Grupos de mídia são empresas e, como tais, têm interesses econômicos e políticos que influenciam na circulação das notícias que consumimos. No Brasil, essas características se acentuam ainda mais: as empresas jornalísticas funcionam como grupos empresariais familiares (os Marinho da Globo, os Saad da Band, os Mesquita do Estadão), quase todos falidos e dependentes do socorro monetário do governo. No meio desse caos onde a primeira vítima é a verdade, como identificar essas motivações obscuras? Como filtrar o que é informação e o que é interesse dos donos de empresa – seja esse interesse econômico, político ou cultural? Conhecer os bastidores das engrenagens econômicas e políticas que fazem rodar as rotativas de imprensa é um passo essencial em busca da leitura crítica. Mostraremos que a relação nem sempre explícita entre política e jornalismo pode determinar como cada notícia é veiculada – e mesmo decidir o que é notícia. De outro lado, a mídia deixa de ser um mero observador da realidade e se coloca cada vez mais como ator político, interferindo nos destinos da administração pública. Como se relacionam jornalistas e donos de jornais com os políticos? Por que algumas empresas são sempre governistas, enquanto outras se colocam sempre como oposição interessada?
Indicações de leitura
BAYMA, Israel Fernando de Carvalho. A Concentração da Propriedade de Meios de Comunicação e o Coronelismo Eletrônico no Brasil. Texto disponível em http://projeto.redigir.sites.uol.com.br/palestras/04_040403_economiapolitica.pdf
KUCINSKI, Bernardo. Jornalismo na Era Virtual. Capítulo 7, “Do Discurso da Ditadura à Ditadura do Discurso – Dez Paradoxos do Jornalismo Neoliberal”, p. 113 a 121. São Paulo, Perseu Abramo/Unesp, 2005.
PACHECO, Paula. “Pires para a Mídia”. Reportagem da revista Carta Capital, abril de 2004, p. 30 a 38.
