MTE liberta 35 na Rio da Liberdade, Pará

Foram libertados 35 trabalhadores escravos no município de Cumaru do Norte, Sudeste do Pará, nesta semana. Esta é a primeira ação de um grupo móvel de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) do ano e também a primeira encerrada após a execução, nesta quarta-feira, de três auditores e um motorista que fiscalizavam as condições de trabalho em fazendas da região de Unaí, noroeste de Minas Gerais. A equipe, sob o comando do auditor Paulo César Lima, também contou com membros do Ministério Público do Trabalho e da Polícia Federal
Por Redação Repórter Brasil
 29/01/2004

Foram libertados 35 trabalhadores escravos no município de Cumaru do Norte, Sudeste do Pará, nesta semana. Esta é a primeira ação de um grupo móvel de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) do ano e também a primeira encerrada após a execução, nesta quarta-feira, de três auditores e um motorista que fiscalizavam as condições de trabalho em fazendas da região de Unaí, noroeste de Minas Gerais. A equipe, sob o comando do auditor Paulo César Lima, também contou com membros do Ministério Público do Trabalho e da Polícia Federal.

Os trabalhadores foram encontrados na fazenda Rio da Liberdade, de criação de gado, sobrevivendo de forma degradante, sem alojamento ou alimentação decentes e privados de sua liberdade. De acordo com Marcelo Campos, assessor da Secretaria de Inspeção do Trabalho do MTE, o “gato” – como são chamados os contratadores de mão-de-obra – foi preso durante a ação. Com ele foram encontrados um revólver calibre 38, uma carabina e duas espingardas. Chamado de “Tocantins”, o gato já havia cumprido quatro anos de detenção por causa de um homicídio e estava em liberdade condicional. Porém, desta vez, ele não ficou muito tempo na cadeia. Foi solto pouco depois e fugiu.

De acordo com cálculos preliminares, o proprietário, Flávio Almeida, terá que pagar em média R$ 1250,00 por trabalhador. A fazenda fica em uma região de fronteira agrícola do Pará, conhecida pela violência como são tratados os trabalhadores, por conflitos e grilagem de terra, além daderrubada ilegal de mata. Nesta fazenda, foram encontradas três motosserras irregulares. O local da fiscalização é isolado, distando sete horas de viagem do município de Redenção em carros tracionados.

Minas Gerais

O governador Aécio Neves, declarou ontem que, “há muito tempo”, não se registra trabalho escravo em Minas Gerais. O estado realmente não é um dos mais preocupantes em se tratando da prática, como Pará, Mato Grosso e Tocantins, mas possui constantes denúncias de trabalho degradante e de superexploração – inclusive na região de Unaí – situação não menos confortável.

Mas vale lembrar: uma ação realizada por um grupo móvel de fiscalização do MTE libertou 24 trabalhadores escravizados na fazenda Boa Vista, município de Claraval, Minas Gerais, de propriedade de Reginaldo Freire Leite. Era julho de 2002.

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