Por detrás da Jabulani

 09/07/2010

Quem diria! A famosa bola Jabulani usada na Copa do Mundo de 2010, é feita com a utilização de trabalho escravo.

Toda Copa tem os seus bastidores e para nós brasileiros nunca se apagará o bordão: "Prá frente Brasil!", nascido na conquista do nosso tricampeonato de 1970. Por trás desse grito explosivo, irmãos torturavam irmãos e até os matavam nos porões da ditadura. A população era enganada com a falsa popularidade dos nossos governantes. Isso me faz duvidar da esmagadora popularidade do Presidente Lula.

Por outro lado, África do Sul além de ter uma bola escusa, vive sob o pesadelo causado pelos seus estupradores e o Presidente Jacob Gedleyihlekisa Zuma é um deles. O país tem índices de violência piores do que a Baixada Fluminense e nos seus belíssimos estádios, a Jabulani voa sob o signo da escravidão paquistanesa. No longínquo Paquistão, trabalhadores se desdobram para preparar a pelota e para isso recebem um mísero salário mensal não superior a R$ 205,00 por 6 bolas ao dia. Se o nosso salário mínimo de R$ 510,00 mensais já é pouco, imaginemos o paquistanês onde Lei Trabalhista é matéria rara. No Brasil só uma Jabulani custa R$ 400,00! A exploração lá está exatamente na mão-de-obra barata.

Na televisão nos foi apresentada a alta tecnologia aplicada na montagem das tais Jabulani, mas o prévio manuseio da matéria-prima ficou oculto. Aí entra o trabalho manual que as câmeras não mostraram. A exposição do homem ao poliuretano e o náilon pode gerar alta insalubridade. Equipamentos de segurança faltantes, assistência social precária e baixíssima remuneração, sem chances de se manifestar, configuram o trabalho escravo.

Que a Fifa não nos traga a Copa de 2014 sem exigir a nossa contrapartida. Que até lá possamos ter banido, por exemplo: a maldita pedofilia, o trabalho e a prostituição infantil, o avassalador tráfego de drogas, a incontrolável violência e outros itens tão vergonhosos. Guardemos dados de hoje para serem confrontados com os de 2014.

(*)Por João Eurípedes Sabino, presidente do Fórum Permanente dos Articulistas de Uberaba e Região; membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro
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