Beber água, tomar banho e preparar as refeições com água do rio, utilizar o mato como banheiro e dormir em colchões protegidos só por uma lona. Foi com essa situação que 15 trabalhadores tiveram que conviver desde o início desse ano até serem resgatados em uma serraria em Parintins (AM), pelo grupo móvel de fiscalização do governo federal. Os trabalhadores vieram de Santarém, no Pará. A fiscalização aconteceu de 14 a 21 de agosto.
Apesar de terem anotação em Carteira de Trabalho, os empregados não recebiam salários há dois meses. "Por incrível que pareça, o patrão tinha registrado os funcionários, mas as condições do alojamento eram insalubres. Eles moravam em abrigos cobertos só com lona. O calor no local era insuportável", relata o coordenador da fiscalização, o auditor fiscal do Trabalho, Klinger Fernandes Santos Moreira.
Os empregados não possuíam todos os equipamentos de proteção individual (EPIs) e não havia instalação sanitária no local. "Apenas dois recintos de madeira com um buraco no chão, mas os trabalhadores utilizavam o mato", completa Klinger.
Segundo o auditor, o proprietário colaborou com a fiscalização e se comprometeu a regularizar os alojamentos. Disse, inclusive, que pretende recontratar os empregados assim que a reforma terminar. Os trabalhadores receberam as verbas rescisórias e foram encaminhados às cidades de origem.
Até o fechamento desta matéria, o proprietário Adelar Roberto não foi encontrado pela Repórter Brasil.