Um conflito pode estar prestes a acontecer entre seguranças da fazenda Santo Hilário, localizada no município de Araguatins (TO), e 73 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do Acampamento Alto da Paz, distante dez quilômetros da propriedade. A informação foi dada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) de Araguaína (TO), que está em contato com os acampados. De acordo com Edmundo Rodrigues Costa, da coordenação da CPT, os trabalhadores avistaram cerca de 15 homens armados com espingardas calibre 12, rifles e carabinas, além de munição.
"Eles [seguranças] disseram que iriam invadir e destruir o acampamento dos trabalhadores rurais sem terra que estão à beira da estrada. Estavam esperando a chegada de reforços", afirma Costa. A CPT teme que o conflito não possa ser evitado a tempo.
A tensão em torno da Santo Hilário é antiga. Desde 2003, as 73 famílias estão acampadas em uma estrada vicinal que dá acesso ao rio Araguaia e outros povoados do município. Reivindicam serem assentadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) na propriedade que, segundo a CPT, possui situação fundiária irregular.
Em agosto de 2004, após denúncia feita pelos acampados do Alto da Paz, o grupo móvel de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego encontrou seis pessoas vivendo em condições análogas à de escravo na Santo Hilário.