O grupo móvel de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) libertou esta semana 43 trabalhadores encontrados em situação degradante no Pará. A ação fiscalizou duas fazendas na cidade de Itupiranga e uma terceira propriedade em São Domingos do Araguaia, na região Sudeste do estado. Na Fazenda Água Boa, em Itupiranga, uma menina de 12 anos era a responsável por preparar a comida dos trabalhadores.
Nas três propriedades, os fiscais encontraram os pessoas vivendo situação bastante semelhante: dormiam em barracos de lona, a comida era insuficiente e não recebiam água potável. A atividade principal das fazendas era a pecuária e os trabalhadores faziam o roço de ervas daninhas e derrubavam a mata para a ampliação do pasto.
Após 40 dias de trabalho, eles ainda não haviam recebido salário. Quando precisavam comprar algo, utilizavam a cantina da fazenda e tinham seus gastos anotados em cadernetas. "Como eles não haviam recebido salário, já possuíam dívidas porque as compras na fazenda já seriam descontadas", explica o auditor fiscal do trabalho que coordenou a ação, Klinger Moreira. Também estava presente na fiscalização a procuradora do trabalho Denise Lapola, representando o Ministério Público do Trabalho (MPT) no grupo móvel.
Ao final na fiscalização, o dono da Fazenda Água Boa, Argentino Gomes da Silva, pagou cerca de 60 mil reais referentes à rescisão contratual com os 20 trabalhadores que estavam em sua propriedade. Waldemar Rodrigues do Vale, da Fazenda Rio Preto, pagou 35 mil reais a 7 trabalhadores. E os 16 trabalhadores da fazenda Santa Rita, de Waldemar Rodrigues, receberam 57 mil reais em direitos trabalhistas.