Cortadores eram mantidos em condições precárias

 04/06/2007

Grupo de 40 trabalhadores do Maranhão já tinha dívidas a pagar e recebiam menos que o combinado, segundo MPT

A Subdelegacia do Trabalho, ligada ao Ministério Público do Trabalho (MPT), encontrou nesta segunda-feira (4) irregularidades no alojamento de trabalhadores rurais em Analândia. Durante uma fiscalização, foi apurado que antes mesmo de chegar à cidade, cortadores de cana que vieram do Maranhão já tinham dívidas, numa situação semelhante ao do trabalho escravo.

No primeiro alojamento de trabalhadores rurais fiscalizado estavam cerca de 40 homens. Todos vieram em busca do dinheiro que ganhariam no corte da cana numa usina da cidade. A maioria pagou R$ 250 pela passagem de ônibus desde o Maranhão e encontraram condições de trabalho precárias. Na casa alugada, pouco espaço entre as camas e muita sujeira.

Além de terem de comprar a própria comida, os trabalhadores contam que não ganham o que foi combinado. Por isso, quase todos se endividaram e querem voltar para casa.

A fiscalização passou em outros quatro alojamentos, mas a maioria dos trabalhadores estava na colheita. Alguns esperam a liberação do exame médico para começar a trabalhar.

Segundo o subdelegado do Ministério do Trabalho, Antônio Valério Morillas Júnior, as condições encontradas se assemelham, em alguns aspectos, às de trabalho escravo.

Morillas se reuniu com representantes da usina referente ao primeiro alojamento visitado para tentar um acordo em relação à volta dos trabalhadores para o Maranhão.

A gerência da usina informou que ainda não foi notificada e que no contrato de trabalho não consta que a empresa é responsável pelas despesas dos trabalhadores, como aluguel e alimentação.

O Ministério do Trabalho só vai notificar a usina depois do pagamento das rescisões trabalhistas do cerca de 40 funcionários que foram desligados da empresa.

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