Porto Alegre responsabiliza Microsoft por colapso

A falha de segurança em um programa que só a empresa poderia evitar foi suficiente para o caos virtual no 3º FSM
Por Thiago Guimarães
 25/01/2003

Milhares de sites no mundo todo, inclusive o oficial do Fórum Social Mundial e da Ciranda da Informação, saíram do ar na madrugada de hoje (25/01). A Coréia do Sul sofreu um “blecaute digital” e Tailândia, Japão, Filipinas e Índia tiveram muitas dores de cabeça com a lentidão ou as quedas temporárias de conexão. O motivo é um verme digital de 367 caracteres, mais ou menos o número de letras escritas até aqui.

O culpado pelo ataque ainda não foi encontrado. Mas um dos responsáveis já foi apontado do outro lado do mundo. “Um dos grandes responsáveis por isso é uma empresa chamada Microsoft”, afirmou em Porto Alegre Carlos Afonso, diretor da RITS (Rede de Informação para o Terceiro Setor), que mantém servidores de diversas entidades. Isso porque o verme aproveitou uma brecha de um programa da Microsoft que gerencia banco de dados. A invasão gerou um processo em cadeia, que se espalhou rapidamente pela rede mundial.

Segundo Afonso, o problema é que se trata de um software proprietário. Ou seja, só o fabricante pode evitar ou consertar o defeito. E isso não foi feito. O problema aconteceu às 3h30 da madrugada (horário de Brasília) e, passadas oito horas, ainda não tinha sido resolvido. O diretor da RITS deu estas informações enquanto defendia a adoção de softwares livres em projetos de inclusão digital em um painel do 3o Fórum Social Mundial. “Se outra internet fosse possível, ela seria sem a Microsoft”, completou Afonso, arrancando aplausos da platéia.

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