Com o objetivo de humanizar o atendimento a vítimas do tráfico de pessoas no Pará, a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), por meio da Coordenação de Proteção dos Direitos dos Trabalhadores Rurais, Combate ao Trabalho Escravo e Tráfico de Pessoas (CTETP), promoveu, na quarta (18) e na quinta-feira (19), uma oficina sobre o tema “Capacitação dos profissionais de atendimento humanizado às mulheres (adultas, adolescentes e transexuais) vítimas do tráfico de pessoas”.
Segundo a coordenadora Leila Silva, as ações de capacitação se destinam a servidores de órgãos federais, estaduais e municipais, e a demais interessados. “A participação de todas as esferas é de grande importância para o sucesso do cronograma das ações, pois, além da construção, buscamos o fortalecimento da rede que atua no atendimento às vítimas do tráfico de pessoas. A participação de todos é um ponto positivo”, ressaltou.
A oficina foi realizada na capela de Nossa Senhora de Lourdes, em Belém. Da programação constaram várias palestras, divididas em cinco módulos, voltados a temáticas fundamentais para os profissionais que atendem vítimas de tráfico. Foram abordados temas como Introdução aos Direitos Humanos, Universo Migratório, Ordenamento Jurídico sobre o Tráfico de Pessoas, Política de Enfrentamento e Perspectiva de Gênero e Respeito à Diversidade Humana.
A defensora pública Anelyse Freitas, titular do Núcleo de Defesa dos Diretos Humanos (NDDH), informou que nove profissionais do órgão participaram das oficinas. Para ela, o tráfico de pessoas ainda é uma temática complexa e de difícil identificação. “As oficinas que vêm sendo realizadas nos possibilitam uma capacitação técnica sobre a temática, além de permitir uma integração entre os vários órgãos que atuam no combate ao tráfico de pessoas. Isso é essencial pra que possamos fortalecer e melhorar cada vez mais o trabalho desenvolvido”, declarou.
A oficina integra o cronograma de ações elaborado pela Coordenadoria, as quais vêm acontecendo desde agosto, em vários municípios de Ananindeua, Santa Bárbara do Pará e Benevides, além dos distritos de Icoaraci, Outeiro e Cutijuba, pertencentes a Belém. Ainda está prevista para setembro e outubro a realização de mais capacitações no município de Belém, e ainda em Santa Izabel.
No primeiro dia, a oficina contou com a presença da representante do Núcleo de Atendimento do Amapá, a psicóloga Talyta Pontes, que destacou a importância do trabalho de capacitação. Segundo ela, muitas vítimas do Pará acabam passando pelo Amapá, que está na rota do tráfico de pessoas.
Texto originalmente publicado pela Agência Pará de Notícias