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Fazendeiro é preso por trabalho escravo em lavouras de café no Espírito Santo

VITÓRIA – O fazendeiro Firmino Antônio Zanette, dono de quatro propriedades rurais no Norte do Espírito Santo, está detido na Polícia Federal em São Mateus, desde a última terça-feira. A prisão foi solicitada pelo juiz federal do Trabalho de Nova Venécia com base nas várias irregularidades encontradas por equipes do Ministério Público do Trabalho (MPT) em uma de suas fazendas, a Santa Terezinha, localizada em Rio São José, no município de Vila Valério. Segundo um dos integrantes do MPT que participou da vistoria, na propriedade havia entre 10 e 15 trabalhadores em situação degradante, considerada igual à de trabalho escravo. Foram encontradas duas meninas – com dez e sete anos – que viviam no alojamento precário utilizado, inclusive, por homens e mulheres, caracterizando ambiente de promiscuidade. As duas crianças e a mãe já foram resgatadas pelos auditores fiscais do Trabalho. O alojamento era cercado com folhas de eternit e na represa utilizada pelos trabalhadores para tomar banho era despejado o esgoto da pocilga. Uma das meninas – elas trabalhavam na propriedade junto com a mãe – era obrigada a acordar às 4h da manhã, para lavar panelas, limpar as pocilgas e alimentar porcos e galinhas. As meninas não frequentavam a escola, caracterizando o descumprimento do Estaduto da Criança e Adolescente (ECA). Segundo relatou um dos integrantes do MPT, em 2008, foi feita uma fiscalização pelo Ministério do Trabalho, no período da colheita de café. A fiscalização constatou, na fazenda, condições análogas ao trabalho escravo. Foram encontrados dez trabalhadores que não estavam registrados, não tinham local para fazer as refeições e estavam em alojamento sem camas, sem paredes e sem limpeza, entre outras irregularidades. As irregularidades trabalhistas encontradas durante a ação fiscal na propriedade de Zanette, resultaram em sete autos de infração. No início deste mês, a referida fazenda foi novamente inspecionada por auditores fiscais do Trabalho e houve a constatação de que as irregularidades continuam. O fazendeiro, segundo a fonte do MPT, "submete seus empregados à condições de trabalho degradantes em complementa violação ao primado constitucional da dignidade da pessoa humana". Desta vez, foi pedido o bloqueio de R$ 300 mil para garantir o pagamento dos salários vencidos, férias vencidas acrescidas da 1/3 (um terço), décimos terceiros salários vencidos, dos depósitos de FGTS, e do pagamento devido aos trabalhadores que não recebiam seus salários. O juiz federal do Trabalho que acompanhou a última inspeção judicial, concluída na madrugada da última segunda-feira, pediu a prisão do dono da fazenda. Zanette foi entregue à Polícia Federal em São Mateus, onde continuava preso até o início da noite de sexta.

VITÓRIA – O fazendeiro Firmino Antônio Zanette, dono de quatro propriedades
rurais no Norte do Espírito Santo, está detido na Polícia Federal em São
Mateus, desde a última terça-feira. A prisão foi solicitada pelo juiz
federal do Trabalho de Nova Venécia com base nas várias irregularidades
encontradas por equipes do Ministério Público do Trabalho (MPT) em uma de
suas fazendas, a Santa Terezinha, localizada em Rio São José, no município
de Vila Valério.

Segundo um dos integrantes do MPT que participou da vistoria, na propriedade
havia entre 10 e 15 trabalhadores em situação degradante, considerada igual
à de trabalho escravo. Foram encontradas duas meninas – com dez e sete anos – que viviam no alojamento precário utilizado, inclusive, por homens e
mulheres, caracterizando ambiente de promiscuidade. As duas crianças e a mãe
já foram resgatadas pelos auditores fiscais do Trabalho.

O alojamento era cercado com folhas de eternit e na represa utilizada pelos
trabalhadores para tomar banho era despejado o esgoto da pocilga. Uma das
meninas – elas trabalhavam na propriedade junto com a mãe – era obrigada a
acordar às 4h da manhã, para lavar panelas, limpar as pocilgas e alimentar
porcos e galinhas. As meninas não frequentavam a escola, caracterizando o
descumprimento do Estaduto da Criança e Adolescente (ECA).

Segundo relatou um dos integrantes do MPT, em 2008, foi feita uma
fiscalização pelo Ministério do Trabalho, no período da colheita de café. A
fiscalização constatou, na fazenda, condições análogas ao trabalho escravo.

Foram encontrados dez trabalhadores que não estavam registrados, não tinham
local para fazer as refeições e estavam em alojamento sem camas, sem paredes e sem limpeza, entre outras irregularidades.

As irregularidades trabalhistas encontradas durante a ação fiscal na
propriedade de Zanette, resultaram em sete autos de infração. No início
deste mês, a referida fazenda foi novamente inspecionada por auditores
fiscais do Trabalho e houve a constatação de que as irregularidades
continuam.

O fazendeiro, segundo a fonte do MPT, "submete seus empregados à
condições de trabalho degradantes em complementa violação ao primado
constitucional da dignidade da pessoa humana".

Desta vez, foi pedido o bloqueio de R$ 300 mil para garantir o pagamento dos
salários vencidos, férias vencidas acrescidas da 1/3 (um terço), décimos
terceiros salários vencidos, dos depósitos de FGTS, e do pagamento devido
aos trabalhadores que não recebiam seus salários.

O juiz federal do Trabalho que acompanhou a última inspeção judicial,
concluída na madrugada da última segunda-feira, pediu a prisão do dono da
fazenda. Zanette foi entregue à Polícia Federal em São Mateus, onde
continuava preso até o início da noite de sexta.


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