Veredito de processo sobre escravidão no Niger

 16/04/2008

A corte da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Ecowas) confirmou na última sexta-feira (11) que o veredito do caso em que uma mulher do Niger está processando o Estado por trabalho escravo se tornará público apenas em outubro deste ano.

Aminata Malle-Sanogo, juíza responsável pelo caso, confirmou que a decisão será anunciada mais exatamente no dia 28, na cidade de Niamey. A ex-escrava Adidjatou Mani Koraou, de 24 anos, entrou com um processo judicial por causa da não-aplicação de leis contra a escravidão por parte do governo do vasto, extenso e árido país de maioria muçulmana localizado ao Sul do Deserto do Saara.

O caso que chegou à alta corte incendiou a disputa entre autoridades do Niger que negam a existência desse tipo de prática e ativistas que estimam a existência de 800 mil escravos no país africano.

A jovem Adidjatou alega ter sido vendida para um mercador de escravos tuaregue quando tinha apenas 12 anos por um preço equivalente a US$ 567 e depois revendida para ser a quinta esposa de um tradicional curandeiro na região central do Niger, diz Ilguilas Weila, que faz parte do Timidria, único grupo que combate a escravidão no país.

"Eu espero sinceramente que a corte tome a decisão certa", disse a ex-escrava, que exige uma indenização de cerca de US$ 118 mil.

O tribunal da Ecowas normalmente se limita a advertir os Estados-membro sobre as formas de conduta com vistas perante a comunidade internacional. Mas tem também o poder de exigir reparações e pagamento de indenizações.

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