Acusado de matar sem-terra é absolvido no Paraná

 26/10/2006

26/10/2006 – 08h58

O segurança José Luiz Carneiro, 60, foi absolvido na noite de anteontem, por unanimidade, da acusação de assassinar, em 2000, Sebastião da Maia, líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) no noroeste do Paraná. A decisão gerou protestos e os advogados do MST irão pedir a anulação do julgamento.

"A decisão dos jurados contrariou as provas constantes nos autos. Houve várias outras irregularidades que justificam a anulação do julgamento", disse Gisele Cassano, 27, advogada da ONG Terra de Direitos, que trabalhou como assistente de acusação no julgamento.

Sebastião da Maia foi morto em uma emboscada em 17 de novembro de 2000, na fazenda Água da Prata, no município de Querência do Norte (noroeste do PR). O também sem-terra Pedro Carvalho foi atingido com um tiro na cabeça, mas sobreviveu. Carvalho foi a principal testemunha de acusação no julgamento e apontou Carneiro como o assassino de Maia.

Os sete jurados foram unânimes em responder "não" ao quesito em que perguntava se o disparo contra Sebastião da Maia, com uma espingarda calibre 12, havia sido feito pelo segurança José Luiz Carneiro.

Darci Frigo, coordenador da Terra de Direitos disse que, além de pedir a anulação do julgamento, a entidade irá denunciar o caso à Comissão de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos). "Os mandantes do assassinato não foram identificados ainda, em uma clara omissão dos responsáveis pelo processo", justificou Frigo.

APOIE

A REPÓRTER BRASIL

Sua contribuição permite que a gente continue revelando o que muita gente faz de tudo para esconder

LEIA TAMBÉM