Além de ler e escrever, alunos do Brasil Alfabetizado vão aprender a evitar a escravidão

 12/07/2006

Professores do programa Brasil Alfabetizado devem ajudar a combater a escravidão nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, onde ocorre com maior freqüência. O ministro da Educação, Fernando Haddad, e representantes da Organização Internacional do Trabalho (OIT) assinaram hoje (12) um protocolo de intenções para dar continuidade à elaboração e distribuição de uma cartilha que será utilizada na prevenção do trabalho escravo.

Desde junho, mais de 42 mil cartilhas com informações sobre o trabalho escravo, elaborada pela organização não governamental Repórter Brasil, foram distribuídas a alfabetizadores. A idéia é fazer com que eles orientem seus alunos a identificar situações de risco para o trabalhador.

Haddad explicou que a distribuição do material aos educadores do Brasil Alfabetizado é importante porque a incidência do trabalho escravo é maior entre pessoas com pouca escolaridade e analfabetas. De acordo com o ministro, os alfabetizandos serão prevenidos dos riscos de se deixar levar por promessas falsas.

“A escravidão sempre começa com uma falsa promessa de trabalho digno. Em geral, criam-se dívidas fictícias que aprisionam o trabalhador, que quer honrar sua dívida e não sai de um círculo vicioso que o mantém coagido em uma situação de trabalho forçado”, afirmou Haddad.

Para a coordenadora nacional do Projeto de Combate ao Trabalho Escravo no Brasil da OIT, Patrícia Audi, a iniciativa do MEC mostra o interesse do Brasil em resolver o problema. “A nossa intenção é exatamente dar o perfil do trabalhador aliciado, que é um trabalhador com poucos anos de estudo ou mesmo analfabeto”.

Após a primeira fase de distribuição de cartilhas para os estados com maiores índices de trabalho escravo, o Ministério da Educação pretende levar o material a todo o país. A previsão é que isso ocorra depois do período eleitoral.

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