco e pela professora Terezinha Gomes de Lima, compõem a publicação.

Os autores das redações, escritas no gênero dissertativo, tiveram de abordar o significado social e as possíveis soluções para o Trabalho Escravo Contemporâneo na região, cuja história registra o segundo maior resgate no país de pessoas submetidas a condições análogas a da escravidão em 2007. Foram mais de 600 redações inscritas.

O concurso foi dirigido a estudantes de 5ª a 8ª série e do Ensino Médio (rede pública e privada) e do EJA (Educação de Jovens e Adultos). Pela primeira vez, índios, do grupo Karajás, participam também da ação educativa promovida pelo MPT, escrevendo redações sobre o tema em sua língua original.

Envolvimento da comunidade local
A escolha por retratar o olhar da comunidade sobre o assunto denota a importância do envolvimento popular na luta contra as formas de exploração do trabalho humano "A idéia foi envolver os alunos e a comunidade de São Félix do Araguaia na discussão do tema, conscientizando-os sobre os seus direitos, formando multiplicadores para colaborar na prevenção do trabalho escravo e no combate ao mesmo, além de estimular a leitura, a criatividade e a cultura", explica Emerson Albuquerque Resende, Procurador do Trabalho, que na época coordenou o seminário e o concurso de redação.

Dom Pedro Casaldáliga, um dos maiores combatentes do Trabalho Escravo em MT, escreve a apresentação do livro. No texto, ele parabeniza o MPT afirmando a necessidade da mobilização das pessoas para a cidadania e reafirma o compromisso da educação com a realidade e a mudança social.

Em suas palavras: "A educação verdadeira deve atingir a consciência; aprender a conhecer a realidade, indo às causas: causas que merecem ser assumidas e causas que provocam a injustiça, a violência, o mal. E esta educação deve ser administrada e vivida já pelas crianças. Elas devem saber em que mundo está o que há de mal e de bem para rejeitar ou para abraçar."

Também assina a apresentação, o Procurador do Trabalho Raulino Maracajá, que participou da seleção dos textos e atuou no Ofício de São Félix. Ele ressalta que várias das redações retratam o Trabalho Escravo com o conhecimento de causa de quem viveu ou conhece alguém que passou por essa situação. "Infelizmente, não foram poucos os estudantes que expuseram fatos reais ocorridos consigo ou com familiares, narrativas que retratavam situações nefastas, indignas e aviltantes", lamenta.

O livro conta ainda com a participação especial de Dom Pedro Casaldáliga e do Senador da República José Nery, Relator da Comissão Presidente da Sub Comissão Temporária de Combate ao Trabalho Escravo e Vice Presidente da Comissão de Direitos Humanos. A produção do livro recebeu o apoio de auditores fiscais do trabalho que cederam as fotos que foram usadas para a ilustração, e contou ainda com o trabalho da artista Irene Falbot que muito contribuiu com as suas expressivas ilustrações em diversas páginas e na contracapa do livro.

No último dia 28 de maio, os procuradores de Mato Grosso promoveram o lançamento do livro, durante o Congresso Nacional de Procuradores do Trabalho, em Brasília.

O próximo lançamento do livro será no dia 2 de junho do corrente ano, na Prelazia de São Félix do Araguaia/MT, às 20h00min horas, e terá as presenças do Procurador-Chefe do MPT em Mato Grosso, José Pedro dos Reis e do Arcebispo Emérito Dom Pedro Casaldáliga.

 


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