Na madrugada de hoje (19/03), os dois últimos acusados de terem sido os mandantes do assassinato de padre Josimo, Nazaré Teodoro da Silva (Deca) e Oswaldo Teodoro da Silva (Mundico), foram inocentados pelo Tribunal do Júri de Imperatriz, Maranhão. O julgamento começou ontem (18/03), às 8 horas, e se encerrou hoje, às 2h30. A sentença foi pronunciada pelo juiz José dos Santos Costa.
A absolvição, por quatro votos a favor e três contra, indignou a mãe de padre Josimo, Olinda Tavares, os cerca de 300 trabalhadores rurais e representantes de entidades que acompanharam toda a sessão. A decisão contraria evidências demonstradas nos julgamentos anteriores. O Ministério Público já entrou com recurso pedindo a anulação do julgamento e solicitando novo Júri. A assistência de acusação foi assumida pelos advogados Aton Fon Filho, Sávio Barbalho e Vanderlita Fernandes Souza.
Padre Josimo Tavares foi assassinado no dia 10 de maio de 1986, enquanto subia as escadas do prédio da Diocese de Imperatriz, onde funcionava o escritório da Comissão Pastoral da Terra, à qual ele era ligado. No dia 15 de abril deste mesmo ano ele já havia sofrido um atentado.
Em 1991, no dia 13 de março, Geraldo Vieira, Adailson Vieira, Osmar Teodoro da Silva, Guiomar Teodoro da Silva, Nazaré Teodoro da Silva e Oswaldo Teodoro da Silva foram indiciados como mandantes do assassinato de Josimo. Em 1998 foram julgados e condenados Adailson Vieira, Geraldo Paulo Vieira (pai de Adailson) e Guiomar Teodoro da Silva. Os dois primeiros a 19 anos de prisão, e Guiomar a 14 anos e 3 meses. Geraldo morreu alguns meses depois da sentença. Osmar Teodoro da Silva, que estava foragido, foi capturado pela polícia em 2001. Em setembro do ano passado ele foi condenado, por unanimidade, a 19 anos de reclusão.
Geraldo Rodrigues da Costa, o pistoleiro que matou padre Josimo com dois tiros, foi condenado, em 1988, a 18 anos e 6 meses de prisão. Ele conseguiu fugir da penitenciária por três vezes e hoje está foragido.