Para sindicato de auditores fiscais, habeas corpus de Mânica é “tapa na cara”

 28/11/2006

Os auditores fiscais do trabalho receberam como um “tapa na cara” a notícia do habeas corpus de Norberto Mânica. Estas foram palavras utilizadas pela presidente do Sindicato Nacional da categoria (Sinait), Rosa Maria Jorge, que está em Belo Horizonte (MG) para um ato público realizado nesta terça-feira (28). O objetivo do ato é justamente cobrar agilidade no julgamento dos culpados pela chamada “Chacina de Unaí”, sendo que outras manifestações nesse sentido ocorrem simultaneamente em diversos estados. “Os auditores fiscais do trabalho de todo o país estão preocupados e se sentindo traídos pelo poder judiciário”, afirma Rosa.

Rosa define a decisão do Superior Tribunal de Justiça como um retrocesso. “Fica a sensação de que o crime compensa, porque ele [Norberto Mânica] é rico e pode pagar um bom advogado. Certamente vai dar mais um churrasco em Unaí para comemorar” desabafa.

Ela argumenta que as razões pelas quais Norberto Mânica – apontado como um dos mandantes do crime – foi preso em julho deste ano não mudaram. “Ele [Mânica] fez um plano de fuga, continua atrapalhando as investigações, e a viúva de uma das vítimas está sendo ameaçada”, revela. Para a auditora, é estranho que dois dos ministros não tenham acompanhado o voto do relator, que seria aquele que mais se aprofundou mais no processo. “Ficamos preocupados com o motivo que os levou a isso. É no mínimo incompreensível.”

A presidente do Sinait afirma que a categoria vai recorrer da decisão do STF. Paralelamente, também deve manter a mobilização que tem acontecido no dia 28 de todo mês para apressar o julgamento dos oito acusados da chacina – entre eles os mandantes, Antero e Norberto Mânica. “Queremos só isso: que eles sejam julgados e julgados logo.”

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