Protesto no Piauí

 26/08/2010

Agricultores do primeiro assentamento para vítimas do trabalho escravo ocuparam a sede do Incra, em Teresina. Eles protestam contra a falta de recursos para a infraestrutura.

Quando se mudou com a família para o assentamento, o agricultor assentado Eduardo Santos estava cheio de esperança. Mas quase dois anos depois, ainda não tem casa e nem pôde começar a produzir na terra. "A situação é muito crítica, porque falta o saneamento básico completo: casa, estrada, água. O maior patrimônio que nós estamos correndo atrás neste momento é a água, porque, sem a água, ninguém vive", afirma o agricultor assentado Eduardo Santos.

Os trabalhadores rurais que vivem no assentamento Nova Conquista, no sul do Piauí, decidiram ocupar a sede do Incra em Teresina. Os assentados querem recursos para a construção das casas e investimentos na agricultura.

O assentamento Nova Conquista, no Piauí, é o primeiro do Brasil para agricultores resgatados do trabalho escravo. Na área, moram 42 famílias.

Sem recursos e estrutura, os trabalhadores ameaçam deixar o assentamento. "A gente já tem alguns poucos companheiros que, por maior necessidade, para não passar fome, estão sendo obrigados a voltar para o ciclo da migração forçada", diz o agricultor assentado Francisco Oliveira.

"No momento, nós estamos com o crédito empenhado, o Crédito Apoio Inicial, que dá direito às famílias de produzirem, tem toda aquela infraestrutura de produção inicial, e também o crédito habitação. O que nós estamos aguardando, e é uma promessa de Brasília, de que esses recursos cheguem agora em setembro", explica Socorro Ribeiro, superintendente em exercício do Incra/PI.

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