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Representantes das federações em reunião com os trabalhadores (Foto: divulgação da Pagrisa) |
Nesta quinta-feira (5), a fazenda de cana-de-açúcar da usina Pagrisa em Ulianópolis (PA), palco da libertação recorde de 1.108 pessoas de condições análogas à escravidão pelo grupo móvel de fiscalização, no sábado (30), recebeu visita de entidades de classe. Eles foram conferir a atuação da equipe de fiscalização, e questionaram a rescisão imediata dos contratos dos trabalhadores libertados.
O diretor da empresa, Fernão Villela e representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)-Pará, da Federação da Agricultura do Estado do Pará (Faepa), da Federação do Comércio do Pará, da Associação Comercial do Pará e da Federação das Indústrias do Estado do Pará, foram ao local com o objetivo de "avaliar o impacto da ação dos agentes federais e do MPT [Ministério Público do Trabalho]", segundo nota divulgada ontem pela assessoria da usina.
Em reunião com os trabalhadores, a Pagrisa propôs que eles continuassem na empresa, assim que fossem resolvidas as irregularidades. O coordenador da ação do grupo móvel, o auditor fiscal Humberto Célio Pereira, confirma que o empregador se comprometeu a melhorar as condições de trabalho, alojamento e alimentação, mas explica que os libertados não querem permanecer no local em hipótese alguma, por causa das condições a que estavam submetidos.
Nas falas dos visitantes, houve tentativa de deslegitimar a operação do grupo móvel, composto por funcionários do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), do MPT e agentes da Polícia Federal. "Nossos colaboradores [trabalhadores] foram iludidos com a promessa de salário-desemprego. Quem trocaria três meses em casa, com um salário a título de seguro por estar desempregado, por três meses cortando cana?", afirma Fernão Vilela, em aspas na nota da Pagrisa. No texto, a empresa declara injetar, mensalmente, no comércio de Ulianópolis, mais de R$ 1 milhão na forma de salários.
O auditor fiscal Humberto lembra, no entanto, que a comparação da usina não procede, porque os 1.108 libertados não eram pagos regularmente. De acordo com ele, a equipe de fiscalização tem provas de que houve descontos abusivos, fazendo com que os trabalhadores não ganhassem quase nada. "Temos casos de pessoas que recebiam menos de R$ 10,00."
Apesar disso, a Pagrisa está pagando regularmente as rescisões de contrato. Até quinta-feira (5), 250 pessoas já haviam recebido o que a usina lhe devia e voltado para casa. Segundo o grupo móvel, a intenção é que mais mais 300 pessoas recebessem as rescisões nesta sexta-feira (6). A postura da empresa é diferente da assumida pela Destilaria Gameleira (hoje reformulada e batizada como Destilaria Araguaia), que em 2005 demorou 50 dias para resolver todo o processo de rescisão dos 1003 contratos de trabalhadores libertados da escravidão de sua fazenda em Confresa, no Mato Grosso.
Além da Petrobrás, a Ipiranga e outras distribuidoras de álcool combustível já sinalizaram que irão suspender o contrato com a Pagrisa.
* Colaborou Leonardo Sakamoto
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É um absurdo tudo que estão dizendo desta empresa, nada disso ocorre, eu acho que esta legislação que está em vigor devia ser reavaliada, nós cidadães do municipio de Ulianópolis sabemos que não ocorre nada de trabalho escravo, os funcionários trabalham e recebem direitinho. O que está hjavendo é perseguissão por parte do Ibama e Ministério do Trabalho, será que eles vão alimentar as famílias dos desempregados??? Ou essas famílias vão viver dos peixes dos rios e das frutas das árvores???
PAGRISA
Trabalhei nesta empresa e não me arrependo.
Todos nós temos o nosso modo de viver e cada qual é dono do seu nariz .
Ninguém estava ali dentro enganado, todos sabiam como era a vida ali dentro e não acho q fui escrava lá dentro.
O q acontecia é q muitos não sabiam administrar a sua propria vida e culpava a empresa por isso.
Na empresa tem alojamentos sendo q vc dormia em rede mais se tivesse a sua cama vc dormiria nela sem problema nenhum, Tem lazer, lanchonete, restaurantes e muitas outras coisas q vc poderia viver bem então acho q não é bem assim.
Fui trabalha lá e me reclamo apenas pele PAGRISA ser longe da minha casa.
Nunca ficaram me devendo nada e vivi muito bem lá.
Ainda digo mais quem saiu de lá vai pedir para voltar.
Tenho certeza disso…
isso não mm preocupa pois sei que vou fazer parte desta firma a qual quer mol mento isso acontece em varias usinas mais é passado hoje esta muito mais modificada e cuida bem dos seus trabalhadores