Comércio de vanguarda

 15/06/2004

Lojas, lojinhas e camelôs dividem espaço com pedestres e automóveis na rua Santa Ifigênia. E, nas ruas de seu entorno, a confusão não é diferente. Profissionais da área de eletroeletrônicos e consumidores em geral vão à Santa Ifigênia em busca de produtos com preço abaixo do mercado. O economista João Bolsoni, diretor de relações públicas do Câmara de Dirigentes Lojistas da Santa Ifigênia, estima que entre 10 e 15 mil pessoas passam por lá todos os dias. A entidade possui 120 empresas associadas, que representa cerca de um quarto do comércio legal da região. João insiste em dizer que todas as associadas são formalizadas e seguem a legislação.

A história da Santa Ifigênia sempre esteve ligada à atividade comercial. A rua atrai lojistas desde o surgimento da Estação da Luz, no início do século XX. No começo, lojas de vestuário, calçados, ferragem e selaria eram freqüentados pelos fazendeiros e paulistas do interior do Estado. Nos anos 30 e 40, conta João, com a popularização do rádio, a rua se transformou em local de mão-de-obra técnica especializada e de venda de produtos de vanguarda. Entre 50 e 60, o comércio se virava para o surgimento da televisão e dos eletrodomésticos. Nas duas décadas seguintes, os computadores e a telefonia começaram a ganhar força.

Hoje, comenta João, “a Santa Ifigênia traz para o centro produtos de ponta. O preço sempre tem que ser o melhor do Brasil”. E justamente pelo fato de ser barato demais, muitos consumidores desconfiam da origem dos produtos. Mas o economista garante que a oferta se dá porque os lojistas compram direto com os fabricantes, e em quantidades muito grandes.

 

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