PEQUIM – As autoridades chinesas inspecionaram mais de 3.600 fábricas na cidade de Dongguan (sul), especializada em exportações e que está no centro de um escândalo de trabalho infantil escravo, informou a imprensa estatal.
Mais de 1.000 crianças foram encontradas trabalhando em fábricas de Dongguan e nas vizinhas Shenzhen e Huizhou, que também são vitais para as exportações chinesas.
A polícia resgatou até o momento 167 crianças vendidas para trabalhar como escravas em Dongguan, de acordo com o jornal Wen Wei Po, que tem sede em Hong Kong.
As crianças, dos dois sexos e com idades entre 9 e 16 anos, trabalhavam por longos períodos em Dongguan por 35 centavos de dólar a hora, uma descoberta que recorda a descoberta em 2007 de pessoas que trabalhavam em condições de escravidão em olarias.
"Nas mais de 3.000 fábricas que inspecionamos, não detectamos uma situação de uso extensivo de mão-de-obra infantil", disse Li Xiaomei, vice-prefeito de Dongguan.
As autoridades criaram uma unidade especial para resgatar outras crianças. Até o momento, 3.629 fábricas com 450.000 funcionários foram investigadas, segundo Li.
Os últimos incidentes mostram que o uso de crianças em fábricas continua sendo um grande problema na China, onde muitas pessoas pobres são vulneráveis à exploração, apesar do forte crescimento econômico do país.
Ano passado, centenas de trabalhadores, incluindo crianças e deficientes mentais, foram encontrados trabalhando com escravos em olarias nas províncias de Shanxi e Henan.
01/05/2008