SÃO LUÍS – O Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos de Açailândia (CDVDH), no sul do Maranhão, reuniu esforços para tentar diminuir as estatísticas do trabalho escravo no Brasil. Desde 1995, já foram encontrados mais de 28 mil trabalhadores em situações análogas a da ecravidão. A cooperativa aposta na produção de brinquedos para reduzir reincidência em trabalho escravo.
Em 2006 o Centro criou a Cooperativa para Dignidade do Maranhão (Codigma), que tinha por objetivo gerar trabalho e renda para pessoas oriundas do trabalho escravo ou que estavam em situação de risco social.
Depois dos primeiros dez anos de jornada, o Centro descobriu que a pena às ações realizadas no âmbito da repressão e conscientização eram insuficientes para atuar na errradicação do trabalho ecravo. Era preciso ampliar a ações e promover a inclusão dos trabalhadores, já que o desemprego, o analfabetismo, a miséria, entre outros, são fatores determinantes de vulnerabilidade social, contribuindo para que os trabalhadores migrem para o trabalho escravo em busca de sobrevivência.
Codigma
A Codigma é uma entidade sem fins lucrativos, criada para garantir uma vida decente às famílias afetadas pelo trabalho escravo, ou sob risco de serem vítimas desse crime. A Cooperativa trabalha nos moldes da economia solidária com o objetivo de fomentar a inclusão social e garantir os direitos elementares dos cidadãos.
As pessoas atendidas pelo este projeto até agora são do município de Açailândia, mais especificamente nos bairros com maior vulnerabilidade ocial e que concentram grande número de violações aos direitos humanos.
Produto
Os brinquedos que levam alegria a muitas crianças são feitos pelas mesmas mãos que um dia estiveram amarradas ao trabalho escravo em fazendas nos estados do Maranhão, Pará, Mato Grosso e Tocantins.
Eles são produzidos com madeira reciclada, recolhida em movelarias de Açailândia, além da doação de madeira apreendida pelo Ibama, explica a coordenadora do projeto, Fabricia Carvalho Silva, que lembra a excelente doação recebida do Instituto no final do ano passado.
Segundo ela, a preocupação da Codigma é fazer brinquedos, que além de educativos, não causem danos à saúde das crianças. os brinquedos, que tem pintura atóxica, são comercializados via internet, por meio de uma parceria com o site Repórter Brasil.
12/06/2008