Morro do Pai Inácio

 01/10/2000

Conta a lenda que Inácio, um trabalhador negro de um das fazendas da região, tinha um caso com a sobrinha de um coronel. Certo dia, o relacionamento foi descoberto e os jagunços perseguiram Inácio até o topo do morro. O coronel perguntou se ele preferia saltar do abismo ou morrer à bala ali mesmo. Inácio tinha nas mãos um guarda-chuva, presente de sua amada. Então, pulou. Abriu a sombrinha e foi descendo suavemente até o chão para nunca mais ser visto.

Separado do parque nacional pela BR-242, que liga Salvador a Brasília, essa montanha oferece um dos mais belos pores-de-sol de toda a região e uma das vistas mais privilegiadas também. Por causa disso, o proprietário de suas terras colocou uma portaria na subida do morro e cobrou durante três anos R$ 7,00 por cabeça. Nesse período, 10 mil pessoas visitaram o mirante. Porém o dinheiro não era revertido para a conservação e uma multidão alçava o topo colocando em risco o lugar.

O GAP entrou na justiça, conseguiu a guarda do Pai Inácio e tornou a visitação gratuita novamente. É o grupo que controla o número de turistas que podem permanecer por vez, além do horário de visitação. Também garante a preservação do local com a ajuda dos guias turísticos das cidades de Palmeiras e Lençóis – bases para a visita à Chapada Diamantina.

Apesar de estar fora do parque, o Morro do Pai Inácio está em uma Área de Preservação Ambiental (APA). Até hoje, o dono não quis entrar em acordo e ainda briga para reaver o seu pote de ouro.

Voltar para a matéria Os tuaregues da Chapada Diamantina

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