Palestrantes e convidados começam a chegar hoje para o evento que vai discutir alternativas para a erradicação do trabalho escravo no Brasil. O CDVDH (Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos de Açailândia), em parceria com o FOREM (Fórum Estadual de Combate ao Trabalho Escravo no Maranhão) e a CPT (Comissão Pastoral da Terra) realizam, a partir desta quinta, a II Conferência Interparticipativa sobre Trabalho Escravo e Super-exploração em Fazendas e Carvoarias.
O evento será realizado de hoje até sábado, na Loja Maçônica Heitor Corrêa de Melo, localizada no centro. Durante a conferência, serão debatidas novas propostas para avançar a luta pela erradicação do trabalho escravo no Brasil. Para isso, serão organizados grupos de trabalho que discutirão experiências inovadoras a serem ampliadas a partir da socialização de propostas de prevenção e repressão desta mazela social que ainda assola todo o país.
Durante o primeiro dia, pela manhã, o jornalista Leonardo Sakamoto, da ONG Repórter Brasil, vai proferir uma palestra com o tema: "A quem interessa o Trabalho Escravo no Brasil". Pela tarde, sob a coordenação do Frei Xavier Plassat, da CPT, será construído um mural do diagnóstico dos resultados do Plano Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo, lançado em 2003, pelo governo Lula.
No segundo dia, 17 de novembro, terão a palavra os representantes governamentais na luta contra o trabalho escravo, como Marcelo Campos, coordenador nacional da fiscalização do MTE, e Luís Camargo, do Ministério Público do Trabalho. Durante o segundo painel, será exposto o trabalho realizado pela CPT, com Ana Sousa Pinto, e pelo pesquisador Marcelo Carneiro, da UFMA (Universidade Federal do Maranhão). À tarde, os grupos se reunirão novamente e, numa plenária de socialização, será construído um mural das propostas de prevenção, sob a coordenação da jornalista Flávia Moura, do FOREM.
No último dia, 18, as discussões serão em torno do novo pacto contra o trabalho escravo e das demandas da sociedade aos poderes públicos. Pela manhã, falarão os professores Marcelo Carneiro (UFMA), Aluízo Leal (UFPA) e Ariovaldo Umbelino (USP), além de Ubirajara do Pindaré, presidente do Instituto Trabalho Vivo e coordenador-executivo do FOREM.Ao final, o professor Milton Teixeira, do CDVDH, conduzirá a construção do mural das demandas da sociedade e as entidades terão espaço para se manifestar. Logo após, o evento contará com um ato institucional comemorativo ao décimo aniversário do CDVDH e, para encerrar, às 19h30, um ato público de adesão à "Carta de Açailândia", seguido de festa popular, apresentações, recitais, cantoria e dança.