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Contingente de jovens desempregados nunca foi tão grande

Relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) lançado por ocasião de ano comemorativo revela que cerca de um em cada oito jovens de todo o mundo não tinha emprego em 2009. E o pior: situação vai se agravar em 2010
Por Repórter Brasil
 11/08/2010

O desemprego entre jovens de todo o mundo atingiu, em 2009, o mais alto dos patamares já registrados. E pior: vai aumentar até o final de 2010. É este o cenário apresentado pelo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgado nesta quarta-feira (11), por ocasião do Dia Internacional da Juventude (12 de agosto) e do lançamento do Ano Internacional da Juventude das Organizações das Nações Unidas (ONU).

Dos 620 milhões de jovens economicamente ativos com idade entre 15 e 24 anos, 81 milhões estavam desempregados no final de 2009. A OIT jamais registrara nível tão alto anteriormente: aproximadamente um em cada oito jovens sem trabalho. Foram contabilizados 7,8 milhões de pessoas em início de carreira estavam sem emprego a mais do que a quantidade registrada dois anos antes. Em 2007, a taxa de desemprego dos jovens era de 11,9%. Em 2009, a porcentagem saltou para 13%.

Projeções do estudo Tendências Globais de Emprego para a Juventude – 2010 mostram que a taxa de desemprego global de juventude deve continuar crescendo em 2010. No final deste ano, a parcela deve chegar a 13,1%. Para 2011, espera-se um declínio moderado para 12,7%.

Segundo o órgão das Nações Unidas, o desemprego entre jovens revelou-se mais sensível à crise financeira e econômica dos últimos anos do que as taxas de adultos de faixas etárias mais avançadas. O legado desta tendência, alerta a OIT, poderá resultar numa "geração perdida", que seria "composta de jovens que abandonaram o mercado de trabalho, tendo perdido toda a esperança de serem capazes de trabalhar para uma vida decente".

Cerca de 90% dos jovens nesta faixa de idade (dos 15 aos 24 anos) vivem nos países em desenvolvimento. O relatório assinala que os jovens dessas nações são mais vulneráveis ao subemprego e à pobreza. Estima-se que, em 2008, 152 milhões de jovens (28% do contingente total em nível mundial) estavam empregados, mas sobreviviam em situação de extrema pobreza, em famílias com menos de US$ 1,25 por pessoa por dia.

Na América Latina, o número de trabalhadores por conta própria aumentou 1,7% e o número de trabalhadores familiares subiu 3,8% entre 2008 e 2009. A região também experimentou um aumento na proporção de adolescentes envolvidos em emprego no setor informal durante a crise.

"As consequências da crise econômica e financeira ameaçam agravar os pré-existentes déficits de trabalho decente entre os jovens. O resultado é que o número de jovens em trabalhos precários cresce e este ciclo pode persistir por pelo menos mais uma geração", comentou o diretor-geral da OIT, Juan Somavia. O custo da ociosidade entre os jovens é amplo: desde investimentos em educação que são perdidos até a redução das contribuições para os sistemas públicos de segurança e assistência social e o consequente aumento de gastos com serviços de reparação.

Mulheres jovens, completa o estudo, têm mais dificuldade do que homens jovens para encontrar trabalho. A taxa de desemprego das mulheres jovens em 2009 foi de 13,2% em comparação com a taxa masculina de 12,9%.

Clique aqui para ver a íntegra do relatório. 

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