Missão da ONU vai avaliar trabalho escravo no Brasil

 08/09/2008

Genebra – A Organização das Nações Unidas (ONU) enviará uma missão aoBrasil para avaliar a situação do trabalho escravo no País. A relatora especial das Nações Unidas que lida com as formas contemporâneas deescravidão, Gulnara Shahanian, já indicou ao Itamaraty que pretenderealizar a missão até o início do próximo ano.

Em seu relatório que seráapresentado amanhã em Genebra, Gulnara alerta que 27 milhões de pessoasno mundo são vítimas de trabalho escravo. "Não há país imune a essaproliferação, especialmente no caso de crianças", afirmou. Segundo ela, muitas são impedidas de ter seu direito básico de nascerlivre e ser protegida da escravidão. "Tempos e realidades podem ter mudado, mas a essência da escravidão persiste ", disse a relatora em seudocumento.

A tentativa do Brasil de lidar com a situação vem sendoindicada pela ONU como um exemplo, principalmente diante das iniciativastomadas por governos estadual e federal. Mas a ONU alerta que o problemada escravidão no Brasil ainda existe e é grave.

A relatora da ONU ainda aponta que 80% dos escravos trabalham hoje paraagentes privados. Mas alerta que 20% deles estão trabalhando paragovernos e militares e 11% ainda atuaria no setor da prostituição.

Entreas crianças, 69% das que trabalham de forma forçada estão naagricultura. Há dois meses, o governo americano também enviou um representante daCasa Branca exatamente para debater a situação do uso de trabalhoescravo no Brasil. Já na Europa, a campanha contra o etanol usa ascondições de trabalho na colheita da cana-de-açúcar como forma deatacar o biocombustível. (Jamil Chade)

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