Em 2002, Portugal descriminalizou as drogas ilícitas, ou seja, o usuário não é mais tratado como um criminoso. Na Holanda, pode-se fumar maconha em 800 cafés, mas não na rua. O governo do país admite que você pode ter até cinco pés de maconha em casa para uso terapêutico. Isso não significa, porém, a conivência com as drogas. "Em geral, nos países em que a descriminalização acontece há também um enrijecimento das leis contra o tráfico. Ameniza para o usuário, piora para o traficante", afirma o pesquisador Thiago Rodrigues. Países como a Inglaterra, Espanha e Austrália também têm caminhado nesse sentido, principalmente com relação à maconha. Hoje, no Brasil, após mudanças legislativas, a tendência é encaminhar o usuário para tratamento e utilizar penas alternativas, como prestação de serviços à comunidade, ao invés de cadeia.
"Enquanto o problema é colocado como criminal, você o demoniza e não consegue informar a população sobre ele", lembra Wálter Maierovitch. Muito a implantação de programas de redução de danos, como a distribuição de seringas para usuário de heroína para evitar o contágio de doenças através do compartilhamento de sangue.
Em alguns países, como os muçulmanos, condena-se o álcool, mas o haxixe é liberado. Há também locais em que o uso de drogas ilícitas é permitida devido às tradições culturais ou religiosas. Um exemplo é a folha de coca, mascada pelas população andinas muitos séculos antes da cocaína ser listada como uma droga ilícita.
