Vale promete combater o trabalho escravo

 05/04/2007

A Companhia Vale do Rio Doce prometeu suspender suas vendas para fabricantes de ferro-gusa que utilizam produtos fabricados por escravos ou madeira extraída ilegalmente da Floresta Amazônica. "Nós vamos suspender o fornecimento a empresas nas quais observarmos evidências claras de violações ao meio-ambiente ou às leis trabalhistas", disse ontem em entrevista José Carlos Martins, diretor-executivo da divisão de metais ferrosos da Vale. "Nós não podemos fazer parte disso."

Algumas empresas utilizam trabalho escravo e árvores extraídas ilegalmente da Amazônica para fabricar o carvão vegetal utilizado como combustível na produção de ferro-gusa, um dos principais insumos empregados na fabricação do aço, segundo promotores e fis-cais do Ministério do Trabalho. Diversas montadoras norte-americanas suspeitam utilizar aço cuja produção se inicia com matérias-primas fabricadas por escravos. Por conta disso, a General Motors, a Ford Motor, a DaimlerChrysler e a Honda Motor se uniram para dar treinamento a seus fornecedores sobre como evitar a compra de materiais produzidos por escravos. O treinamento está sendo coordenado pela associação Automotive Industry Action Group, sediada em Southfield, no Estado norte-americano de Michigan, que possui 1,5 mil membros.

A Vale, sediada no Rio de Janeiro, comercializou 6 milhões de toneladas de minério de ferro a fabricantes de ferro-gusa brasileiras no ano passado, disse Martins. Mais de 90% do ferro-gusa produzido na Floresta Amazônica são exportados aos Estados Unidos.

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