Educação

Projetos de prevenção ao trabalho escravo receberão apoio técnico e financeiro

Propostas para inserir o tema no dia-a-dia de escolas e comunidades do interior do Norte e Nordeste serão financiadas pela Repórter Brasil e pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos
Por Repórter Brasil
 18/12/2006

Professores e líderes comunitários de municípios do interior do Piauí, Maranhão, Tocantins e Pará vão receber apoio técnico e financeiro para colocarem em prática projetos sobre o trabalho escravo contemporâneo no Brasil. Nesta segunda-feira (16), são divulgadas as propostas selecionadas para receber até R$ 1 mil reais, cada uma, para executar ações locais que mobilizem alunos de escolas e a comunidade na prevenção ao aliciamento de mão-de-obra escrava.

O concurso foi organizado pela ONG Repórter Brasil e pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, com o apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da TAM Linhas Aéreas.

As atividades escolhidas vão desde peças de teatro até grafitagem, passando por programas de rádio, palestras, encontros, caminhadas, pesquisas, produção de panfletos e cartilhas, confecção de cartazes e camisetas. Em comum, elas pretendem aumentar o nível de consciência sobre esse problema, com informações sobre os riscos a que os trabalhadores estão expostos e os seus direitos, para evitar que eles sejam enganados.

As propostas que concorreram ao prêmio foram elaboradas por participantes do projeto “Escravo, nem Pensar!”, que capacita educadores, professores e líderes comunitários e sindicais para inserirem o tema do trabalho escravo no dia-a-dia de suas escolas e comunidades. Coordenado pela ONG Repórter Brasil em parceria com a Secretaria Especial dos Direitos Humanos, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, a OIT e a Comissão Pastoral da Terra, tem por objetivo principal diminuir o número de jovens de cidades do Norte e Nordeste aliciados para o trabalho escravo.

O projeto, que possui mais de 30 parceiros regionais, teve início em 2004 e já capacitou mais de mil pessoas para atuarem como multiplicadores em 15 municípios nos Estados do Piauí, Maranhão, Tocantins e Pará, que estão entre os principais fornecedores de mão-de-obra escrava. O “Escravo, nem Pensar!” está inserido nas demandas do Plano Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo, lançado pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva em março de 2003.

Confira abaixo as propostas selecionadas:

1 – "Teatro do Oprimido" – Paragominas (PA)

Lorena Carla Souza da Silva, Ivanilda Preste de Araújo e Célio Lima Cedro.

Trabalhar a temática do trabalho escravo com jovens por meio da técnica do Teatro do Oprimido nas comunidades do Nagibão e Jardim Atlântico.

2 – "Não dá para fechar os olhos: o Trabalho Escravo existe mesmo!" – Xinguara (PA)

Alunos do 2º colegial turmas A e B do Colégio Estadual D. Luiz Palha e a professora Arlete Francisca Marques.

Produção de material informativo (folder, cartilha, pintura de muros) baseado em trabalhos de pesquisa e entrevistas.

3 – "Educação: o Saber e o Poder" – Santa Luzia (MA)

Irene Vieira do Vale e outros

Professores de diversas disciplinas realizarão com seus alunos palestras, seminários, oficinas, peça teatral e programas nos meios de comunicação que abordem o trabalho escravo.

4 – "Trabalho Escravo fere a Cidadania" – Feira Nova do Maranhão (MA)

Albetiza Lima Brito, Cristiane Coelho da Silva, Felcina Lopes Rodrigues e outros

Trabalhar a temática do trabalho escravo com alunos de 1ª a 8ª série por meio de dinâmicas (cordel, peças teatrais, leitura de imagens, acrósticos, panfletos, paródias, etc.).

5 – " Arte e Liberdade. Festival de Teatro" – Pastos Bons (MA)

Valdelice Moreno Barbosa e Carina Ribeiro de Sousa

Programa de rádio sobre trabalho escravo a ser veiculado na rádio local e festival de teatro envolvendo a temática.

6 – "Educação contra a escravidão" – Axixá (TO)

Maria Dinaide Silva, Antonio Ferreira Guimarães e Luzanira Ferreira Lima

Organização de passeata, visita de campo, seminário temático e gincana cultural.

7 – " Escravo Nunca Mais" – Araguaína (TO)

Maria do Socorro Marinho da Luz e Stelha Maris de Lima

Com os alunos da 7a série trabalhar o senso crítico, criatividade, comunicação e expressão por meio de uma peça teatro e cordel que abordem a temática do trabalho escravo

8 – "Luta por Liberdade: Prevenção do Trabalho Escravo" – São Raimundo Nonato (PI)

Equipe Olho Aberto

Organização de peça teatral, palestras nas escolas e apresentações sobre trabalho escravo nas comunidades rurais.

9 – "Projeto Bairro Aeroporto" – Corrente (PI)

Carmen Maria Cavalcante Nogueira de Carvalho, Maria Auridéia de Araújo Silva e Vanessa Ribeiro de Sousa

Realizar pesquisa a partir de visitas diagnósticas ao bairro para, posteriormente, realizar uma palestra sobre o trabalho escravo.

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