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Procuradora defende responsabilização de grifes por trabalho escravo; Zara fala em caso isolado

A procuradora do Ministério Público do Trabalho de Campinas (SP) Fabíola Junges Zani defendeu nesta quarta-feira (9) a responsabilização das marcas de roupas pelo emprego de mão de obra análoga à escravidão durante o processo produtivo. Segundo ela, os trabalhadores bolivianos que atuam nas oficinas de confecção, em São Paulo, são explorados por uma cadeia produtiva, que tem no topo, muitas vezes, marcas de grife. Segundo ela, a responsabilidade deve ser do beneficiário final, o detentor da marca. A declaração foi dada durante audiência pública da Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados. Segundo a procuradora, as marcas famosas têm mais de 100% de lucro. "Elas determinam o custo, o padrão e o tecido usado na produção das peças, feitas por empresas terceirizadas. Então, devem ser responsabilizadas por esse dano social, que é o trabalho degradante." A presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias do Setor Têxtil, Eunice Cabral, afirmou que trabalhadores do setor têxtil na capital paulista cumprem carga de trabalho de 16 a 18 horas por dia, recebendo em média R$ 2 por peça produzida. Segunda ela, a confecção que fornece mão de obra terceirizada para a empresa de moda Zara, tinha 300 trabalhadores há cinco anos. Hoje conta com apenas 30. Nesse período, segundo a presidente, a produção só aumentou. A rede espanhola foi denunciada em maio pela prática de trabalho escravo em oficinas de confecção em São Paulo. Eunice Cabral informou que a capital paulista conta com 80 mil profissionais no setor, a maioria bolivianos, atuando em condições sub-humanas. "Eles moram no próprio local de trabalho. São de 4 a 10 famílias em uma única casa. Muitos estão ilegalmente no Brasil, mas isso não dá o direito de serem explorados." O representante da Zara, Jesus Echevarria, entregou um documento à comissão em que afirma que a denúncia de trabalho escravo em oficinas que prestam serviço à empresa na capital paulista é um caso isolado. A Zara se comprometeu a adotar medidas para combater este crime. Entre elas, deve assinar amanhã (10) o Pacto Nacional pela Erradicação de Trabalho Escravo. Assim, firmará compromisso para não contratar fornecedores que constem de uma "lista negra" do Ministério do Trabalho, suspeitos de manter mão de obra escrava.

A procuradora do Ministério Público do Trabalho de Campinas (SP) Fabíola Junges Zani defendeu nesta quarta-feira (9) a responsabilização das marcas de roupas pelo emprego de mão de obra análoga à escravidão durante o processo produtivo. Segundo ela, os trabalhadores bolivianos que atuam nas oficinas de confecção, em São Paulo, são explorados por uma cadeia produtiva, que tem no topo, muitas vezes, marcas de grife. Segundo ela, a responsabilidade deve ser do beneficiário final, o detentor da marca.

A declaração foi dada durante audiência pública da Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados. Segundo a procuradora, as marcas famosas têm mais de 100% de lucro. "Elas determinam o custo, o padrão e o tecido usado na produção das peças, feitas por empresas terceirizadas. Então, devem ser responsabilizadas por esse dano social, que é o trabalho degradante."

A presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias do Setor Têxtil, Eunice Cabral, afirmou que trabalhadores do setor têxtil na capital paulista cumprem carga de trabalho de 16 a 18 horas por dia, recebendo em média R$ 2 por peça produzida.

Segunda ela, a confecção que fornece mão de obra terceirizada para a empresa de moda Zara, tinha 300 trabalhadores há cinco anos. Hoje conta com apenas 30. Nesse período, segundo a presidente, a produção só aumentou. A rede espanhola foi denunciada em maio pela prática de trabalho escravo em oficinas de confecção em São Paulo.

Eunice Cabral informou que a capital paulista conta com 80 mil profissionais no setor, a maioria bolivianos, atuando em condições sub-humanas. "Eles moram no próprio local de trabalho. São de 4 a 10 famílias em uma única casa. Muitos estão ilegalmente no Brasil, mas isso não dá o direito de serem explorados."

O representante da Zara, Jesus Echevarria, entregou um documento à comissão em que afirma que a denúncia de trabalho escravo em oficinas que prestam serviço à empresa na capital paulista é um caso isolado. A Zara se comprometeu a adotar medidas para combater este crime. Entre elas, deve assinar amanhã (10) o Pacto Nacional pela Erradicação de Trabalho Escravo. Assim, firmará compromisso para não contratar fornecedores que constem de uma "lista negra" do Ministério do Trabalho, suspeitos de manter mão de obra escrava.


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