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Igualdade e auto-suficiência

Desapropriação da comunidade do Caldeirão, onde sertanejos buscavam a liberdade em comunidade autônoma no semi-árido cearense, completa 70 anos. Expulsão das famílias foi seguida por massacre em que morreram cerca de 700 pessoas

(Veja a programação do evento Caminhos do Beato Zé Lourenço, que lembrará os 70 anos da expulsão da Comunidade do Caldeirão)

Em 11 de maio de 1937, um ruído no céu da chapada do Araripe assustou os camponeses. Com medo, eles tentavam se esconder entre as árvores enquanto máquinas voadoras deslizavam pelos ares daquela região do Cariri, no sul do Ceará. Homens, mulheres e crianças fugiam de algo que, com certeza, viam pela primeira vez. O desespero foi ainda maior quando os aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) começaram a metralhar. Muitos ali devem ter sussurrado o derradeiro pai-nosso. Outros nem tiveram tempo para tanto.

Chapada do Araripe, no Ceará, palco do massacre de 700 seguidores do beato José Lourenço

Quarenta anos após o massacre dos sertanejos liderados por Antônio Conselheiro, em Canudos, na Bahia, e 20 anos depois da Guerra do Contestado, episódio com desfecho semelhante ocorrido nos estados do Paraná e de Santa Catarina, as tropas de diferentes esferas do poder público novamente uniam forças para abater humildes agricultores brasileiros. Desta vez as vítimas pertenciam à comunidade do sítio Caldeirão, cujo líder era o beato José Lourenço.

Naquele dia, a polícia militar do Ceará e os aviões enviados pelo Ministério da Guerra exterminaram nordestinos religiosos e pacíficos que por dez anos tinham buscado apenas uma forma de sobreviver às mazelas da vida sertaneja: seca, fome, coronelismo… Em 21 de março de 2005, o Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural do Ceará (Coepa) tombou uma área de 60 hectares pertencente ao núcleo do que um dia foi o sítio Caldeirão. Com isso, o governo estadual tenta corrigir um erro histórico, reconhecendo a importância do episódio em que migrantes, principalmente do Rio Grande do Norte, viveram uma utopia de igualdade e auto-suficiência baseada na fé cristã. A medida, porém, não pode reparar a morte dos 700 – 400, segundo dados oficiais – seguidores de José Lourenço, discípulo do padre Cícero.

Formação

Assim como em Canudos, população do Caldeirão era formada por sertanejos que viam o misticismo como única alternativa para a sobrevivência no semi-árido (foto:reprodução)

Longe do litoral nordestino, um emaranhado de crenças – cristãs e pagãs – caracterizava a religiosidade popular das terras secas nas primeiras décadas do século 20. Sem contar com assistência do Estado e da Igreja para enfrentar as dificuldades de sobrevivência, os sertanejos tinham poucas opções, como o cangaço, o trabalho semi-escravo nos latifúndios dos coronéis ou o misticismo. Assim, Virgulino Ferreira da Silva se tornou o "Lampião". E Antônio Vicente Mendes Maciel, o "Conselheiro".

A alternativa da fé era encabeçada por profetas populares, que viam a miséria como um "castigo de Deus" e encorajavam a prática de penitências como forma de obter a salvação. Para eles, as mazelas do nordeste eram sinais de que o fim do mundo estava próximo e, portanto, não tardaria a grande viagem ao paraíso divino.

Quando deixou seu lar para trabalhar em fazendas de gado próximas à sua cidade, no estado da Paraíba, José Lourenço Gomes da Silva era ainda jovem. Ao retornar para casa, após anos de ausência, soube que seus pais haviam mudado para Juazeiro do Norte, no Ceará – lugar que se tornara um pólo de atração devido à fama do padre Cícero.

De 1894 até 1946, José Lourenço liderou arraiais onde se uniam os menos favorecidos (foto:reprodução)

Em 1890, já novamente ao lado de sua família, José Lourenço acabou conquistando a amizade do famoso sacerdote. Depois de viver alguns anos nas proximidades de Juazeiro e de integrar algumas seitas de penitentes – pessoas que rezavam em cemitérios pelas almas do purgatório e que praticavam autoflagelação para se purificar dos pecados -, o paraibano arrendou o sítio Baixa Dantas, onde formou uma comunidade. De 1894 a 1926, ali foi desenvolvida sua primeira experiência de trabalho coletivo igualitário. Enxada na mão, José Lourenço e seus companheiros enfrentaram o desafio imposto pelo terreno pedregoso e passaram a cultivar frutas, cereais, algodão e hortaliças. A comunidade crescia à medida que muitas famílias chegavam a Juazeiro – a "meca sertaneja" – sem ter trabalho ou moradia e eram encaminhadas pelo padre Cícero aos cuidados do beato.

Apesar dos progressos no Baixa Dantas, a vida dos moradores do lugar não foi isenta de percalços. Em 1921, surgiu o boato de que o boi doado pelo padre Cícero para melhorar a raça do gado local estava sendo adorado pela comunidade. Floro Bartholomeu, chefe militar de Juazeiro, prendeu José Lourenço por 18 dias e matou o boi, num ato denominado por ele de "combate ao fanatismo". Anos depois, o beato enfrentaria outra situação intrincada. O sítio em que a comunidade vivia foi vendido, e o novo proprietário expulsou os camponeses sem qualquer indenização.

Diante desse problema, o padre Cícero encaminhou José Lourenço e seus seguidores à sua fazenda Caldeirão dos Jesuítas. A aridez do lugar, limitado ao norte pela caatinga e ao sul pela floresta do Araripe, não desanimou o hábil grupo de lavradores que havia trabalhado por 32 anos no Baixa Dantas. Tocado como um projeto coletivo, logo o Caldeirão começou a se transformar.

Famílias de todo o nordeste, a maioria proveniente do Rio Grande do Norte, passaram a viver de trabalho e oração naquele pequeno terreno de 500 hectares no interior do Ceará, que chegou a comportar 2 mil pessoas. Ali tudo era feito em sistema de mutirão, e imperava a cooperação. As obrigações eram divididas e os benefícios distribuídos conforme as necessidades de cada um.

Sem coronéis para explorar a mão-de-obra, os camponeses experimentaram sopros de liberdade. A paraibana Maria Inácia tinha 10 anos quando morou no Caldeirão, lugar que recorda com um olhar saudoso: "Era o mesmo que um céu aberto. Logo que amanhecia, meu padrinho Lourenço era o primeiro a sair para a lida. Nós tomávamos café ali mesmo, na roça. Às 9 horas vinha uma carga de rapadura para merendar, e às 11 chegavam as cozinheiras com o almoço. Na roça, tudo o que se planta, lá a gente plantava", lembra enquanto mostra orgulhosa as fotos dos "padrinhos" Cícero e José Lourenço, penduradas na parede da sala.

Relatos como o de Maria Inácia são freqüentes entre antigos membros da irmandade formada no Caldeirão. Todavia, essa memória positiva só é possível porque houve um grande empenho no passado. Após os primeiros anos de adaptação, as atividades foram diversificadas e a comunidade caminhou para a auto-suficiência, produzindo quase tudo de que precisava: desde roupas e sabão até panelas, copos e baldes. Para tanto, os artesãos, carpinteiros e ferreiros utilizavam matéria-prima local. Os tecidos, por exemplo, eram feitos com algodão cultivado na própria fazenda. O que não conseguiam obter ali era comprado nas cidades próximas.

Durante seis anos se trabalhou na construção da Capela de Santo Inácio de Loyola, que foi abandonada inacabada em 1936

Para os membros da comunidade, era importante que houvesse uma igreja onde pudessem praticar a religião tradicional. Apesar de nunca terem recebido a visita de um sacerdote, ainda que tivesse sido solicitado, no começo da década de 1930 um mestre-de-obras foi convidado a ajudar na construção da Capela de Santo Inácio de Loyola, na parte central do Caldeirão. A expulsão dos camponeses, porém, ocorrida cinco anos depois, impediu que a obra fosse concluída. Hoje, restaurada pela prefeitura do Crato, a igrejinha é um dos principais marcos históricos do sítio.

Dentre as virtudes da comunidade do Caldeirão, também conhecida como Irmandade de Santa Cruz, a caridade sobressaiu durante a seca de 1932. Constantes no semi-árido nordestino, duas grandes estiagens forçaram os sertanejos a migrar para o litoral nas primeiras décadas do século passado. Para controlar a "invasão de flagelados" na de 1915, o governo do Ceará construiu o Campo de Refugiados do Alagadiço, onde uma epidemia de varíola matou boa parte dos reclusos. Em 1932, com a intenção de manter os retirantes longe de Fortaleza, os órgãos públicos intensificaram as medidas de contenção. Assim, ergueram sete campos de concentração – ou "currais", na linguagem popular – distribuídos pelas linhas férreas do estado.

Enquanto os dois campos próximos da capital reuniram cerca de 5,5 mil pessoas, o de Buriti, no Crato, que tinha capacidade para no máximo 5 mil, aglutinou por volta de 18 mil. Segundo a historiadora Rosângela Martins, durante a seca de 1932 os refugiados de Buriti foram vigiados rigorosamente por sentinelas. Havia ali até mesmo uma prisão interna para os desobedientes. Por causa da desnutrição e de doenças, "morria gente todos os dias, e um caminhão passava recolhendo os corpos no final da tarde para jogá-los em valas na parte alta do campo", afirma Rosângela.

Alguns retirantes tiveram sorte e conseguiram driblar o Campo de Buriti e chegar até o Caldeirão, onde as atividades corriam normalmente, já que mesmo nos anos de estiagem não faltava comida. José Lourenço solidarizou-se com os sertanejos e integrou à sua comunidade pelo menos 500 pessoas que pediram auxílio.

Exemplo ecológico
O termo "caldeirão", antes de dar nome ao sítio que abrigou a irmandade liderada pelo beato José Lourenço, já designava uma falha geológica formada por pedras que se enchiam de água do riacho que por ali passava. Essa estrutura natural foi muito importante para o desenvolvimento da comunidade, porque a água ficava acumulada no "caldeirão" mesmo em tempos de seca.

O clima na região do Cariri é semi-árido, com chuvas concentradas nos quatro primeiros meses do ano. Depois desse curto período, nem uma gota cai do céu. Por isso o desafio maior para o pessoal do sítio era irrigar as plantações, uma vez que o solo não possibilitava a retenção de água.

Para o geógrafo Arlindo Siebra, a comunidade era um exemplo de bom uso dos recursos naturais

"Como é possível sustentar toda uma comunidade dependendo de um solo que tem restrições agrícolas? O grande mérito do beato foi exatamente este: ele soube utilizar os recursos e os ecossistemas do semi-árido", afirma o geógrafo Arlindo Siebra. Além do modus vivendi igualitário, o Caldeirão foi um exemplo ecológico para o nordeste. Segundo Siebra, a comunidade construiu várias microbarragens e dois açudes. Faziam também um tipo de cisterna, que cobriam para evitar a evaporação, armazenando a água no subsolo.

Outra característica importante frisada por Siebra era o não-desmatamento da "coroa da serra" – como são chamadas as partes mais altas da fazenda. Normalmente os agricultores trabalham com rotação de culturas, ou seja, queimam a vegetação para adubar o solo e depois plantam durante cerca de três anos. Posteriormente, abandonam a área – deixam a vegetação brotar de novo, o que chamam de "encapoeiramento" – para repetir o processo após três ou cinco anos. A falta de espaço, porém, impedia José Lourenço de fazer as rotações.

Segundo Siebra, o beato "só plantava abaixo da `coroa da serra`, e apenas em um trecho por ano, passando depois para outro. Como a cobertura vegetal da coroa permanecia intacta, quando chovia as sementes eram dispersadas de cima para baixo. Dessa maneira, utilizando a força da gravidade, a área encapoeirava mais rápido que um terreno plano". Com esse manejo agrícola, somado à criação de peixes e de gado, as quase 2 mil bocas da irmandade não sentiam falta de comida.

Expulsão

A amizade com Padre Cícero garantiu por décadas a segurança de José Lourenço

Se no Baixa Dantas os camponeses perderam o direito à terra e tiveram de sair às pressas, no Caldeirão não foi diferente. Aliás, pior. José Lourenço não era considerado pelas elites do Ceará um simples beato analfabeto e inofensivo, mas um perigoso líder capaz de articular grandes levantes contra a ordem pública. O principal problema apontado era a organização da comunidade, que as oligarquias tachavam de comunista.

As autoridades, na verdade, queriam o fim do Caldeirão, mas havia um problema: a ligação entre o beato José Lourenço e o padre Cícero. Brigar com o "Padrinho" não valia a pena, em hipótese alguma. Porém, com a morte do sacerdote, aos 90 anos, surgiu a oportunidade tão esperada, uma vez que desde 1923 o testamento do religioso garantia a propriedade do Caldeirão aos padres salesianos.

Por essa razão, o beato José Lourenço teve de começar a pagar tributos aos novos proprietários pelo usufruto da terra. Segundo José Tavares de Lira, filho e neto de ex-moradores do Caldeirão, seu pai sempre levava uma tropa de burros carregada de gêneros para os salesianos. Contudo, em 1936, o bacharel Raymundo Norões Milfont, representante jurídico dos padres, solicitou reintegração de posse.

No mesmo ano, a cidade de Fortaleza sediou uma reunião de representantes de seis instituições: diocese do Crato, ordem dos padres salesianos, Liga Eleitoral Católica, polícia política (Deops), polícia militar e governo do Ceará. Os presentes ouviram relatos do capitão José Bezerra, da polícia militar, que, em busca de um pretexto para a invasão, havia espionado a comunidade para ver se ali havia armas. O oficial não as encontrou, mas disse que as forças públicas precisavam agir "com rapidez fulminante, para evitar a possibilidade de uma reação premeditada", pois havia muita gente no arraial.

As autoridades temiam resistência semelhante à de Canudos, onde o exército brasileiro fora seguidas vezes derrotado, até que, em 1897, promoveu o massacre de milhares de camponeses. Alegaram também o risco de o Caldeirão resvalar para as mãos de líderes marxistas, já que no final de 1935 Luís Carlos Prestes tinha comandado a Intentona Comunista, cujo primeiro levante havia ocorrido no Rio Grande do Norte.

No dia 11 de setembro de 1936, as forças do Estado invadiram o Caldeirão. Coturnos de policiais civis e militares entraram marchando, mas não encontraram o beato José Lourenço, que havia fugido para a floresta da chapada do Araripe, onde ficou escondido até o início de 1938. Lá ele tomou o cuidado de não fixar residência, vivendo de forma nômade em construções de palha improvisadas, alimentando-se de frutas silvestres e, por vezes, de gêneros doados por amigos de fazendas próximas. No dia da invasão, porém, o capitão Cordeiro Neto ficou confuso sobre a atitude a tomar diante das mais de 400 casas de taipa. Optou pela devastação: expulsou os moradores, queimou os casebres e entregou parte dos bens ao município do Crato. "A polícia chegou lá e acabou com tudo. Levaram o que havia no armazém, e até as portas da casa do beato", conta José Lira.

Homens de confiança de José Lourenço foram presos e conduzidos a Fortaleza. Retornaram ao Crato após 14 dias e encontraram pessoas da comunidade vivendo no pé da serra da Conceição, nas entranhas do Araripe, sob constantes maus-tratos das autoridades, que permaneciam em alerta. No depoimento dado ao pesquisador Régis Lopes, Eleutério Tavares, morador influente do Caldeirão, comentou a ação policial: "Lá, bateram em pessoas, fizeram gente engolir rosário na ponta da baioneta. Só não fizeram matar mesmo".

No início de 1937, as autoridades do Ceará receberam denúncias sobre o pessoal de José Lourenço, que após a dissolução da comunidade vivia clandestinamente nas matas da chapada do Araripe. Corriam boatos de que ex-integrantes do Caldeirão, chefiados pelo mensageiro Severino Tavares, atacariam o Crato. Ciente disso, o capitão Bezerra e 11 soldados da polícia de Juazeiro foram até lá para checar as informações e entraram em conflito com um grupo de camponeses. Nesse embate, morreram o capitão e três praças. Do outro lado, foram cinco perdas, entre elas, Severino.

Após a divulgação daquele conflito, fortes contingentes militares partiram de Fortaleza à caça dos remanescentes do Caldeirão, determinados a vingar a morte do capitão Bezerra. O ministro da Guerra, general Eurico Gaspar Dutra, colocou a força federal à disposição do governo cearense e autorizou o vôo de três aparelhos do Destacamento de Aviação, sob responsabilidade do capitão José Macedo, para auxiliar no reconhecimento da zona e localização dos camponeses.

Dos aviões, as metralhadoras dispararam, enquanto 200 patrulheiros vasculhavam a chapada do Araripe para concluir a missão. Naquele 11 de maio de 1937, cerca de 700 lavradores foram massacrados. Nenhum soldado
morreu. Mesmo depois da "grande investida" militar, policiais continuaram a perseguir, prender, torturar e matar pessoas que se vestissem de preto e portassem rosário – as características dos seguidores do beato.

Em 1938, José Lourenço retornou ao sítio Caldeirão e ali permaneceu por dois anos, até ser novamente expulso pelo procurador dos padres salesianos, proprietários da fazenda. Seguiu então para Exu, no lado pernambucano da chapada, onde montou outra comunidade, no sítio União, comprado com os 7 contos de réis recebidos como indenização por uma parte dos bens do Caldeirão. O advogado do beato tentou mover uma ação contra o Estado para recuperar a totalidade das perdas do arraial, todavia o pedido não foi atendido.

José Lourenço morreu em 12 de fevereiro de 1946 no sítio União, vítima de peste bubônica. Seguidores carregaram o caixão com seu corpo, a pé, de Exu até Juazeiro do Norte, num percurso de 70 quilômetros. Depois da longa e cansativa jornada, o corpo do beato foi velado na casa de Eleutério Tavares. Em seguida, os fiéis solicitaram uma missa a monsenhor Joviniano Barreto, porém o vigário não apenas recusou o pedido, como proibiu a entrada do esquife na capela: "Eu não celebro missa para bandido", alegou o sacerdote.

Após serem rejeitados na "casa de Deus", e debaixo da chuva que caía em Juazeiro do Norte, os amigos do beato fizeram o sepultamento no Cemitério do Socorro, ao lado da igreja homônima. A estudante de pedagogia Ana Izabel Tavares é quem atualmente cuida do jazigo, onde estão até hoje as imagens de santos que tinham sido importadas da Alemanha para a Capela de Santo Inácio de Loyola.

Patrimônio
A estrada de terra esburacada dificulta o acesso ao Caldeirão, situado no município do Crato, entre os distritos de Monte Alverne e Dom Quintino. Em 1998 o ex-secretário municipal de Cultura Rosemberg Cariry apresentou projeto com o objetivo de transformar o sítio num grande parque histórico, com museu e anfiteatro para eventos ligados à cultura popular. No mesmo ano, a prefeitura do Crato comprou a parte central do terreno onde viveu a irmandade liderada pelo beato José Lourenço e reformou a Capela de Santo Inácio de Loyola, colocando portas novas, pois as originais haviam sido roubadas na invasão policial de 1936.

Atualmente a única família residente no sítio é a do agricultor Raimundo Batista. Embora não seja remanescente da antiga comunidade, ele sabe que ali havia fartura, ao contrário do que acontece hoje, pois mal consegue garantir a própria subsistência: "Isto aqui era um Caldeirão vivo, hoje é um Caldeirão morto", lamenta. O isolamento só é quebrado pelas romarias de setembro ou quando aparecem pesquisadores para examinar as ruínas da fazenda.

O "caldeirão", que garantia o abastecimento da comunidade mesmo nos tempos de seca, está cada vez mais raso devido ao assoreamento

A cruz ao lado da capela, por exemplo, indica o cemitério. Mais adiante fica o "caldeirão" de pedras, onde os filhos de Raimundo aproveitam para nadar e fugir do calor da caatinga. Segundo Arlindo Siebra, o "caldeirão" está passando por um processo de assoreamento, ou seja, perdendo profundidade. Isso indica que mesmo após o Coepa ter ratificado a importância do sítio, em março deste ano, ainda faltam medidas de manutenção. Pouco a pouco os vestígios históricos, como a casa do beato José Lourenço, estão desaparecendo.

Esse estado de abandono já ficou patente em 1991, quando agricultores ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) ocuparam o terreno do Caldeirão. Após negociarem com o governo do Ceará, eles saíram e foram encaminhados para as fazendas Gerais e Carnaúbas, a 12 quilômetros dali, onde fundaram a Associação 10 de Abril, que no momento engloba 46 famílias. "Se não fosse a ocupação, a maioria das pessoas teria de trabalhar nas fazendas. Aqui a gente pode ficar livre dos pés dos patrões", afirma Antônio Gomes, professor do ensino fundamental na escolinha do assentamento. Para ele, o exemplo do Caldeirão continua presente como símbolo de liberdade.

Pesquisa
Graças aos esforços dos pesquisadores, hoje é possível conhecer inúmeros detalhes da história do Caldeirão. Filho de romeiros, nascido em Juazeiro do Norte, o sociólogo Domingos Sávio Cordeiro ouviu na infância muitos "causos" sobre o beato José Lourenço: "Eram sempre em forma de anedotas maliciosas ou mistificadas", lembra. Para escrever um trabalho recente sobre o Caldeirão, o professor da Universidade Regional do Cariri (Urca) consultou dezenas de jornais da época e entrevistou ex-moradores da antiga comunidade: "Falando com algumas pessoas que conviveram com o beato, ou ao menos o conheciam, ouvi relatos muito distintos. Seria pouco querer buscar uma única verdade dos fatos, então passei a investigar as versões, o que diziam, que mundo construíam". Com o livro Um Beato Líder – Narrativas Memoráveis do Caldeirão, publicado em 2004, Sávio Cordeiro dá continuidade a um rol de pesquisas científicas iniciadas na década de 1960 por Rui Facó (Cangaceiros e Fanáticos) e Maria Isaura Pereira de Queiroz (O Messianismo no Brasil e no Mundo).

A história da comunidade liderada pelo beato José Lourenço foi também contada em vídeo. No final de 1986, estreou em Fortaleza o documentário O Caldeirão de Santa Cruz do Deserto, de Rosemberg Cariry. Ali estão registrados depoimentos de pessoas direta ou indiretamente envolvidas com os fatos, tanto do lado dos camponeses como das autoridades. "A memória está viva, e devo dizer que, do que fiz, não tenho nada de que me arrepender", declara o ex-chefe de polícia, na época da filmagem general da reserva, Cordeiro Neto, que comandou respectivamente a expulsão de 1936 e a ação militar de 1937.

Já o ex-inspetor de polícia e ex-delegado de Ordem Política e Social José Góes de Campos Barros afirma ter reconhecido a falsidade das denúncias que, na época, motivaram a ação de despejo: "Acho que a imagem que se fez do Caldeirão sofreu muitas distorções. Não havia nenhuma intenção bélica da parte dos sertanejos, senão nem sei como é que teria sido. A impressão que tivemos foi de muita ordem, todos estavam bem alimentados, trabalhavam e tudo era distribuído equitativamente, segundo pudemos constatar".

O jornalista Hildebrando Espínola, por sua vez, enfatiza a ilegalidade da invasão policial: "Trata-se de um crime múltiplo contra o Caldeirão. Primeiro, porque foi executada uma reintegração de posse sob proteção militar, com equipamento armado do Estado, para proteger interesses particulares e sem a menor figura de juízo. Segundo, porque o Estado pura e simplesmente entendeu de limitar a liberdade de fé religiosa".

Ao longo do vídeo de Rosemberg Cariry, os depoimentos sobre os fatos ocorridos no Caldeirão são intercalados com expressões da cultura popular e do folclore nordestino. Próximo do final, há uma cena em que o poeta Antônio Gonçalves da Silva, o Patativa do Assaré, declama versos que homenageiam o beato José Lourenço, lembrando que a questão da mão-de-obra e da posse da terra foi o cerne dos massacres de Canudos e do Caldeirão.

Reportagem publicada originalmente em agosto de 2005 e produzida graças a uma parceria com a revista Problemas Brasileiros.


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16 Comentários

  1. carlos

    Talves voces nâo acreditem, maios o que falta é o julgamento dessa ação, mais não com nomes os reus e os autores, e quem de direito que promoveu a ação, o presidente da republica, exemplo o cargo, pois a função e de acordo com o cargo, não a pessoa nestes casos omissos basta de tanta omissão, se não ouve o encerramento do caso dizem e quando eu enviar o paracto, ele te lembrará todas as coisas…

  2. Cleide Fagundes de Souza

    Meu Deus do ceu, juro estou chorando, por mim, por eles, que vergonha, padres salesianos que piada, que crueldade, como fui alienada esses anos todos em relação a assuntos do sertão nordestino, Padre Cicero, esse extraordinário ser humano Jose Lourenço, que só procurou ajudar os menos favorecidos. Jesus Cristo, o Brasil devia se envergonhar de tanta barbaridade, e o governo então nojentos, insensíveis, militares da época, homens sem corações, assassinos, seus descendentes deviam sentir vergonha, muita vergonhae o pior que são familias abastardas financeiramente, como conseguem dormir será que de conciencia tranquila. vou pesquisar mais sobre tudo isso, queiro me inteirar e juro vou pergunt

  3. GERALDO

    é uma vergonha, o que foram capazes os padres salesianos, por isso ainda hoje tem mania de expulsão,expulsam até fieis da comunidades e da propria paroquia -leia-se Juazeiro do Norte-CE, aqui ainda continua o desmando

  4. Miguel Galli

    O livro "CALDEIRÃO" de Claudio Aguiar retrata toda a tragetória de Jose Lourenço em busca de um lugar para plantar e colher a verdadeira semente embrionária de uma sociedade justa e fraterna. Os exemplos estão ai, estes não morrem ou são destruídos. O Beato José Lourenço foi na realidade um homem santo, assim como são santos e sagrados todos os homens de bem, honestos, de caráter e fibra, mas antes disto, uma criatura absolutamente desprovida de egoísmos, maldades ou segundas intenções..um ser humano da mais alta qualidade, ou seja..UM GRANDE PERIGO PARA A MAIORIA ESMAGADORA DA ÉPOCA ! Caldeirão se foi, destruído, mas continua de pé dentro de cada um de nós, que ama a igualdade e a justiça.

  5. Edivaldo Ferreira de Melo

    Como conhecemos pouco a nossa historia, comecei lendo sobre a vida da Padre Cicero e terminei nesse documentario que muito me entristeceu pelas barbaridades cometidas pelos governantes sobre o pretesto de manter a ordem. Que os politicos cearenses tenham conhecimento desse fato e que não cometam erros similares. Edivaldo Ferreira, Niteroi-RJ

  6. brenda magalhaes pereira

    achei triste

  7. Luis Vinicius R. Arruda

    A nossa verdadeira história sempre foi distorcida mas o verdade sempre acaba prevalecendo poir mais que demore o massacre do caldeirão e uma mancha negra na hitória di nordeste e do Brasil.

  8. Ronaldo de Queiroz

    Começo com a seguinte pergunta: por que existem tantas famílias de sertanejos nordestinos tendo que passar necessidades por causa da extiagem? A comunidade do Caldeirão constituida sobe a liderança do Beato José Lourenço mostrou que, ainda no início do século XX, há como se disvencilhar das condições inóspitas proporcionadas pelo semi-árido juntamente com a extiagem. Estamos no século XXI e ainda sim o sertanejo sofre com o problema da seca, mas por que será ? Será pela falta de coragem de trabalhar, como afirma Euclides da Cunha na obra os Sertões, onde estgmatiza o sertanejo nórdestino sob uma ótica elitista? Ou pela necessidade da elite brasileira de mater suas regalias a partir dos pobre

  9. S.O.S - DIREITOS HUMANOS

    Prezados Srs., informamos que nossa ONG de defesa dos direitos humanos, entrou nesta semana na Justiça Federal no Ceará, com a primeira ação no Nordeste pedindo aos Governos Federal e Estadual para informarem a localização de vala coletiva onde jogaram 1.000 corpos de camponeses católicos no ano de 1937 e indenização no valor de 500 mil reais para os parentes das vítimas.

    Maiores informações favor ligar para,

    SOS Direitos Humanos:
    (85) 8719.8794/ 8613.1197- Otoniel ou Karem
    [email protected]
    http://www.sosdireitoshumanos.org.br

    A MATÉRIA QUE SAIU NO JORNAL DIÁRIO DO NORDESTE:

    SÍTIO CALDEIRÃO
    ONG quer indenizar famílias
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    Buscando justia: Otoniel Ajala Dourado e Karem Alves Melo, membros da SOS Direitos Humanos, querem cadastrar parentes de vítimas (Foto: Miguel Portela)

    Para fazer justiça ao extermínio de camponeses do Caldeirão, ONG entrou com ação contra governo federal

    Há 71 anos, moradores do sítio Caldeirão, na região do Cariri, viram balas cair do céu, em metralhadoras disparadas por aviões militares. Era a primeira ação de extermínio do Ministério da Guerra, do Exército brasileiro, e Polícia Militar do Ceará. Naquele 11 de maio, camponeses nordestinos católicos pacíficos, que por dez anos vinham buscando a auto-suficiência, comandados pelo beato José Lourenço, com o apoio de Padre Cícero, viram o sonho chegar ao fim. Enterrados em valas coletivas, os parentes dos mortos nunca souberam onde estão os corpos.

    Para tentar minimizar os erros do passado e fazer justiça, o advogado Otoniel Ajala Dourado, diretor da organização SOS Direitos Humanos e membro da comissão de Defesa e Assistência, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-CE), entrou, na última quinta-feira (11), com uma ação contra o governo federal, distribuída para a Primeira Vara Federal do Ceará.

    O advogado pede que o Exército brasileiro informe o local da vala coletiva na qual os camponeses foram enterrados. Além disso, o Governo brasileiro teria que realizar a exumação dos corpos, trazê-los para a identificação num órgãos de pesquisa, pagar a estadia dos parentes para fazer exames de DNA e arcar também com os custos de um enterro digno para todas as vítimas. Por fim, a ação exige R$ 500 mil para a família de cada vítima da execução em massa.

    De acordo com o advogado, o extermínio ocorreu com tanta crueldade que até grávidas foram mortas e mulheres estupradas pelos soldados. Segundo ele, o número de vítimas é impreciso, mas estima-se que uma média de mil pessoas tenham sofrido o atentado. “Os que não morreram pelas metralhadoras, foram assassinados pelas mãos das tropas que vieram no chão. Muitos tentaram fugir, por isso não se sabe se estão enterrados no Caldeirão ou na Mata dos Cavalos, na Serra do Cruzeiro.

    Mesmo a história sendo conhecida na região e estudada por pesquisadores, Dourado afirma que nunca alguém entrou na Justiça pedindo uma indenização. “Juridicamente, o crime já estaria prescrito, mas com a assinatura dos tratados pós guerra, esses delitos, incluindo também a perseguição política, religiosa e o racismo, se encaixam no perfil dos que não prescrevem”, explica o advogado Dourado.

    Ele lembra também que, em todo o mundo, aumenta um clamor por justiça para esse tipo de perseguição. “Essas pessoas têm direito de conhecer sua história e as famílias precisam enterrar seus mortos de forma digna. Eles não podem ficar com os entes queridos insepultos”, justifica.

    Para dar força ao movimento pela Justiça pelo Caldeirão, Dourado pede que as famílias de pessoas mortas no local entrem em contato com a entidade. “Com as primeiras repercussões da ação, pretendemos passar um período no Interior, cadastrando as pessoas que teriam direito à indenização por danos morais. Somente com essa informação poderemos beneficiar um número maior de pessoas”, destaca.

    FIQUE POR DENTRO
    Caldeirão prezava a cooperação

    Antes de dar nome ao sítio que abrigou a irmandade liderada pelo beato José Lourenço o termo ´caldeirão´ já designava uma falha geológica formada por pedras que se enchiam de água do riacho que por ali passava. Essa estrutura natural foi muito importante para o desenvolvimento da comunidade, porque a água ficava acumulada mesmo em tempos de seca. Os moradores eram nordestinos religiosos que buscavam uma forma de sobreviver às mazelas da vida sertaneja, seca, fome, coronelismo. O clima na região do Cariri é semi-árido, com chuvas concentradas nos quatro primeiros meses do ano. Depois desse período, somente a seca. Por isso, o desafio maior para os moradores do sítio era irrigar as plantações, pois o solo da região não possibilitava a retenção de água. Dentre as virtudes da comunidade do Caldeirão, também conhecida como Irmandade de Santa Cruz, a caridade se sobressaía. Sem coronéis para explorar a mão-de-obra, os camponeses experimentaram liberdade. Famílias de todo o Nordeste, a maioria do Rio Grande do Norte, passaram a viver de trabalho e oração naquele pequeno terreno de 500 hectares, no interior do Ceará, que chegou a comportar 2 mil pessoas. Ali tudo era feito em sistema de mutirão, e imperava a cooperação. As obrigações eram divididas e os benefícios distribuídos conforme as necessidades de cada um.

    Mais informações:
    SOS Direitos Humanos:
    (85) 8719.8794/ 8613.1197- Otoniel ou Karem
    [email protected]
    http://www.sosdireitoshumanos.org.br

    RENATA BENEVIDES
    Repórter

  10. drnascimento1967@bol.com.br

    hoje ocaldeirao passa por uma bela reforma esta de parabens osr prefeito municipal do crato,,

  11. OTONIEL AJALA DOURADO

    DENÚNCIA: SÍTIO CALDEIRÃO, O ARAGUAIA DO CEARÁ – UMA HISTÓRIA QUE NINGUÉM CONHECE PORQUE JAMAIS FOI CONTADA…

    “As Vítimas do Massacre do Sítio Caldeirão
    têm direito inalienável à Verdade, Memória,
    História e Justiça!” Otoniel Ajala Dourado

    O MASSACRE APAGADO DOS LIVROS DE HISTÓRIA

    No CEARÁ, para quem não sabe, houve também um crime idêntico ao do “Araguaia”, contudo em piores proporções, foi o MASSACRE praticado por forças do Exército e da Polícia Militar do Ceará no ano de 1937, contra a comunidade de camponeses católicos do Sítio da Santa Cruz do Deserto ou Sítio Caldeirão, que tinha como líder religioso o beato JOSÉ LOURENÇO, seguidor do padre Cícero Romão Batista.

    O CRIME DE LESA HUMANIDADE

    A ação criminosa deu-se inicialmente através de bombardeio aéreo, e depois, no solo, os militares usando armas diversas, como fuzis, revólveres, pistolas, facas e facões, assassinaram mulheres, crianças, adolescentes, idosos, doentes e todo o ser vivo que estivesse ao alcance de suas armas, agindo como se ao mesmo tempo, fossem juízes e algozes.

    A AÇÃO CIVIL PÚBLICA AJUIZADA PELA SOS DIREITOS HUMANOS

    Como o crime praticado pelo Exército e pela Polícia Militar do Ceará foi de LESA HUMANIDADE / GENOCÍDIO / CRIME CONTRA A HUMANIDADE é considerado IMPRESCRITÍVEL pela legislação brasileira bem como pelos Acordos e Convenções internacionais, e por isso a SOS – DIREITOS HUMANOS, ONG com sede em Fortaleza – Ceará, ajuizou no ano de 2008 uma Ação Civil Pública na Justiça Federal contra a União Federal e o Estado do Ceará, requerendo que: a) seja informada a localização da COVA COLETIVA, b) sejam os restos mortais exumados e identificados através de DNA e enterrados com dignidade, c) os documentos do massacre sejam liberados para o público e o crime seja incluído nos livros de história, d) os descendentes das vítimas e sobreviventes sejam indenizados no valor de R$500 mil reais, e) outros pedidos

    A EXTINÇÃO SEM JULGAMENTO DE MÉRITO DA AÇÃO

    A Ação Civil Pública inicialmente foi distribuída para o MM. Juiz substituto da 1ª Vara Federal em Fortaleza/CE e depois, redistribuída para a 16ª Vara Federal na cidade de Juazeiro do Norte/CE, e lá chegando, foi extinta sem julgamento do mérito em 16.09.2009.

    AS RAZÕES DO RECURSO DA SOS DIREITOS HUMANOS PERANTE O TRF5

    A SOS DIREITOS HUMANOS inconformada com a decisão do magistrado da 16ª Vara de Juazeiro do Norte/CE, apelou para o Tribunal Regional da 5ª Região em Recife, com os seguintes argumentos: a) não há prescrição porque o massacre do Sítio Caldeirão, é um crime de LESA HUMANIDADE, b) os restos das vítimas do Sítio Caldeirão não desapareceram da Chapada do Araripe a exemplo da família do Czar Romanov, que foi morta no ano de 1918 e encontrada nos anos de 1991 e 2007;

    A SOS DIREITOS HUMANOS DENUNCIA O BRASIL PERANTE A OEA

    A SOS DIREITOS HUMANOS, a exemplo dos familiares das vítimas da GUERRILHA DO ARAGUAIA, denunciou no ano de 2009, o governo brasileiro na Organização dos Estados Americanos – OEA, por violação dos direitos humanos perpetrado contra a comunidade do Sítio Caldeirão.

    A “URCA” E A “UFC” PODEM ENCONTRAR A COVA COLETIVA

    A Universidade Regional do Cariri – URCA, pelo Laboratório de Pesquisa Paleontológica – LPPU bem como a Universidade Federal do Ceará podem encontrar a cova coletiva, pois têm tecnologia para tal.

    COMISSÃO DA VERDADE ATRAVÉS DO PROJETO CORRENTE DO BEM

    A SOS DIREITOS HUMANOS pede que todo aquele que se solidarizar com esta luta que repasse esta notícia para o próximo internauta bem como, para seu representante na Câmara municipal, Assembléia Legislativa, Câmara e Senado Federal, solicitando dos mesmos um pronunciamento exigindo que o Governo Federal informe a localização da COVA COLETIVA das vítimas do Sítio Caldeirão.

    Paz e Solidariedade,

    Dr. OTONIEL AJALA DOURADO
    OAB/CE 9288 – 55 85 8613.1197 – 8719.8794
    Presidente da SOS – DIREITOS HUMANOS
    http://www.sosdireitoshumanos.org.br

  12. edilberto dias de sousa

    d+ essa historia interesantíssima eu não a conhecia adorei; por favor conte mais sobre a região de dom quintino distrito do crato tem muita historia lá Obrigado e susesso

  13. edilberto dias de sousa

    d+ essa historia interesantíssima eu não a conhecia adorei; por favor conte mais sobre a região de dom quintino distrito do crato tem muita historia lá Obrigado e susesso

  14. Herlanio

    Que malvados, hein? Pois isso que eu não tenho religião! A minha religião é fazer o bem e só!

  15. Cloves Reges

    Meu avô, Hermogenes Reges, na tentativa, à época, de dissuadir meu tio de abandonar a seita de José Lourenço, em um acampamento, foi assassinado por integrantes da Seita. Na mesma oportunidade, foi assassinado, também, um bebê de colo, arrancado dos braços da mãe, esposa do tio que seguia José Lourenço. Depois de assassinado, meu avô teve seu corpo queimado. O Nome do assassinado, segundo meu pai, era Zacharias. Isso ocorru nos idos de 1936, lá pelo lados da Serra do Araripe.