Em 11º lugar entre os deputados estaduais mais votados, o presidente da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, Jorge Sayed Picciani (PMDB), foi reeleito com 76.468 votos, o que representa 0,94% dos votos válidos no estado. Ele é proprietário da Agrovás – Agropecuária Vale do Suiá S.A, que consta desde dezembro de 2004 da "lista suja".
Criada em novembro de 2003, essa relação é elaborada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e traz pessoas e empresas flagradas ao explorar pessoas em condições análogas à de escravo. Atualizada semestralmente, conta atualmente com 178 nomes, incluindo os que foram retirados provisoriamente por decisão judicial. Os listados estão impedidos de receber financiamento de agência públicas e de algumas instituições privadas, têm seus títulos de propriedade de terra investigados e perdem os clientes que são signatários do pacto da iniciativa privada contra a escravidão.
Presidente da Assembléia Legislativa do Rio desde 2003, em 2007 iniciará seu quinto mandato consecutivo como deputado estadual. Sua fazenda, localizada em São Felix do Araguaia, no Mato Grosso, foi alvo de uma operação do grupo móvel de fiscalização do governo federal em junho de 2003, quando 39 trabalhadores foram libertados.
De acordo com auditores fiscais que participaram da operação, eles estavam submetidos à vigilância armada de "gatos" [contratadores de mão-de-obra que trabalham para os fazendeiros] para evitar fugas e não tinham acesso à alimentação decente. Além disso, as pessoas tinham que utilizar a mesma água para lavar a roupa, tomar banho e matar a sede. Entre os trabalhadores, havia um adolescente de 17 anos.
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Candidato a deputado estadual está na "lista suja" da escravidão
Leia a carta enviada pela assessoria do deputado Jorge Picciani à Repórter Brasil após a publicação desta notícia