Descrição – DFS Carajás

 26/12/2007

O contorno inicial do DFS de Carajás abrange cerca de 25 milhões de hectares de área (veja o polígono demarcado no mapa acima),  e equivale ao Estado de São Paulo. Aproximadamente 40% da área total do DFS de Carajás já estão desmatados. A previsão inicial ostenta um vistoso potencial: manejo florestal em 1,5 milhão de hectares de áreas de proteção, recuperação de mais 4,8 milhões de Reserva Legal, reflorestamento de 1 milhão de hectares – com 60% de espécies nativas, isto é, abrindo 40% para o plantio de espécies exóticas como o eucalipto – e alternativas econômicas no setor de extrativismo e biocombustíveis para as pessoas que vivem nos 478 projetos de assentamento distribuídos por 3 milhões de hectares.

A implementação do conjunto de ações viabilizaria, nas contas do governo, a produção de 5 milhões m³ de toras para indústria e de 17 milhões de m³ de lenha para carvão vegetal que alimenta os altos-fornos das guseiras da região. A demanda de lenha para carvão é de cerca de 14 milhões de m3 por ano. Ao menos 60% disso, estima o SFB, vêm de fontes que abusam muitas vezes da mão-de-obra ilegal, haja vista o volume e a recorrência de casos de trabalho degradante e análogo ao escravo.

A exposição do coordenador da Associação Nacional de Apoio à Reforma Agrária (Anara), Manoel Pinto Santos, do motivo pelo qual o governo não convenceu as organizações da sociedade civil sobre o mérito do projeto do DFS de Carajás vai direto ao ponto: "Não existem elementos concretos que possam garantir que o Estado assumirá o seu papel de submeter os detentores do capital às normas de respeito aos direitos sociais e ambientais".

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