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Comunidades
tradicionais


Quem estuda a sucessão de fatos que foi construindo o Brasil não encontra muitas histórias de como se deu a ocupação do país para além dos projetos de colonização oficiais. Invisíveis aos olhos da maioria e muitas vezes desconsideradas pelo Estado, muitas comunidades criaram modos de vida próprios, enraizados em territórios que foram transformando e construindo.

Neste especial, a Repórter Brasil retrata oito comunidades tradicionais diferentes. Durante muito tempo, elas se beneficiaram de certa invisibilidade e usaram estratégias silenciosas de relacionamento com o resto da sociedade para permanecerem nos locais que ocupavam. Hoje gritam a sua existência. Dar nomes aos seus modos de vida é um jeito de combater o avanço de invasores sobre suas terras e sobre suas águas.

Ao mergulhar nesse universo, encontramos histórias de violência, ameaças e conflitos, diante da expansão da fronteira agropecuária, da especulação imobiliária e de projetos geridos pelo governo. Elas são uma pequena amostra de milhares de comunidades espalhadas pelo país – e de suas lutas para serem o que são.

Para sobreviver, elas dependem da nossa rica diversidade de biomas: da Caatinga ao Cerrado, das florestas de Araucárias à Amazônia, dos mares aos rios. Os territórios que ocupam são alguns dos locais mais preservados do Brasil.

Juntas, estão formando articulações para compartilharem conflitos e estabelecerem estratégias coletivas de resistência, aprendendo com as experiências dos povos indígenas e quilombolas.

Muitas vezes, a palavra tradicional é associada a práticas do passado. Mas, ao percorrer a trajetória de uma pequena amostra dessas comunidades, este especial conta uma parte muito viva da nossa história, e que segue em construção.