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Escravidão é flagrada em oficina de costura ligada à Marisa

Etapas do processo desde o aliciamento até as lojas do magazine foram apuradas pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo (SRTE-SP), que aplicou 43 autos de infração, com passivo total de R$ 633,6 mil

São Paulo (SP) – A ligação entre o trabalho escravo de imigrantes sul-americanos e a Marisa, uma das maiores redes varejistas do país, foi atestada por um novo rastreamento de cadeia produtiva do setor de confecções. 

Etapas do processo que se inicia no aliciamento e termina nas lojas do grande magazine foram apuradas pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo (SRTE-SP), que responsabiliza a Marisa em 43 autos de infração, com passivos da ordem de R$ 633,6 mil – dos quais R$ 394 mil se referem à sonegação do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Os auditores exigem também que a empresa faça o registro dos envolvidos, promova a rescisão indireta e pague os direitos correspondentes.

O ponto de partida foi uma operação fiscal da SRTE-SP realizada no último dia 18 de fevereiro, que inspecionou todas as instalações de uma pequena oficina de costura registrada como Indústria de Comércio e Roupas CSV Ltda., em nome do boliviano Valboa Febrero Gusmán.

No sobrado de um imóvel que também abrigava uma igreja** no bairro de Vila Nova Cachoeirinha, Zona Norte da capital paulista, a fiscalização encontrou 16 pessoas de nacionalidade boliviana (uma delas com menos de 18 anos) e um jovem peruano trabalhando em condições análogas à escravidão na fabricação de peças de vestuário feminino para a Marisa, que se apresenta como "a maior rede de lojas femininas do país".

Oficina de costura fiscalizada produzia peças femininas para a Marisa (Foto: Maurício Hashizume)

De acordo com o site da empresa, são "mais de 220 lojas espalhadas por todas as regiões do país"; "mais de 90 milhões de peças vendidas" e "mais de 44 milhões de clientes" frequentam as unidades da rede por ano.

Imigrantes sul-americanos etiquetavam blusas da marca (Foto: Maurício Hashizume)

Nenhum dos que operavam máquinas de costura tinha Carteira de Trabalho e Previdência Social assinada. Todos manejavam peças de um lote da Marisa. A etiquetagem com a marca (veja foto ao lado) era feita no local.

Foram apreendidos cadernos com anotações que remetem diretamente a cobranças ilegais de passagens da Bolívia para o Brasil, a "taxas" não permitidas de despesas designadas com termos como "fronteira" e "documentos" – o que, segundo a fiscalização, consiste em "fortes indícios de tráfico de pessoas" -, ao endividamento por meio de vales e a descontos indevidos. Há registros de "salários" de R$ 202 e de R$ 247, menos da metade do salário mínimo (R$ 510) e menos de um terço do piso da categoria (R$ 766). 

Caderno de anotações exibia cobranças por "pasaje" (passagem) (Foto: Reprodução)

Vários problemas graves no campo de saúde e segurança do trabalho também foram detectados. As instalações elétricas estavam completamente irregulares. Os extintores, com a carga vencida, ficavam ao lado de tecidos amontoados, com alto risco de incêndio, Cadeiras não respeitavam padrões mínimos de qualidade. Uma criança, filha de uma das operárias, estava exposta a acidentes com o maquinário.

As jornadas de trabalho começavam às 7h e chegavam a se estender até às 21h. Nos sábados, o turno transcorria das 7h às 12h, com o restante do fim de semana livre, conforme depoimentos colhidos pela Repórter Brasil, que acompanhou a fiscalização in loco. As refeições eram feitas de modo improvisado nos fundos do mesmo cortiço que abrigava a oficina. O irmão do dono da CSV permanecia todo o tempo junto com os trabalhadores e atuava como um vigia permanente dos imigrantes.

Cobranças por "documentos" e de "fronteira" também foram registradas (Foto: Reprodução)

Os alojamentos também não seguiam normas básicas. Em apenas um cômodo mal iluminado nos fundos de um dos imóveis, construído para ser uma cozinha (veja foto abaixo), sete pessoas dormiam em três beliches e uma cama avulsa. Infiltrações, umidade excessiva, falta de circulação de ar, mau cheiro e banheiros precários completavam o cenário de incorreções. Não havia separação adequada das diversas famílias alojadas na mesma construção.

"A fiscalização se comprometeu, ao lançar a iniciativa do Pacto Municipal Tripartite contra a Fraude e a Precarização, e pelo Trabalho e Emprego Decentes em São Paulo, a intensificar as ações nesse setor da economia", coloca o auditor Renato Bignami, que atuou no caso. "Não há distinção de qualquer natureza no sentido de privilegiar determinada empresa em detrimento de outra. Mas tendo em vista nossa escassez de recursos, a SRTE/SP busca priorizar as principais empresas beneficiárias dessa situação, fiscalizando-as e buscando fazer com que cumpram a legislação de proteção ao trabalho".

Ambiente de trabalho era insalubre, de acordo com equipe fiscal (Foto: Maurício Hashizume)

Na avaliação da médica e auditora fiscal Teresinha Aparecida Dias Ramos, que também fez parte da comitiva e checou até a receita médica de uma das trabalhadoras com doença de pele, as vítimas do trabalho escravo na oficina de costura CSV estavam expostas a distúrbios respiratórios, problemas ergonômicos, e justamente a enfermidades dermatológicas, além das condições psicossociais indesejáveis, por causa do medo constante.

Cadeia produtiva
Quando chegaram à CSV, os auditores encontraram um representante da trinca de empresas Dranys Confecções Ltda., Elle Sete Confecções Ltda. e Gerson Cesar de Almeida Confecções ME. A Dranys tem loja própria e é a marca mais comercial. A Elle Sete compra os tecidos, faz o primeiro corte e dispõe de um cadastro de subcontratadas que executam a parte mais substantiva de costura das peças. A Gerson de Almeida presta serviços de acabamento, passadoria, revisão, arremate e controle de qualidade. Na prática, contudo, as três atuam de modo tão combinado que é muito difícil dissociar os limites precisos entre uma e outra.

Peça-piloto de blusa vermelha da Marisa foi um dos itens apreendidos (Foto: SRTE/SP)

O emissário era registrado da Gerson de Almeida, mas utilizava veículo utilitário da Dranys para, segundo ele, monitorar o trabalho prestado e retirar lotes já concluídos. Aos auditores fiscais do trabalho, ele apresentou nota fiscal emitida em nome da Elle Sete à CSV. Declarou ainda que buscava documento de auditoria do Programa de Responsabilidade Social, executado pela consultoria Bureau Veritas por encomenda para as Lojas Marisa. 

Depois das etapas sob responsabilidade da Dranys/Gerson de Almeida/Elle Sete, as peças seriam submetidas à avaliação do magazine. Somente mediante aprovação, a mercadoria seguiria para o Centro de Distribuição Marisa, em Alphaville, Barueri (SP), de onde partiria para as várias lojas da rede pelo país.

No dia 22 de fevereiro, a fiscalização fez inspeções na Dranys (onde foram apreendidos 21 contratos de prestação de serviços de costura firmados com diversos donos de oficinas de costura bolivianos), na Elle Sete (onde tiveram acesso a notas fiscais que revelam o fluxo das peças encomendadas pela Marisa e entrevistaram o operário do setor de modelagem Gerson de Almeida, que declarou desconhecer as atividades da trinca de pessoas jurídicas e aparentemente era utilizado como "laranja") e na Gerson de Almeida (onde encontraram um dos sócios da Dranys e o próprio Valboa).

Jornada diária de trabalho começava às 7h e chegava até às 21h (Foto: Maurício Hashizume)

Nas dependências da Gerson de Almeida, as condições de trabalho também não respeitavam as normativas. Passadeiras trabalhavam em pé, por longos períodos, em local fechado, bagunçado, sujo e sob altas temperaturas. Na mesma empresa, auditores coletaram informações com um representante comercial que atua na intermediação entre a tríade formada por Dranys/ Elle Sete/Gerson de Almeida e a Marisa. Ele descreveu com detalhes os canais de definição e controle da produção das peças pela rede varejista ao longo do ano.

Além disso, apreenderam desenhos de peças, mensagens eletrônicas com instruções expressas da Marisa e relatório de controle de recusas de peças confeccionadas pela Dranys para a Marisa. Um dos lotes foi reprovado pela Marisa por causa de problemas na costura e no zíper. Todas essas constatações, no entender da fiscalização, comprovam a total ingerência da Marisa no que se refere aos outros elos da cadeia produtiva.

Os auditores fiscais se deslocaram, em 1º de março, para a sede da Marisa e colheram um conjunto de informações que reforçam o diagnóstico do vínculo existente entre a empresa e todas suas "fornecedoras", vínculo esse que passa pela especificação das peças até a definição dos preços.

 
Equipe de auditores montou um organograma da cadeia produtiva rastreada (Fonte: SRTE/SP)

Para quantificar o grau de dependência entre as partes, a SRTE-SP apurou que 94,5% do faturamento da Dranys, no período de janeiro de 2009 a fevereiro de 2010, foram obtidos em encomendas da Marisa.

"Após toda a análise dos locais de trabalho, das entrevistas realizadas e dos documentos auditados, concluímos tratar-se de uma rede de empresas a fundamentar a subordinação reticular", definem os autores do relatório de fiscalização. A GSV, segundo a SRTE/SP, "presta serviços de costura, com mão de obra escrava, com total exclusividade para a empresa Marisa Lojas S.A". 

Para a equipe fiscal, a Marisa é "inteiramente responsável pela situação encontrada" e "comanda e exerce seu poder de direção e ingerência de diversas formas sempre no sentido de adequar a produção de peças de vestuário à sua demanda, com exclusividade, a seu preço e à sua clientela".

Durante a fiscalização, Valboa confidenciou à reportagem que buscava "vales" (com metade do valor final das encomendas) junto às empresas intermediárias, antes mesmo de terminar o serviço, para poder pagar aluguel e comida. Esses adiantamentos confirmam a falta de autonomia financeira do dono da oficina para manter negócio próprio.

Caracterizadas como "pseudoempresas interpostas" pela fiscalização, as fornecedoras Dranys/Gerson de Almeida/Elle Sete funcionam, na visão dos auditores, "como verdadeiras células de produção da empresa Marisa Lojas S/A, todas interligadas em rede por contratos simulando de prestação de serviço, mas que, na realidade, encobertam nítida relação de emprego entre todos os obreiros das empresas interpostas e a empresa autuada". 

Peças recebiam etiquetas com preços finais na empresa Gerson de Almeida ME (Foto: SRTE/SP)

O relatório chama atenção para o nível de dependência da rede varejista à sua "marca própria": 88% dos produtos vendidos são da marca própria "Marisa". O elevado nível de participação exige, de acordo com a SRTE/SP, forte gestão de fornecedores – em termos de definição de peças, qualidade, logística e preço.

Sonho e partilha
A reportagem conversou com alguns dos trabalhadores que costuravam na oficina CSV. A maioria dos bolivianos vinha de El Alto, no altiplano andino, cidade com cerca de 1 milhão de habitantes, vizinha à capital La Paz, marcada por ser ponto de convergência de migrantes camponeses e indígenas. Eles dizem ter sido atraídos pelos relatos de parentes que migraram anteriormente para o Brasil e têm receio de fornecer qualquer tipo de informação sobre como entraram no país e de como vivem atualmente. O único peruano declarou ser de Cusco e sequer portava o visto temporário concedido pela Polícia Federal.

A maior parte deles cultiva o sonho de retonar em melhores condições à terra natal. Formado em Educação Física, um dos jovens jurou um dia voltar para dar aulas aos pequenos e pequenas de sua comunidade. Um dos mais velhos na oficina de Valboa disse que está no Brasil há três anos, pensa sempre em rever a família na Bolívia, mas nunca conseguiu materializar o seu intento. "Mas este ano eu voltarei", declarou, esperançoso.

 
Durante inspeção na sede da Marisa, auditores encontraram as mesmas peças (Foto: SRTE/SP)

Em depoimentos à reportagem (vigiados de perto pelo irmão do dono da oficina de costura), disseram receber receber de R$ 500 até R$ 700 por mês, em períodos de maior intensidade do trabalho. Segundo eles, com o que recebem, é possível, pelo menos em alguns meses ao longo do ano, enviar remessas de US$ 100 para parentes na Bolívia.

Registros dos cadernos apreendidos ajudam a desvendar, porém, os reais beneficiários do empenho dos imigrantes sul-americanos. Anotações mostram que Valboa chegara a pagar, em empreitada recente, míseros R$ 1,33 por peça aos trabalhadores de sua oficina. Para o lote da Marisa/Dranys/Gerson de Almeida/Elle Sete, os costureiros e costureiras declararam que receberiam cerca de R$ 2 por blusa. 

Em depoimento, Valboa, dono da CSV, declarou que receberia das intermediárias Dranys/Gerson de Almeida/Elle Sete efetivamente R$ 4 por cada peça costurada. A nota fiscal emitida pela Elle Sete apresenta, porém, o valor de R$ 7 por blusa costurada. Deduz-se, por conseguinte, que essa diferença de R$ 3 por peça entre o que aparece na nota e o que seria pago à oficina de costura era embolsada pelas intermediárias.

Partilha do valor pago por
uma peça vendida pela Marisa

R$  2,00 (4%) – Trabalhador
R$  2,00 (4%) – Dono da oficina (CSV)
R$ 17,00 (34%) – Intermediárias (Dranys/Gerson de Almeida/Elle Sete)
R$ 28,99 (58%) – Lojas Marisa
R$ 49,99 – Preço Final

As "fornecedoras", por sua vez, receberiam, conforme outra nota apreendida, R$ 21 por peça da Marisa. Durante a inspeção dos auditores à sede da Gerson de Almeida, no bairro do Bom Retiro, as mesmas blusas estavam recebendo etiquetas com o preço final ao consumidor de R$ 49,99.

Grosso modo, os R$ 49,99 que porventura vierem a ser pagos por uma cliente da Marisa estão assim repartidos: R$ 2 para o trabalhador (4%), R$ 2 para o dono da oficina (4%), R$ 17 para os intermediários (34%) e R$ 28,99 (58%) com a Marisa.

Questionada pela reportagem, a Marisa afirma que, inicialmente, o preço indicado nas etiquetas não é necessariamente o preço final de venda, podendo a peça ser vendida a preços inferiores devido a diversas circunstâncias de mercado (giro de produtos, aceitação do consumidor, mudança de estação, etc). "Em segundo lugar, os preços praticados pelos fornecedores diretos da Marisa junto aos demais elos da cadeia produtiva escapam a qualquer ingerência de sua parte. Por fim, vale observar que o custo com a mão de obra (distribuído nos diversos elos da cadeia) é apenas um dos vários componentes formadores do custo final (tributos, marketing, modelagem, distribuição, matéria prima etc.)", complementa a rede varejista, por meio de advogado. 

Blusa exposta para a venda em unidade da Marisa na capital paulista (Foto: Maurício Hashizume)


Notificações e dificuldades
A SRTE/SP notificou a Marisa a proceder o registro imediato dos 17 trabalhadores e trabalhadoras encontrados na oficina de costura CSV, efeturar a rescisão indireta e pagar as verbas rescisórias, na presença dos auditores fiscais responsáveis pela ação, no próximo dia 5 de abril 2010.

"Faremos a assistência a essa rescisão. Se não houver, na ocasião, a apresentação de todos os documentos que propiciem a conferência dos cálculos e a completa quitação dos valores rescisórios, a empresa será notificada a apresentar rescisão complementar e fazer o pagamento suplementar, tantas vezes quantas forem necesárias para a conferência e quitação", afirma Luís Alexandre, da SRTE-SP, que também atuou no caso. 

Famílias de bolivianos viviam em alojamentos  inadequados (Foto: Maurício Hashizume)

A Marisa foi avisada do envio do relatório da fiscalização à Secretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (SIT/MTE), bem como aos demais órgãos, como a Polícia Federal (PF), para apuração dos indícios de tráfico de pessoas, às Receitas Federal e Estadual, em virtude de sonegação de tributos, e a representantes do Ministério Público do Trabalho (MPT) e do Ministério Público Federal (MPF).

O auditor Renato Bignami enumera uma série de motivos pelos quais a equipe optou por não promover o resgate dos trabalhadores, como ocorre nas libertações de condições análogas à escravidão no meio rural promovidas pelo grupo móvel de fiscalização. 

Primeiro, os nacionais dos países que fazem parte do Mercosul (Argentina, Uruguai e Paraguai), Bolívia e Chile, por força do Decreto n. 6975, de outubro de 2009, têm direito a permanecer provisoriamente no Brasil. Neste caso, o único impedimento para a concessão do visto de dois anos é a existência de antecedentes penais ou policiais. Sendo assim, o resgate com consequente reenvio de bolivianos estaria descartado.

Sete pessoas dormiam num cômodo construído para ser uma cozinha (Foto: Maurício Hashizume)

Segundo, muitos dos trabalhadores da oficina CSV vivem no Brasil acompanhados de suas famílias (com esposas e filhos, que não raro frequentam escolas e já foram alfabetizados em Português), diferentemente dos libertados das fazendas brasileiras mantêm famílias em suas cidades de origem. O reenvio desses sul-americanos aos países de origem poderia causar "um trauma maior", na visão de Renato.

Terceiro, esses trabalhadores têm pertences pessoais como eletrodomésticos, roupas, móveis etc. O transporte desses bens para os países de origem seria inviável. E quarto, não há estrutura pública de abrigo provisório que pudesse acolher essas famílias caso houvesse de fato o resgate.

Renato ressalta que não existem procedimentos definidos para o resgate em ambiente urbano, específico para trabalhadores estrangeiros. Faltam ainda dados confiáveis a respeito desses trabalhadores (Onde estão? Quantos são? Para quem trabalham? Quem os trouxe? Como vieram?).

Refeições eram preparadas em local improvisado, sem obediência às normas (Fonte: SRTE/SP)

O auditor pede uma articulação mais efetiva dos órgãos públicos em torno da questão e destaca os problemas da falta de confiança nos agentes do poder público ("pacto de silêncio") e da baixa conscientização do consumidor brasileiro.

Acordo e posição
Pressionada por denúncias anteriores, a Marisa – assim como as outros magazines do setor – já tinha assinado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público do Trabalho (MPT) em 2007. No documento proposto pela Procuradoria Regional do Trabalho da 2a Região (PRT-2), a rede varejista se compromete a tomar providências (por meio de advertências no site, cláusulas em contratos comerciais e de visitas periódicas a fornecedores) no sentido de evitar ligações com oficinas com trabalho ilegal.

Quadro de luz da oficina resume o estado das instalações elétricas (Fonte: SRTE/SP)

Em resposta à Repórter Brasil, a Marisa insiste que "não mantém e nunca manteve vínculos com trabalhadores estrangeiros em situação de vulnerabilidade ou trabalhadores contratados com condições de irregularidade" e que "a situação detectada pelos auditores não é de responsabilidade direta ou indireta da Marisa".

"É importante registrar que a Marisa cumpre rigorosamente o TAC celebrado com o Ministério Público do Trabalho", completa o advogado José Luis Oliveira Lima, que respondeu em nome da empresa. "Pelo TAC, a Marisa não ficou responsável pela cadeia produtiva, mas sim pelos fornecedores devidamente credenciados, e não há no relatório de inspeção nenhuma constatação de trabalho [escravo] nesses fornecedores".

Segundo o advogado, a Marisa foi "além no cumprimento do TAC" e "solicitou auditoria não apenas nos seus fornecedores credenciados, mas também nos fornecedores destes". A empresa não esclarece, porém, nem quais são os critérios adotados e nem se as subcontratadas da Dranys/Gerson de Almeida/Elle Sete, caso da CSV, foram em algum momento auditadas.

Extintor vencido era usado para pendurar objetos como cadeados, arame e cabides (Foto: SRTE/SP)

A empresa, que alega ter investido cerca de R$ 30 milhões nos últimos três anos em responsabilidade social, sustenta que não existe conivência ou incentivo à subcontratação. "Cada contratado se organiza segundo critérios próprios, inerentes a particularidade de cada segmento. A Marisa não tem acesso ou ingerência à estrutura de custo de seus fornecedores", acrescenta a rede varejista, que nega ter controle do conjunto do processo produtivo, como afirmam os auditores fiscais.

Por iniciativa da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abeim) – que engloba outras redes como C&A, Riachuelo e Renner -, a Marisa anuncia que a implantação de um novo modelo de certificação voluntária para combater condições degradantes de trabalho já está em fase avançada de negociações.

Detalhe de uma das infiltrações em quarto utilizado como alojamento (Foto: SRTE/SP)

"A Marisa, sempre com o intuito de aperfeiçoar o seu controle aos fornecedores, encampou a iniciativa da Abeim. Esse sistema vem sendo desenvolvido desde agosto de 2009, sendo um processo complexo que envolve várias empresas do mercado, inclusive, empresas certificadoras", adianta. A grande novidade, confirma o advogado, é a união de forças com a finalidade de aumentar o controle no setor. "O modelo proposto visa atingir a cadeia produtiva numa maior profundidade, considerando sua enorme pulverização".

Para a Marisa, "o mercado não pode prescindir de ações de fiscalização conjunta envolvendo os aparatos de fiscalização dos fiscos Federal e Estaduais", com a finalidade de alcançar "todos os atores econômicos pelos quais se encontra pulverizada a cadeia produtiva do setor".

Pacto e mercado
As posições apresentadas pela Marisa não convenem Eunice Cabral, presidente do Sindicato das Costureiras de São Paulo e Osasco. Segundo ela, os grandes magazines têm responsabilidade e "querem se omitir". "Não estamos falando de lojinhas de fundo de quintal", emenda a dirigente. A denúncia que suscitou a fiscalização doi encaminhada pela entidade de Eunice.

O próprio preço praticado pelas redes varejistas, na análise da sindicalista, não reflete os custos de produção e embute a conivência com a precariedade negada pela Marisa. "É impossível comercializar produtos a preços tão baixos cumprindo tudo o que a lei determina. Isso é concorrência desleal", prossegue. "Quem faz tudo direitinho acaba sendo prejudicado".

O número de costureiras na região caiu de 180 mil, na década de 1990, para cerca de 80 mil, em 2006. Como a demanda do setor de confecções aumentou durante esse mesmo período, a situação flagrada na oficina de costura CSV seria, para Eunice, um dos principais motivos para a redução drásticas de empregos formais no setor. "O Brasil é grande e estamos de portas abertas para receber gente de outros países. Mas as leis precisam ser cumpridas e todos precisam ser tratados com dignidade", conclui.

Os auditores fiscais responsáveis pelo caso reconhecem que, diante do emaranhado de pessoas jurídicas intermediárias resultantes da subcontratação (terceirização, quarteirização, quinteirização etc.), a empresa tomadora principal acaba perdendo o controle da mão de obra que está "na ponta". "Mas no caso específico da Marisa, o que se verificou foi a simulação de contrato de fornecimento, sendo que a empresa mantém a ingerência sobre todos processos que envolvem a produção", reitera Luís Alexandre.

"Não existe, ainda, um diploma legal que discipline de maneira adequada e suficiente a terceirização de serviços, deixando essa questão inteiramente para o mercado – leia-se, a ´lei do mais forte´", complementa o auditor. 

Os integrantes do Grupo de Combate à Fraude nas Relações de Trabalho e à Terceirização Irregular da SRTE/SP avaliam que a Lei de Anistia Migratória, ao facilitar a concessão de vistos provisórios durante o segundo semestre do ano passado, criou um ambiente favorável à regularização, inclusive do ponto de vista trabalhista. No entendimento deles, o empoderamento dos imigrantes (com a conscientização sobre direitos, a qualificação profissional e a eliminação de aliciadorees que atuam no tráfico de pessoas) é essencial.

Ainda nesse sentido, a SRTE/SP recomenda, por parte das empresa, o cumprimento integral do disposto no Anexo I do Pacto Contra a Precarização e Pelo Emprego e Trabalho Decentes em São Paulo – Setor das Confecções. "Uma parte importante do empresariado ainda não aderiu", conta Renato. 

A Marisa e outras redes magazines da Abeim foram convidadas a aderir ao Pacto Municipal Tripartite, mas declinaram. Aos auditores, a Marisa declarou entender que, por já possuir um TAC firmado com o MPT, não lhe competia ir além dos estritamente acordado nesse âmbito. Já o advogado da empresa declara que as negociações envolveram entidades associativas (e não empresas individualmente consideradas) e a divergência "envolveu a oposição à terceirização de forma geral manifestada no pacto".

Em 2009, a Marisa teve aumento de 7,4% da receita líquida que, projetada pelo alto consumo da classe C, saltou para R$ 1,5 bilhão. A empresa deve abrir 39 novas unidades em 2010. A rede está investindo pesado nas vendas pela internet. E apesar de todos os problemas apontados pela fiscalização, a reportagem registrou (veja foto acima) exemplares da mesma blusa fabricada pelos imigrantes latino-americanos submetidos à escravidão sendo vendidos, nesta terça-feira (16), em loja da Marisa na capital paulista.

Consultas feitas pelos auditores ao Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) permitem inferir que as outras seis oficinas de costura (cinco delas também pertencentes a bolivianos) que fabricavam a mesma blusa para a Dranys/Gerson de Almeida/Elle Sete não proporcionavam condições de trabalho muito superiores às encontradas na CSV.

Todas elas jamais tiveram movimentação de empregados, o que, segundo os auditores, denota "a imensa informalidade e precariedade das condições de trabalho nesses locais". Um dos proprietários dessas oficinas se superou: "emprestou" o Cadastro de Pessoa Física (CPF) de uma outra pessoa no preenchimento de nota emitida para as intermediárias.

*O jornalista da Repórter Brasil acompanhou a fiscalização da SRTE/SP como parte dos compromissos assumidos no Pacto Contra a Precarização e pelo Emprego e Trabalho Decentes em São Paulo – Cadeia Produtiva das Confecções

**A Igreja "Boas Novas de Alegria" sustenta apenas ter alugado o piso de baixo do referido imóvel. Atualização feita em 03/09/2012.

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73 Comentários

  1. paulo

    Quando o poder publico consegue atuar as grandes empresas, a primeira coisa que eles fazem é desmerecer o sistema ,que é espetaculo,etc….15% a mais de faturamento na casa de bilhões . Me pergunto por que utilizar deste meio sórdido,demoniaco que é a utilização do trabalho escravo, que não é só esta loja mas industria de materias esportivos já foram acusadas de utilizarem trabalho escravos. Basta os fazendeiros neste país(nem todos)que utilizam e contam com a proteção de alguns Senadores.
    Basta, pois a vida é Efemera pergunte-se a si mesmo o que acontecerá depois que partimos daqui, acabara tudo ou estarei em algum outro lugar ,ele é de sofrimento ou de alegria.Como devo pensar.

  2. jose roberto santos

    basta todos consumidores de roupas destas marcar envolvidas nesses crimes ediondo,nao comprar mais nesta lojas,porque o maior patrocinador deste crime eo proprio consumidor, vamos todos boicotar estas empresas para que isso acabe,minha irma tem 20 fucionarios todos com carteiras registradas paga tudo em dia como pode ele concorrer contra uma injustiça desta,estas marcas tem mais e que pagar multas milionarias eos consumidores boicotarem estas marcas

  3. Azarias

    Se não fosse o Estado a garantir Direitos, estaríamos tal qual século XIX. É nisto que dá a livre iniciativa(dá em escravização).

  4. Luciana

    Os donos desta empresa são brasileiros?
    A reincidência revela que não está ocorrendo punição exemplar.Como esta empresa conseguiu obter empréstimo no BNDES?
    Deveria ser obrigada a quitar o empréstimo.
    A Receita Federal Federal e o Misnistério Público do Trabalho devem fiscalizar com maior rigor esta prática da Rede de Magazifnes Marisa, que está se tornando uma pratica habitual.
    O trabalho escravo viola a dignidade humana.
    Viola as leis vigentes no país. Quem pesquisar no Google verá que esta empresa tem, histórico de desrespeito ao ser humano. Talvez o elo do desrespeito esteja na máxima “protejo os meus” os outros não interessa, ou “máximo lucro” de qualquer maneira.

  5. Luciana

    As peças de roupas desta loja devriam ser todas confiscadas.E por advertência no mínimo, uma semana fechada e o público ser informado desta ilegalidade.Os consumidores não podem ser cúmplices destas ilegalidades.A empresa deveria ser obrigada a quitar o empréstimo que obteve no BNDES para “ampliar e modernizar a loja”.Modernizou a loja, mas desrespeita o ser humano.Dinheiro do lucro é manchado suor e lágrimas dos escravizados.

  6. Cassy Távora

    Pela matéria(não nos interessa religião)acreditamos em um trabalho investigativo científico e exaustivo. Isso, nos Lembra DASLU e DASPU?

  7. Janaina Azevedo

    Sei que a polícia e o ministério público têm de apurar um monte de coisas antes de chegar aponto de uma investigação in loco ou um flagrante. Mas, me desculpe, nada me tira da cabeça de que isso foi armação por que alguém da Marisa ou das outras envolvidas deixou de molhar a mão de alguns fiscais. Moro próximo ao Brás e ao Canindé, em São Paulo. Sei de pelo menos 8 lugares que têm condições ainda PIORES que essas (um deles, inclusive, tem turnos de 16 horas e a oficina não pára 24h), você passa na porta e tem cadeado do lado de dentro. Teoricamente bastaria uma denúncia: já liguei e denunciei 9 vezes, uma delas, entreguei junto fotos que tirei com celular. E absolutamente NADA aconteceu.

  8. cristiano navarro

    Parabéns pela reportagem!

  9. Titosales

    Esse negócio de mais rico, de redes que só ampliam sua lojas, tudo isso tem um fun do de roubo por trás, alguém paga e paga caro o luxo destes avarentos…contudo, o que precisa é haver maior rigor por parte do orgãos fiscalizadores. estes bandidos que vivem do capital vadio. ou aqueles que acumulam somas incalculáveis às custas da miséria da maioria como esta casas marizas, tem que se apertar o cerco a estes contraventores da ordem….

  10. Ronaldo

    O redator do texto aparenta um ódio muito grande pela Marisa. Ele é irônico e perverso. Acusa com autoridade ditatorial, “aponta o dedo” sem piedade, numa clara demonstração de “justiça pelas próprias mãos”.
    Deve ter tido algum problema com a loja Marisa, e agora, usa a mídia como instrumento de vingança. Pobre homem! Esquece-se ele que a Marisa emprega diretamente mais de 10.000 pessoas e movimenta a economia. Esquece-se também que as leis trabalhistas brasileiras engessam o sistema capitalista, que é o sistema adotado pelo Brasil desde o fim do Feudalismo. Erros podem acontecer com uma estrutura grande, devem ser corrigidos, mas tem-se que cuidar para não cometer injustiças.

  11. Sandra

    É interessante observar que a perpetuação de duas práticas que perduram desde a inaguração de nossa pátria querida: trabalho escravo e trabalho degradante. E o pior disso tudo é o altíssimo grau de conivência e internalização destas práticas que naturalizam, como se justo fosse, tais práticas opressivas. Parabéns pela matéria investigativa e cabe a pergunta: Qual o meu, o nosso, o seu comprometimento para que tais práticas sejam extirpadas de nosso país? Ou mesmo: Será que eu gostaria de também ser escravizada ou trabalhar em condições análogas ?

  12. claudio borges

    E assim a “modernidade” vai piorando as condições de vida de todos. Já estamos retrocedendo pra antes dos direitos minimos, conquistados pelos trabalhadores ingleses no século 19.
    Um dia chegaremos à idade da pedra…
    http://pt.wikipedia.org/wiki/Sindicalismo

  13. Claudia Morales

    Enquanto isto, ligamos nossa TV, em casa, em horário nobre e ouvimos : “De mulher para mulher, MARISA!”
    É uma vergonha !

  14. Rose Tavares Costa

    É muito fácil pra Polícia Federal apontar as irregularidades , não que eu seja favorável à mão de obra escrava , de jeito algúm ! Mas , por que será que muitas oficinas são obrigadas a não registrarem suas costureiras ? Será que o Governo colabora com suas taxas e impostos ? O quanto isso aumentaria no custo da mercadoria ? E a roupa importada ? É justa a concorrência que sofremos com os outros países ? Países como China por exemplo , onde a mão-de-obra é 100 % escrava ? Por que não bloquear a entrada dessa mercadoria pronta e incentivar a mão-de-obra interna ? Então a culpa é das Lojas Marisas , que empregam milhares de pessoas no Brasil ? São muitos culpados…. talvez….todos nós !

  15. Luís Felippo Mendes Jr.

    Sou do ramo de confecção , vocês sabiam que andou circulando no jornal coriano que o Governo da Bolívia está orientando os bolivianos à não aceitarem registro em carteira ? Sabem por que ? Para que eles não fiquem totalmente satisfeitos e não se fixem definitivamente aqui no Brasil ! Porque eles costumam ganhar dinheiro aqui , mandar todo mês uma quantia para os familiares lá , e assim estão ajudando o país deles . Mais tarde acabam voltando para lá …. E o Governo está preocupado com eles….rsrs

  16. Tatiana

    Gostei muito da reportagem porque abriu dois pontos para discussão:
    1)A matéria frisou a Loja Marisa, no entanto, várias lojas trabalham com as mesmas confecções, logo com as mesmas oficinas de costura, o que vale auditar outras oficinas.
    2)Trabalho escravo, atualmente, o segmento de confecção é o atrativo para imigrantes pobres que buscam uma nova oportunidade, como vimos com os coreanos, assim, este atrativo nos leva a refletir sobre a falta de diretrizes aos imigrantes que vem trabalhar em nosso país bem como as diretrizes para regulamentar o trabalho nesse segmento, visto que profissionais especializados estão perdendo vagas devido a mão de obra barata e indefesa.

  17. Shirlei

    É mais decente ver homens e mulheres trabalhando neste ambiente de trabalho , mesmo sem registro , mesmo com seus filhos à tira-cólo , do que nos faróis pedindo esmóla , roubando ou usando as crianças …. e a Marisa só cria mais e mais empregos ! Deixem ela em paz !

  18. Heingell

    NÃO DEIXEM ISSO PROLIFERAR AQUI NO BRASIL, MULTA É POUCO, TEM QUE PRENDER ESSES ESCRAVAJISTAS.

  19. Antonio José

    O Governo Brasileiro (Congresso) e tudo o mais tem culpa, muita culpa em tudo isso. Alguem já se perguntou quanto o Governo cobra de impostos sobre os produtos vindos da China, da Índia e por aí afora? A chave dos desmandos internos está aí. A China, Índia e outros país do G20 praticam o trabalho escravo. Se queremos ser descentes temos de fazer as leis para serem cumpridas e não só ficarem escritas, sem nenhum valor. Os advogados vão manipular tudo e nada vai acontecer, porque é sempre assim que vemos acontecer.

  20. Juarez Guilhon Lucas

    Sobre o comentário de Shirley, dia 18/03/10. às 23h30min: se ela não sabe ainda, a escravidão é um crime contra a humanidade e contra a pátria. Portanto, ela não deve nem ser humana, nem ser patriota. Na realidade, pelo seu infeliz comentário, ela deve ser é uma má brasileira, ou então deve ser parente da proprietária das lojas, ou amiga,ou cliente tipo da Daslu, quem sabe, metida a “dondoca” ou socialaite elitista.

  21. Denise

    A Manchete deveria ser: “MTE assume incapacidade de fiscalização”.
    Permitir chegar no 5 elo da cadeia e responsabilizar empresa é inversão de papeis.Isso só reforça as injustiças nesse pais.Os bolivianos estão passando fome em seu pais,entram ilegalmente no Brasil,se instalam e começam a trabalhar de forma irregular.Tudo isso é culpa da Marisa,Renner,Riachuelo?Estas grandes redes tem qual alcance de fiscalização? Porque o MTE não fiscaliza os Logistas do Brás e Bom Retiro onde o problema deve ser muito maior? Será que não pensaram nisso?Ou é melhor taxar de onde a renda é certa?Descredenciando o fornecedor o problema é maior,aumenta desemprego.Lamentável se isentar de seu papel fiscalizador

  22. Luci

    O rabino da sinagoga que o dono da loja Marisa frequenta deveria orientá-lo para que entenda que o mundo em que vivemos não mais concebe que o ser humano explore outro.
    Trabalho escravo é crime.
    A imprensa não publicou estas fotos que o Repórter Brasil corajosamente exibe e que envergonha pela crueldade, ilegalidade e afronta à sociedade brasileira. Os consumidores que lá compram mercadorias estão “patrocinando” o trabalho escravo.
    Marisa tô fora.

  23. Lu

    Este é o capitalismo desumano, selvagem que desrespeita a dignidade humana. Para estes capitalistas da Marisa que utilizam cadeia produtiva com mão de obra escravizada o lucro está acima do respeito à vida de quem não é parte do seu grupo social. É desumano explorar seres humanos para produzir e lucrar, continuar explorando quando oferta o produto a um preço absurdo.Estes delitos comprometem a imagem do país e abalam a democracia.
    Eu sinto-me envergonhada, revoltada e triste por já ter adquirido produtos neste magazine.

  24. Luciana

    O trabalho escravo era exercido no salão da igreja “Boas No0vas da Alegria”? Porque o Ministério Público do Trabalho não solicitou a prisão de todos que estavam envolvidos na “escravização dos trabalhadores”?

  25. Jessica

    Parabéns pela reportagem. A única coisa que lamento realmente é que esse tipo de notícia não aparece em rede nacional para que todos ficassem sabendo como são feitas as roupas dessa grande rede varejista “Marisa”. O que podemos fazer e repassar esta mensagem a todos os nossos contatos para circular por todo o Brasil por meio da internet. Fazer boicote mesmo a esse tipo de loja que fabrica roupas e fatura bilhõse a custa da dignidade e ignorancia de poucos. BOICOTE JÁ!!!!

  26. Piva

    Não deve ser só a Marisa que faz isso né gente?! Grandes lojas de varejo com certeza fazem.

  27. Lucinda Rolnic Rodrigues

    As horas no relógio já passam velozes, a Terra a cada segundo é uma incógnita de sobrevivência, e o poder palaciano continua ainda na sua forma de protozoário sugando suas presas. Já dizia Lincoln: O homem só é humano no dia que nasce. A continuação nesta sintonia é privilégios de pouquíssimos. Dê a eles o poder e descobrirás sua dignidade.

  28. maria

    que vergonha

  29. Marcia

    Se quiser achar mais bolivianos nessas mesmas condições, visitem a região do bras, proximo a estação bresser do metro. Ali, nem parece Brasil…
    nem precisa publicar esse comentário, mesmo pq esse nao é meu e-mail verdadeiro. Apenas gostaria que visitassem a região e vejam q isso q foi descoberto é apenas a pontinha de um gigantesco iceberg.

  30. edna.zanella@gmail.com

    Eu como sempre foi cliente da Marisa fiquei chocada, até na moda a corrupçao esta presente, que penaalguma coisa tem que ser feita, já não sou +cliente marisa.

  31. Lana

    Tudo é uma questão de dois pesos e duas medidas, muito difícil, abrir mão do lucro e do resultado.

  32. Denise

    É vergonhoso, sub-humano o que essas grandes empresas fazem com o ser humano, tudo isso por causa da ganância.Querem só produção e lucro, funcionários ficam em ultimo plano.Tem que fiscalizar de forma beeemmm profunda essas lojas mesmo.

  33. Werlânia

    Absurdo, como é que uma empresa dessa age dessa maneira? tem que punir sim é de não acreditar que ainda exista isso no mundo imagine em nosso país. Ainda bem que foram descobertos, Parabéns para fiscalização, e o que se espera no minimo é que isso tudo seja regularizado .

  34. fabiana

    Um ABSURDO …sou ex-funcionaria da Marisa,trabalhei no centro de distribuiçao.Lá a diferença é que tem tds direitos trabalhista,mas deve ser da marisa msm descaso com os funcionarios…Parabens a fiscalizaçao e espero q aconteça a puniçao é o minimo

  35. Luciana

    Este é o resultado do capital selvagem que foi implantado no país, e a ambição desmedida pelo lucro segue pisoteando seres humanos vulneráveis. Esta escravização suga a força de trabalho dos escravizados, fragiliza suas almas, viola direitos humanos, tudo isto para a Narisa obter lucros.
    Obter ganhos com exploração e sofrimento de seres humanos é imoral, ilegal e cruel.
    O trabalho escravo materializa abuso físico, mental e emocional, é desumano.

  36. Erika Crislene

    Eu já trabalhei na loja Marisa como Menor Aprendiz, no começo foi muito difil pq vc passa por pressão pisicologica… Pelo menos na loja em que eu trabalhei 1 ano.. na 623 – caruaru-Pe Shopping… como eramos menores aprendizes ganhavamos meio salário! e ainda os descontos de inss,ticketresumindo quase nada! trabalhavamos 4 horas e 4 dias na semana…dentro da lei faziamos muito bem o nosso trabalho mas ñ fomos reconhecidas ..bom otrabalho de nenhum funcionário é reconhecido na 623… Agora que nosso contrato acabou ñ querem pagar nossos direitos saímos em 18/03/10 hoje é 26/03/10 e ñ nos pagaram e nem deram baixa em nossas carteiras minha amiga recebeu 100 reais e eu 240 no banco e + nada!

  37. Ana

    É a cultura secular de “escravizar” para lucrar o máximo.
    É a cultura de desrespeitar a dignidade humana para lucrar o máximo.

  38. Marta

    Eu tive a oportunidade de trabalhar com bolivianos, amaveis, educados e comem muuuito. Aprendem muito rápido,são caprichosos profissionalmente ,pessoalmente não muito .Duvido que boliviano gostaria de obter descontos em seus salários,horarios , normas rigidas.Pagar aluguel, luz agua imposto mercado,feira e pegar onibus lotado rasileiro,não aceita pagamento por peça produzida,acostumaram a receber os seus salários produzindo ou não. Com brasileiros ou bolivianos temos que cuidar deles em todos os sentidos assim todos ficam satisfeitos e com qualidade de vida.Eu ganho e vc também. Percebo q quem explora bolivianos são os propios bolivianos e chineses estão enriquecendo.

  39. Rosa Maria Ramos

    Enquanto a renda mundial for mal distribuida,nada muda. O que está acontecendo nas oficinas da Mariza, é a realidade que envolve o mundo, em escala menor!!! Uns têm muito…outros não têm nada.É só olharmos em volta!!!!!

  40. marcia

    Eca! Estava pronta para fechar uma compra on-line qdo achei está matéria, desisti…mas msm registrados ainda acho muito minimo nosso mínimo descontando os impostos, depois qdo se precisa do inss é aquela burocracia, e aposentar então!Ainda no assunto marisa vale lembrar q Wagner Moura foi garoto propaganda assim como Taís Araújo, Carolina Dieckmann e Giovanna Antonelli juntas em comercial e tb Reynaldo Gianecchini… será q o cache tb foi escravo?

  41. Maria

    Só parece ruim o valor pago pois o valor total é muito maior. Para quem é costureira boa e mtoo bem paga, recebe em torno de R$3,50 na fábrica. Entao, achar que R$2,00 por item(nem é por hora) é muito pouco é ser hipócrita e nao entender nada do assunto.
    Acho que essa matéria é um pouco sensacionalista nesse ponto( sobre o valor pago a eles). Mas com as condicoes ruins, sim, inaceitável.
    bjo

  42. Karina

    Isso é um absurdo, como isso ainda pode existir nesse país?

  43. Christian Morais

    Excelente reportagem. Fazia tempo que não lia um trabalho jornalístico de tamanha qualidade e relevância social.

  44. Anne

    Muito bom o esclarecimento!

    Mas é importante lembrar que a Marisa não é a única empresa que usa a mão de obra dessas fabriquetas que empregam imigrantes, outras redes fazem o mesmo.
    E o que dizer das usinas de álcool que submetem os cortadores de cana a condições de trabalho bem piores do que estas?
    Infelizmente, vivemos uma situação na qual, se formos boicotar todas as empresas que sonegam impostos e não respeitam leis trabalhistas, não consumiremos mais nada!

    Abraços.

  45. Carlos Henrique

    Reportagem fantástica! Investigar a cadeia produtiva de determinadas empresas é abrir a caixa de pandora do sistema de exploração cada vez mais criativo a que os trabalhadores brasileiros são submetidos. No campo e na cidade.
    Parabéns, Maurício!

  46. Cesar MR

    Simplesmente NÃO COMPRO MAIS NADA NA MARISA

  47. Ramsés Abreu

    Isto é a cara do Brasil. Pior é ver as propagandas feitas pela rede Marisa. Afora este fato denunciado, outro pelo qual estou entrando na Justiça, é a cobrança indevida na fatura do cartão da loja da taxa de manutenção. Realmente UMA VERGONHA.

  48. Sabrina

    NUNCA MAIS comprem na Marisa, é o mínimo que podemos fazer. Parabéns, Maurício!! Reportagens compromissadas e bem investigadas como esta fazem muita falta no que chamam de “jornalismo” atualmente.

  49. Clarissa Beretz

    Queria ver a cara da Carolina Dieckman, da Taís Araújo e das grandes atrizes que fazem propaganda do magazine. De mulher pra mulher? Humpf! Que o digam as bolivianas!

  50. carla

    sem o traballo escrabo a gente moraria nas ruas poriso ten que traballar para nao robar como outras pesoas

  51. Hugo Richard Rivera Cruz

    Essa exploração não ven so das confeçoes (Koreanos),ven de todos os lados,mas e so con Bolivianos,exemplo.
    As casas que são alugadas en valores altos,a eletro paulo,etc.

  52. andre p p

    Um absurdo !!! Cai um mito, maaariiisaaaa…

  53. Graciete Mary dos Santos

    Gostaria de aproveitar para fazer uma denuncia contra o Grupo de Confecção Daslú. Minha mãe e costureira e prestou serviços pra esta loja. Alguém saberia dizer a quem posso relatar o ocorrido?

    Obrigada

  54. Ronaldo Reis

    Como é lamentável ver q existe uma classe média que apóia esse ato tão vergonhoso de exploração.
    É por isso que a grande mídia, as corporações e os governos fazem o q quer com esse tipo de gente.
    A Marisa é uma empresa e deve ser tratada como uma empresa q apenas explora e objetiva o lucro.
    Seres humanos não devem ser tratados como mercadorias ou objeto de valores.
    A Marisa deveria ser fechada, ,e as patricinhas deveriam buscar outros valores para suas vidas, ao invés de gastar seu dinheiro com grifes e status.

  55. Celina

    Parabéns ao site Repórter Brasil pelas constantes denúcias de trabalho escravo e por dar visibilidade ao problema, colocando-o na pauta da mídia tradicional. Vi ótima matéria sobre esse caso na revista Marie Claire de agosto/2010 e corri para o Repórter Brasil para saber mais. Parabéns pelo trabalho.

  56. André Luiz

    Essa nova forma escravagista se estende a toda a população. O escravagismo contemporâneo está relacionado ao sistema financeiro que endivida o cidadão através de empréstimos, cartões de credito, cheque especial. Com a facilidade destes recursos e a total liberdade do cidadão, ficou fácil para uns poucos espertos perceberem isso e de forma legal, contratual, faz esse individuo trabalhar para pagar os juros escorchastes praticados pelo mercado. Sendo ele, os bancos um detentor de capital (pertencentes a outros) tira proveito disso e escraviza boa parte da população.
    Na minha humilde visão de um Brasileiro, acho que esse sistema deveria ser investigado, pois ele favorece a uma minoria que

  57. André Luiz

    , faz esse individuo trabalhar para pagar os juros escorchastes praticados pelo mercado. Sendo ele, os bancos um detentor de capital (pertencentes a outros) tira proveito disso e escraviza boa parte da população.
    Na minha humilde visão de um Brasileiro, acho que esse sistema deveria ser investigado, pois ele favorece a uma minoria que está se tornado o dono do País, invertendo os verdadeiros valores de uma Nação.

  58. André Luiz

    Na minha humilde visão de um Brasileiro, acho que esse sistema deveria ser investigado, pois ele favorece a uma minoria que está se tornado o dono do País, invertendo os verdadeiros valores de uma Nação.

  59. anibal

    muito bom isso interessante…

  60. alberto

    Por favor me explique, se a minha empresa comprar de uma empresa de confecção roupas com a minha marca e essa empresa usar serviços de oficinas de bolivianos sem carteira resgistrada, serei eu a responder perante a lei ou a empresa que presta serviços de fabricar para mim?

  61. Alex

    Quanta frescura… deixem esses pobres coitados trabalharem, porra!

  62. Diana

    Realmente,se a empresa faz tercerização,vai responder pelos erros e abusos da empresa que vende o serviço?Lógico,em se tratando de uma empresa de grande porte,eles devem ter pessoal especializado para fazer inspeção nas tercerizadas.Eu creio…

  63. Helder evangelista freire

    esta situação se estende à Espinosa -MG
    onde existem empresas terceirizadas pela marisa também onde pagam em média 0,05 centavos por peça , onde a média salarial é de no maximo R$300,00 mês,podendo ser confirmado com pessoas que trabalham nas varias fabricas.

  64. Sinai

    Boa tarde, vi seu comentario no site reporter Brasil ,e achei estranho sua informação. Conheço várias oficinas lá ,que costuram para esse magazine que voce sitou,e todas trabalham com funcionários registrados. Gostaria de saber onde vc tirou esta informação? Pois oficinas que trabalham com esse preço trabalham para outros varejistas.

  65. Margareth

    Eu nunca vi tanto boliviano espalhado para todo lado!A cidade esta lotada deles.Enquanto trazem bolivianos para ca,os brasileiros ficam sem emprego.Terceirizar serviço de outras empresas não é crime e o empresário,não tem como controlar quais são as condições de trabalho da empresa contratada.A Marisa não tem nada a ver com isso!Ao menos é o que penso,pois tenho confecção tambem e terceirizo alguns serviços.Como vou saber se contrato a empresa ela me da nota de serviço.Portanto a culpa não é da Maísa,apenas as peças estavam sendo confeccionadas la,na empresa de facção.

  66. Marcelo Segredo

    Absurdo que em pleno seculo 21 ainda temos que ver isso

  67. junior silva

    Sou gerente de uma facção meu patrão esta tentando legalizar os funcionários só que o valor dos impostos no fim do mês e mais do que ele consegue ganhar .
    Resumindo o que ele ganhar no fim do mês ele tem que escolher se paga os funcionários ou os imposto. No fim ele vai ter trabalhado só pra dar dinheiro ao governo.

  68. Jackson Sonnerman

    O imigrante topa qualquer coisa pois nao tem nada a perder. Quem nao arrisca nesse Pais, vai morrer ganhando uma merreca de 1 salario minimo .Se eu fosse boliviano fazia a mesma coisa .

  69. augus

    O IMPOSTO E CULPABLE E MAIS ALTO QUE O SALARIO MINIMO POR ISSO A ILEGALIDADE DO TRABALHO Y O ESCRAVISMO O GOVERNO TEM QUE VER O IMPOSTO DE TODOS OS QUE VIVEN TRABALHANDO EN BRASIL TEM QUE REFACER O PAGO DOS IMPOSTO………………..PAIS DOS IMPOSTOS———————

  70. henrique

    essas empresa como Marisa Wal mart pão de açucar Pernambucanas Zara C&a e outros magazines terceiriza e as empresas que faz para esses magazines entre” ” eles pagão uma mizeria para as pequenas facçoes que ai entra o trabalho escravo que aqui em brusque sc a capital da moda tá uma vergonha esta na hora do ministério publico agir eles pagão de 1,00 a 1,50 uma peça de roupa para uma costureira fazer não gastão nem a linha e vendem de 50,00 a 100,00 isso é justo tá na hora das faccionista sair nas ruas e protestar vamos lutar pelo nossos direitos e dizer não a escravidão.

  71. Angela França

    É verdade já trabalhei p/ essas empresas.é vergonhoso o que pagam p/confeccionar uma peça uma miséria,vendem um preço absurdo nas lojas:tá na hora de valorizar o serviço das costureiras que é um serviço duro o dia todo acelerando a máquina não existe dor nas pernas nada ,a produção tem que sair.isso é vergonhoso quem fatura sempre é os grandes magazines pegam tudo prontos as sofredoras nem aparece p/ desabafar.será que um dia os sindicatos do vestuário vão valorizar os serviços da costura?então vai acabar o mão de obra da costura e eles vão comprar tudo da China.fica o desabafo em nome de todas as costureira,muitas não sabem usar internet.porque só trabalham/trabalham….nem sobram tempo p/fazer um curso informática.

  72. Julio Luiz

    Vcs criticam a marisa, na realidade 88% das empresas brasileiras de confecção vem utilizando desse tipo de trabalho.Isso foi obra da politica de terceirização de trabalhos industriais porem, o maior dos afetados foi a confecção…Os trabalhos de facções hoje existentes no país onde não existe se quer uma nota de serviço… Facilita grandes empresas a contratar empresas menores que por sua vez para cortar custos repassam para facções muitas vezes de fundo de quintal… Impedindo tanto o crescimento quanto o investimento. Sem contar a escravização da mão de obra estanheira.Costureiras são obrigadas a trabalhar e cumprir com cargas horarias absurdas… Estoura uma dessa da marisa não é por ser pego ou fiscalizada , é simplesmente denunciada por estar atrapalhando o interesse de outros. Não falo como que imagina isso falo como que a muito esta nesse mercado. O fato aqui não é a escravidão. O fato aqui é a deterioração das leis trabalhistas e da industria. O fato aqui é a sonegação de impostos e corrupção do ministério do trabalho…. Não se retenham a escravidão ou a marca citada posso apontar mais 200 outras. Não se trata de escravidão isso tem base em sonegação. A empresa é corrupta é sim eu mesmo ja produzi milhares de peças pra ela e ela nem sabe que foi eu quem fiz, ou importa com isso… Mas isso é uma rede. Pior esses trabalhadores aí são estrangeiros e nos escravos nacionais vamos pagar essa conta, não é so esses chicos e chicas colombianos , as costureiras brasileiras vão pagar essa indenização.

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