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Acusados da morte de Dorothy Stang são denunciados por trabalho escravo

Regivaldo Galvão, o Taradão, Vitalmiro de Moura, o Bida, Vander de Moura e Valdivino de Andrade Filho são acusados de manter 28 trabalhadores em condição de escravidão na Fazenda Rio Verde, a 60 km de Anapu, na região da Transamazônica

Brasília – O Ministério Público Federal denunciou os acusados pela morte de Dorothy Stang por submeter trabalhadores à condição análoga a de escravo, frustração de direito trabalhista, aliciamento de trabalhadores e falsificação e omissão de informação em documento público. As informações são da Procuradoria da República no Pará.

De acordo com assessoria, Regivaldo Pereira Galvão, o Taradão, Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, Vander Paixão Bastos de Moura e Valdivino Felipe de Andrade Filho, foram denunciados à Justiça Federal em Altamira. Eles são acusados de manter 28 trabalhadores em condição de escravidão na Fazenda Rio Verde, a 60 km de Anapu, na região da Transamazônica e podem ser condenados a penas que variam de um a 24 anos de prisão.

A assessoria informou ainda que o flagrante foi realizado pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel do Ministério do Trabalho em 2004 no meio da mata fechada e tinham como único abrigo um barraco de palha e plástico preto, com chão de terra batida. O acampamento não tinha sanitários, fossas, fornecimento de água potável ou materiais de primeiros socorros e os trabalhadores não recebiam equipamentos de proteção individual.

Além dos crimes relacionados ao trabalho escravo, Regivaldo Galvão, Valdivino Felipe de Andrade e Vitalmiro Bastos de Moura são acusados de falsificação de documento público. Ainda de acordo com a Procuradoria da República no Pará, numa tentativa de livrar Regivaldo da responsabilidade pelo que acontecia na fazenda, foi simulada uma falsa operação de compra e venda do imóvel. Apesar de aparecer no contrato o nome de Valdivino de Andrade como comprador das terras, através dos dados do sigilo bancário descobriu-se que tudo foi pago com o dinheiro de Regivaldo.

Em maio, Vitalmiro Bastos de Moura, conhecido como Bida, foi condenado a 30 anos de reclusão pela acusação de mandar matar a missionária Dorothy Stang, em fevereiro de 2005. Um dos anos da condenação foi dado pelo agravante de a vítima ter mais de 60 anos de idade. Até agora, Rayfran das Neves Sales e Clodoaldo Carlos Batista foram condenados como executores a 27 e 17 anos de reclusão respectivamente. Amair Feijoli da Cunha foi condenado a 27 anos de reclusão, como intermediador do assassinato, acusado de contratar os pistoleiros. Regivaldo Pereira Galvão, também acusado de mandante, aguarda julgamento de recursos para definição de júri popular.

A missionária foi morta com seis tiros em Anapu, a 300 quilômetros da capital paraense. Ela trabalhava com a Pastoral da Terra e comandava o programa em uma área autorizada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Dorothy Stang trabalhou durante 30 anos em pequenas comunidades da Amazônia pelo direito à terra e à exploração sustentável da floresta.


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2 Comentários

  1. Maria Pereira

    Que justiça é essa que condena um inocente a 30 anos de prisão?

    Regivaldo foi vítima de uma perseguição terrível e está vivendo num inferno desde aquela declaração mentirosa e infeliz feita pelo Amair, que o acusou sabendo de sua inocência, tanto que depois desmentiu o dito por consciência pesada. Mas já era tarde, pois a perseguição já estava iniciada e a Igreja junto com políticos e americanos não poderiam deixar de condenar mais um, seja quem fosse. Para eles, não importa se Regivaldo é inocente, o importante é subverter os fatos e criar armadilhas para condená-lo.

    A nós, pobres mortais e crentes na justiça divina só nos resta orar e prosseguir na fé de que a verdadeira justiça seja feita e de que a liberdade seja concedida a esse inocente, que precisa de paz.

  2. Yuriana Gomes

    Será que ele de fato é inocente?
    A justiça deve ser feita sim, e pra quem a merece.
    Missionária foi assassinada por defender os menos favorecidos, a sua morte sim carece de justiça. E o que falar dos trabalhadores que foram encontrados com serviços análogos a escravidão, será que a justiça também está equivocada?.