Tefé

Os bem sucedidos acordos de pesca

Durante o primeiro mês de viagem, as entrevistas com ribeirinhos, comerciantes e pesquisadores indicaram um caminho insustentável para a pesca na Amazônia. Mas quando cheguei à Tefé, no Médio Solimões, boas notícias começaram a surgir.

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O presidente da Colônia de Pescadores, Natazildo Almeida Xavier, contou como foi possível reverter a escassez de peixes através de acordos de pesca. Há mais de uma década, os pescadores organizam quais as áreas do rio serão abertas à pesca e quais as espécies sob proteção. “Era uma calamidade de peixe aqui”. ele lembrou durante a entrevista. “Quando chegavámos ao porto, só faltava os clientes arrastarem a gente para a costa. […] O pessoal invadia, não esperava a gente levar (o peixe) para o mercado.”

O Instituto Mamirauá, com sede em Tefé, foi um dos atores chave na sustentabilidade da pesca nesta região. Os pesquisadores desta ONG mostraram a importância da conservação dos lagos nos afluentes do rio Amazonas para manter a qualidade de vida dos ribeirinhos.

Ana Claudia Gonçalves é coordenadora de manejo de pesca do Instituto Mamirauá. Ela explica que o caso mais emblemático para os pescadores em Tefé é o do pirarucu, espécie cuja captura se recuperou após anos de escassez.