Os documentários “Carne, Osso” e “Correntes”, produzidos pela Repórter Brasil, foram exibidos na Mostra CineTrabalho, realizada entre os dias 22 e 24 de fevereiro, em Coimbra, Portugal.
O evento, que reuniu filmes de curta e média metragens que tratam do tema do trabalho e da precariedade, faz parte do Projeto Tela Crítica, iniciativa mantida pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Marília (SP), sob a coordenação-geral do professor Giovanni Alves e curadoria de Élson Menegazzo.
Na abertura, Giovanni, que está em Coimbra para o desenvolvimento de projeto de pós-doutorado, declarou que pretende desenvolver ações na área da “etnografia visual do trabalho” que tragam para o debate acadêmico realidades do mundo laboral que ficam muitas vezes escondidas e acobertadas. Esta foi a primeira vez a primeira exibição itinerante do CineTrabalho fora do Brasil.
Ao final da apresentação do filme “Carne, Osso”, na última sexta-feira (24), Maurício Hashizume. editor da Repórter Brasil e participante da equipe de produção do documentário sobre as condições de trabalho em frigoríficos brasileiros, participou de uma roda de conversa com o público presente.
Realizada na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FE/UC), a exibição contou com o apoio do Núcleo de Políticas Sociais, Trabalho e Desigualdades (Postrade) do Centro de Estudos Sociais (CES), e pelo Núcleo de Sociologia da FE/UC.
Não precisamos ir longe, aqui em São Gabriel – RS é grande o nº de entradas semanais no plantão da Santa Casa de acidentados (cortados,mutilados, etc) de funcionários dos frigoríficos que aqui atuam , tbém é grande o nº de funcionários que chegam até o CAPS com problemas emocionais ligados ao trabalho nos frigoríficos onde é exigida alta produtividade, a rotatividade de funcionários é grande, jornada de trabalho que excede o limite humano, funcionários multifuncionais e aqui não tendo sindicato forte da categoria e muita mão de obra barata e desqualificada a exploração rola solta.
Aqui há o que Marx chama “de exército de reserva, que consiste no proletariado que é composto pelos desempregados. Esse excedente de mão-de-obra é essencial para o funcionamento do capitalismo, pois é ele que garante os baixos salários e, consequentemente, a acumulação burguesa. O termo ‘baixos salários’ não significa que o salário seja injusta ou abaixo do necessário ao trabalhador, mas sim suficiente para que o empresário mantenha a empresa lucrativa.
Sem o exército de reserva, ou simplesmente a massa de desempregados, os salários sobem desenfreadamente pois as empresas procuram trabalhadores. ”
Cícero Trindade – Psicólogo