Grupo Móvel liberta 68 trabalhadores em Goiás

 18/04/2007

Ações nos dois estados constataram situação degradante e péssimas condições de alojamento e escravidão por dívida. Todos retornaram aos estados de origem

Brasília, 18/04/2007 – O Grupo Especial Móvel de Fiscalização, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), libertou, nesta terça-feira, 68 trabalhadores encontrados em situação degradante em Itarumã (GO). Em outra ação, em Mato Grosso, foram lbertados outros 47 trabalhadores que atuavam na pecuária.

Os empregados encontrados na Usina Itarumã foram agenciados no Maranhão, onde foram contratados para trabalhar como plantadores e cortadores de cana-de-açúcar.

Segundo o coordenadora do Grupo Móvel, Jacqueline Carrijo, os trabalhadores estavam instalados em alojamentos precários, com banheiros em péssimas condições de uso, sem teto, fiação exposta, sem chuveiro quente. Eles dormiam em colchões e bebiam água imprópria para o consumo.

A ação não foi finalizada e a empresa será autuada pelas condições irregulares pelas quais foram contratados os trabalhadores, além de pagar multa rescisória.

Os trabalhadores serão colocados em dois ônibus e retornarão às cidades de origem. Os cálculos da recisão ainda não foram encerrados. A ação contou com a participação da Policia Federal, Policias Rodoviária Federal e Ministério Público do Trabalho.

Mato Grosso – Em ação naquele estado, a partir de denúncia feita ao Ministério Público do Trabalho contra o fazendeiro Gilson Mueller Berneck, dono de duas propriedades, o grupo móvel libertou 47 trabalhadores que viviam em condições semelhantes à de escravidão.

Na Fazenda Paraná Berneck foram encontrados 21 trabalhadores alojados em barracos de lonas e sem instalações sanitárias. Outros 26 foram encontrados, nas mesmas condições precárias, na fazenda São Bernardo, que ficava distante 30 quilômetros da primeira fazenda.

O grupo foi agenciado em Araracáuria (PR) e foi aliciado pelo "gato" Arlindo Pascoato, ex-empreiteiro da fazenda. Pascoato, que trabalhava na propriedade há vários anos, contava com a colaboração da familia nesta ação. Enquanto sua esposa cuidava da cantina – para venda de produtos para os trabalhadores – o genro fiscalizava os empregados juntamente com outras duas pessoas.

O fazendeiro pagará R$ 264.182,00 em rescisão aos empregados.

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